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Capítulo 6

Author: Lillian Frost
Eulália abraçou o cobertor, recuando um pouco para trás.

— Eu dormi com você, você dormiu comigo. Então, estamos quites.

Ela não podia deixar que ele encontrasse outra desculpa para provocá-la.

Cristian recolheu a mão, mas ainda sentia o calor da pele dela em seus dedos. Ele colocou uma das mãos no bolso e ficou ali, parado, olhando-a de cima, com os olhos negros fixos nela por alguns instantes.

— Troque de roupa e venha tomar café da manhã. — Ele disse, girando nos calcanhares e saindo do quarto.

Eulália esperou até que ele saísse para pegar o vestido que ele havia deixado sobre a cama. Quando o desenrolou, viu que era um modelo justo, de um elegante tom arroxeado, com estampas de rosas e uma fenda que ia até a altura da coxa. O tecido era macio, luxuoso, claramente caro.

Ela quase nunca usava roupas tão sensuais e chamativas. Valério sempre preferiu que ela vestisse algo mais simples e recatado, um estilo que lembrava Lorena.

Mas, no fundo, ela nunca gostou desse estilo.

Sacudindo os pensamentos, Eulália tirou o cobertor de cima do corpo. Sua pele clara estava coberta de marcas, um testemunho evidente da falta de delicadeza de Cristian na noite anterior.

Ela começou a se vestir, peça por peça. Para sua surpresa, as peças íntimas escolhidas por ele serviram perfeitamente.

Mas isso só a deixou ainda mais sem palavras. Como ele sabia as medidas dela tão bem após uma única noite?

Por outro lado, ela mesma não sabia o tamanho exato dele... Só sabia que ele era grande. Muito grande.

Eulália balançou a cabeça, sentindo o rosto esquentar. Tentou convencer-se de que era normal uma mulher lembrar desse tipo de detalhe depois de passar uma noite com um homem como Cristian. Afinal, qualquer mulher ficaria marcada por uma experiência dessas.

Rapidamente, ela vestiu o vestido, lavou o rosto e saiu do quarto.

A mansão tinha uma escada em formato de Z, e, por causa do corte do vestido, ela desceu os degraus devagar.

Cristian, que estava mexendo no celular, levantou os olhos ao ouvir os passos dela. No instante em que a viu, algo brilhou em seu olhar.

Ele sabia que tinha bom gosto. Eulália era alta, com um corpo elegante e curvilíneo. Seus cabelos levemente ondulados caíam sobre os ombros, emoldurando suas feições delicadas. Os olhos claros brilhavam, mesmo sem maquiagem, e a roupa adicionava um ar de sofisticação e sensualidade. Ela estava deslumbrante.

Cristian se recostou preguiçosamente na cadeira, batendo os dedos na mesa de forma ritmada, enquanto observava em silêncio os passos dela.

Se ela soubesse o que ele estava pensando naquele momento — como ele queria rasgar o vestido que ela usava —, como será que ela reagiria?

Esse pensamento o fez sorrir, um sorriso quase imperceptível, mas cheio de intenção.

Sentindo o peso do olhar dele, Eulália ficou desconfortável. Ela puxou discretamente a barra do vestido.

O vestido não era curto, mas a fenda alta deixava visível o contorno de suas pernas claras e esguias sempre que ela se movia.

— Tem algo no meu rosto? — Perguntou ela, tentando quebrar o silêncio.

Os olhos de Cristian brilharam com um toque de suavidade que ele raramente mostrava.

— Esse vestido ficou bom em você.

Eulália já tinha sido elogiada muitas vezes antes. Sua beleza chamava atenção, e homens frequentemente faziam comentários sobre ela.

Mas aquele simples “ficou bom” dito por Cristian, com sua voz rouca e grave, fez suas orelhas ficarem levemente vermelhas.

Havia algo no ar, um clima sutilmente carregado de tensão e um toque de intimidade.

O sol brilhava lá fora enquanto o Porsche preto de Cristian deslizava suavemente pelas ruas. A paisagem passava como um borrão pelo vidro das janelas.

Eulália tinha planejado chamar um carro para ir embora, mas, sem celular e sem dinheiro, não teve escolha a não ser aceitar a carona de Cristian até o centro da cidade.

Ela deu um endereço: Verde Sereno. Era um bairro de classe média, nem caro, nem barato, mas longe de estar à altura da “grande dama” da família Vargas.

— Você não mora na mansão dos Vargas? — Perguntou Cristian, casualmente.

— Não.

Eulália lançou um olhar para ele, mas percebeu que ele não estava realmente interessado. Era apenas uma pergunta despretensiosa, e ela não sentiu necessidade de explicar mais.

Quando chegaram ao condomínio, ela abriu a porta para descer, mas Cristian segurou delicadamente seu braço, puxando-a de volta.

— Vai sair assim, sem mais nem menos?

O tom dele era descontraído, quase como um comentário entre namorados que se despediam.

Eulália piscou, confusa. Eles estavam bem na porta do prédio dela. O que ele esperava? Que ela o convidasse para subir, preparar café e servi-lo como um lorde?

Ela respirou fundo e, com um sorriso educado, respondeu:

— Obrigada por me salvar.

Vendo que ele não dizia nada, Eulália apressou-se a completar:

— Eu te convido para jantar outro dia.

Lembrando-se da posição dele, Eulália acrescentou:

— Claro, se você achar que vale a pena aceitar.

Cristian bateu os dedos no volante, sem tirar os olhos dela, mas não respondeu nada sobre o jantar.

— Normalmente, quando duas pessoas que dividiram uma cama se despedem, não deveria ter, no mínimo, um beijo de despedida?

Ao ouvir isso, Eulália sentiu um desconforto no peito.

— Cristian, é assim que você encerra encontros com todas as mulheres? Sempre com essa “cerimônia”?

Os olhos profundos de Cristian carregavam um brilho despreocupado, quase divertido. Sua voz, grave e baixa, soou com uma calma provocativa:

— Eu não tenho mulheres. Mas, se você quiser ser minha namorada, posso considerar. Afinal, na cama combinamos bem.

Eulália forçou um sorriso tenso, sentindo o rosto esquentar.

— Eu não quero ser sua namorada!

Ela já tinha fracassado como namorada de Valério, sofrendo tanto por alguém que nunca a valorizou. Seria muita estupidez tentar algo com Cristian.

Cristian, no entanto, continuou com sua voz carregada de insinuações:

— É mesmo? Porque ontem à noite você parecia pensar diferente. Você me pediu...

Antes que ele pudesse terminar, Eulália, desesperada, ergueu a mão e cobriu a boca dele, interrompendo suas palavras.

Cristian arqueou as sobrancelhas perfeitamente desenhadas, e uma risada abafada escapou de seus lábios, vibrando contra a palma da mão dela.

A expressão dele era desconcertante. Seus olhos, intensamente profundos, brilhavam com algo semelhante a diversão, enquanto a encaravam fixamente.

O coração de Eulália pareceu perder o compasso por um segundo. Ela desviou o olhar, incapaz de suportar aquela intensidade, e retirou a mão rapidamente.

— Eu... Eu vou indo. Obrigada e... Até logo.

Sem esperar por qualquer resposta, ela abriu a porta do carro e saiu apressada, fechando-a com um som seco. Sua saída parecia mais uma fuga do que uma despedida.

Cristian observou o vulto dela desaparecer em direção ao prédio. Seus lábios se curvaram em um sorriso enigmático, enquanto seus olhos escureciam, como se estivessem focados em uma presa.

“Eulália, dessa vez você me provocou. E eu não sou alguém de quem se foge tão facilmente.”

Quando Eulália chegou ao seu apartamento, foi recebida pelo ambiente simples e acolhedor do lugar. Era um imóvel de cerca de 100 metros quadrados, com dois quartos e um escritório. Nada luxuoso, mas tudo muito organizado, com um toque pessoal que fazia o espaço parecer aconchegante.

Embora não tivesse enormes janelas de vidro, o apartamento possuía uma pequena varanda ensolarada, onde ela cultivava flores e plantas que adorava.

Valério sempre reclamou que o apartamento era pequeno demais, e, por isso, nunca pisou ali.

Durante os anos em que Eulália havia se dedicado completamente a Valério, acreditou que sua paciência e amor poderiam derreter a frieza dele. Contudo, quando Lorena, o primeiro amor de Valério, retornou para a cidade, tudo desmoronou. O desfecho não foi nenhuma surpresa.

Homens como Valério eram assim: egoístas e insaciáveis, sempre querendo tudo.

Ao lembrar-se disso, Eulália sentiu uma pontada de raiva. Sem pensar duas vezes, começou a recolher todos os presentes que ele havia dado a ela. Os itens sem valor sentimental foram jogados no lixo. Já os mais caros e valiosos, ela colocou à venda em um site de segunda mão.

Se Valério virou lixo, tudo que veio dele também deveria ir junto.

No dia seguinte, Eulália foi ao shopping próximo para comprar um novo celular e um chip de telefone.

Assim que ativou o celular, recebeu uma enxurrada de mensagens acumuladas. Antes mesmo de conseguir ler qualquer uma, o aparelho começou a tocar. O nome na tela a fez congelar por um momento: Hélia Teixeira, sua mãe.

Hélia era a esposa de alto prestígio do Grupo Vargas, conhecida por sua postura elegante e personalidade autoritária.

Eulália hesitou antes de atender, mas, no final, deslizou o dedo pela tela e colocou o celular no ouvido.

A voz de Hélia soou ríspida, marcada pelo tom de descontentamento que ela conhecia tão bem:

— Eulália, o que você tem feito nos últimos dois dias? Nem atende o celular, nem responde às mensagens. Por acaso, eu não sou sua mãe? Você me ignora como se eu fosse qualquer uma. Olha para Filomena, sua irmã. Por que você não pode ser tão atenciosa quanto ela?
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