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Capítulo 4

Author: Mariana Tavares
No instante em que a porta do carro se abriu, Isabela aproveitou para fechar os olhos e se recostar no banco, de lado.

O dourado suave do entardecer atravessava o vidro, iluminando seu rosto com uma beleza delicada e serena.

Cláudio parou por um momento, hipnotizado, e sem perceber, inclinou-se, querendo beijá-la.

Sentindo a aproximação, Isabela abriu os olhos, bocejou e, com a mão, afastou o ombro de Cláudio, a voz levemente sonolenta:

— Nossa, acabei dormindo... Cadê a Bruna?

Cláudio disfarçou com um sorriso, tocou de leve a ponta do nariz dela:

— Esquece, ela já foi embora. Vamos jantar em outro lugar?

Ele já tinha recuperado totalmente a calma, sem sinal do nervosismo de antes.

O olhar de Isabela ficou frio, mas ela assentiu com a cabeça.

Quando o carro saiu, ela não resistiu e lançou um último olhar para a vaga de estacionamento vazia ao lado.

Será que aquele homem contaria algo? Provavelmente não, porque ninguém era louco de espalhar boatos sobre o dono do Grupo Dantas.

Isabela ficou pensativa, e sua expressão distante acabou chamando a atenção de Cláudio.

Ele sentiu um aperto inexplicável no peito e segurou a mão dela:

— Fica tranquila, entre eu e a Bruna não existe mais nada. Mesmo que ela ainda sinta algo por mim, meu coração é só seu.

Isabela olhou para ele e apenas concordou.

Cláudio não conseguiu decifrar o que ela estava sentindo, e isso o incomodou.

Depois do jantar, ele a levou ao shopping, comprou bolsas e roupas, gastou mais de dois milhões como se fosse trocado.

Para Cláudio, esse dinheiro não fazia nem cócegas.

Quando Isabela chegou em casa, viu Cláudio ir embora, chutou as sacolas no chão e pegou o celular para falar com o paparazzo.

[E aí, pegou tudo?]

O paparazzo respondeu na hora:

[Já publiquei! Amiga, quando tiver mais dessas, me chama!]

Isabela sorriu de lado:

[Pode deixar.]

Ela voltou para o perfil principal e abriu o aplicativo de entretenimento.

Como esperado, a matéria do paparazzo já estava no ar, com fotos de Cláudio e Bruna discutindo e se encarando. Em cinco minutos, já tinha mais de seis mil compartilhamentos.

Os títulos eram um show à parte.

#Encontro Secreto! Presidente do Grupo Dantas em crise no relacionamento, será o fim do noivado?

#Bomba! Presidente do Grupo Dantas flagrado traindo a noiva!

As notícias logo tomaram conta dos trending topics de Granvista.

O nome de Isabela nem foi mencionado nos títulos, o que ela agradeceu silenciosamente com um like.

O setor de comunicação do Grupo Dantas sempre foi rápido — agora, com certeza, Cláudio já sabia de tudo.

Para Isabela, aquilo era só um teste. Ela não pretendia se apegar ao escândalo.

Era preciso observar: se a imagem de homem apaixonado de Cláudio começasse a rachar, até onde a cotação das ações do Grupo Dantas aguentaria?

Tudo na vida tem dois lados. A fama de salvador e amor verdadeiro que Cláudio construiu também era uma prisão.

Se ele quisesse sair ileso depois de tudo, precisaria estar pronto para arcar com as consequências.

...

Enquanto isso, Cláudio recebia ligações do setor de comunicação. O celular não parava de vibrar com dezenas de mensagens e chamadas.

O semblante dele fechou na hora. Sabia que tinha dado ruim:

— O que houve?

Do outro lado da linha, a equipe de comunicação estava em pânico:

— Chefe Cláudio, sua foto segurando outra mulher na porta do restaurante já está em todos os sites! Estão dizendo que você traiu a Isabela, as ações do Grupo Dantas despencaram! O que a gente faz?

Era tão surreal que até o setor de crise estava desnorteado.

Cláudio traindo? Impossível! Ele era conhecido justamente por ser fiel à Isabela.

Cláudio franziu ainda mais o cenho, mas reagiu rápido:

— Segura o assunto por enquanto, eu mesmo vou publicar uma nota de esclarecimento.

Desligou o celular, virou o volante e fez o caminho de volta para o apartamento de Isabela.

Em cinco minutos, já estava na porta dela.

Assim que saiu do carro, Isabela abriu a porta e veio ao seu encontro:

— Cláudio, fotos suas com a Bruna estão em todo lugar!

Cláudio puxou Isabela para dentro, olhando ao redor antes de fechar a porta.

Assim que estavam a sós, ele segurou firme os ombros dela, falando com sinceridade:

— Isabela, entre eu e a Bruna não aconteceu nada, acredita em mim.

Isabela se desvencilhou e foi direto para o sofá, pegando o celular.

Cláudio ficou irritado, mas foi atrás dela:

— Foi a Bruna que me procurou, eu não quis nada. Ela é passado. Me ajuda a esclarecer isso, grava alguma coisa comigo...

— Olha aqui, confere se está tudo certo. — Isabela interrompeu, mostrando o celular: era um vídeo da câmera do carro.

No vídeo, apareciam os dois chegando juntos ao restaurante, de mãos dadas.

Cláudio parou, surpreso:

— O que é isso?

— Vou liberar esse vídeo, dizendo que fomos jantar juntos e que você só cumprimentou uma conhecida. Assim, acaba o boato de traição. — Isabela explicou, fria.

Com isso, Cláudio relaxou. Não esperava que Isabela fosse tão colaborativa em meio ao escândalo.

Só que, no fundo, ele sabia que para ela era diferente.

Afinal, era a ex dele. Ele realmente acreditava que Isabela não estava nem aí?

Cláudio se aproximou, vendo Isabela enviar o vídeo para o setor de comunicação, e disse com voz baixa:

— Isa, você não precisa bancar a madura. Pode brigar comigo, pode demonstrar ciúmes.

Isabela ergueu as sobrancelhas, com um sorriso frio nos olhos.

Ela sorriu, doce:

— Não estou com ciúmes, nem chateada.

Cláudio franziu a testa:

— Tem certeza?

Quem ama sente ciúme, quer exclusividade. Ele sabia o quanto Isabela era apaixonada, não podia aceitar aquela calma toda.

— Claro. Mesmo que exista algum sentimento entre vocês, é natural. Um dia vocês já se amaram, eu entendo. — Isabela virou-se, serviu um copo de água e entregou para ele. — Fica tranquilo.

Cláudio pegou o copo, mas largou logo em seguida, incomodado.

Agora, Isabela parecia fria porque ele nunca tinha dado motivo para ela duvidar, sempre manteve a imagem de homem perfeito.

O que a Isabela não sabia era que, em dois meses, seria ele quem queria cancelar o casamento e daria uma surpersa para ela.

Cláudio estreitou os olhos.

— Pronto, já está tudo resolvido, não precisa se preocupar.

Isabela sorriu e mostrou o vídeo divulgado pelo setor de comunicação.

Nos comentários, a imagem de Cláudio estava intacta.

[Eu sabia! Cláudio ama tanto a Isabela, impossível ele trair com outra mulher!]

[Esses sites sensacionalistas só querem audiência! Esse é o Cláudio, o homem que faria tudo pela noiva! O que eles têm é amor de verdade, ninguém vai separar.]

Cláudio sorriu distraído, mas seu olhar estava fixo em Isabela.

Quando Isabela chegou em casa, ela já havia trocado de roupa. Vestia uma camisola de seda, a pele clara e macia brilhando sob a luz do abajur, exalando uma delicadeza irresistível.

Mesmo depois de três anos juntos, Isabela nunca permitia que ele passasse dos limites.

Cláudio nunca chegou a tê-la de verdade, e saber que em breve colocaria fim ao relacionamento só aumentava aquela sensação de perda.

Ele engoliu em seco, os olhos brilhando de desejo.

— Isabela, hoje você está ainda mais linda.

Isabela percebeu a intenção dele na mesma hora e o alertou:

— Com a bolsa oscilando, não era melhor você ir até a empresa?

— Não. — Cláudio jogou o corpo no sofá, puxando o braço dela. — Hoje eu fico aqui com você, tudo bem?

Isabela travou, forçando um sorriso que quase desapareceu.

— Eu já falei, esse tipo de coisa só depois do casamento.

— Mas o que falta para a gente casar? — Cláudio insistiu, balançando a mão dela. — Assim que seu pai melhorar, em duas semanas no máximo, marcamos a data. Três anos, Isabela... Não me faz esperar mais.

O sorriso de Isabela se desfez. Ela apertou os lábios, olhando de cima para ele, fria e distante, como uma lua no céu, deixando a intenção de Cláudio completamente exposta.

Ele ficou sério, irritado, puxou Isabela com força. Ela caiu de surpresa no colo dele.

Cláudio sussurrou ao ouvido dela:

— Não vamos discutir, Isabela. Fica comigo.

Isabela desviou o rosto, empurrando-o, furiosa:

— Para com isso, me solta...

— Shhh... Se você me ama, não me rejeita.

Cláudio segurou firme a cintura dela, puxou o laço da camisola de uma vez só.

A seda se soltou, mas por baixo Isabela estava com um vestido justo, totalmente fechada.

Ela se livrou dele, sentou-se rapidamente e amarrou o laço de novo, visivelmente incomodada:

— Hoje não, Cláudio. Quero que você me respeite.

A recusa só deixou Cláudio ainda mais obcecado. Quanto mais ela resistia, mais ele queria dominá-la.

Ele tentou abraçá-la por trás, ignorando o pedido dela:

— Prometo ser delicado, não vou te machucar. Tudo bem?

O rosto de Isabela endureceu, um traço de raiva nos olhos:

— Você não ouviu? Eu disse que não quero.

A ternura de Cláudio sumiu na mesma hora. Ele franziu os lábios:

— Por que esperar? Eu te amo, quero casar logo, você ainda tem dúvidas?

— Eu não quero. Dá pra entender?

Foi a primeira vez, em três anos, que Isabela levantou a voz para ele.

Cláudio ficou chocado, sem saber o que responder.

O toque insistente do celular cortou o clima tenso. O aparelho vibrava sobre a mesa — era uma ligação de um acionista.

Era a primeira vez que as ações do Grupo Dantas sofriam queda em três anos, e aquilo tumultuava todo o conselho.

Cláudio pegou o celular, irritado.

Isabela aproveitou para se levantar, se afastou dele e olhou para a porta com o olhar frio.

Já era hora de trocar a senha da fechadura. Pelo visto, situações como essa ainda iriam se repetir nos próximos meses.

— Tá bom, já vou.

Cláudio desligou, olhou para Isabela, agora ruborizada de raiva, e finalmente percebeu que tinha passado dos limites.

Pegou o paletó e tentou se reaproximar:

— Isabela...

Ela se afastou, os olhos cheios de desconfiança.

Cláudio sentiu um gosto amargo:

— Preciso ir para a empresa, você estava certa. Hoje realmente não era o melhor momento. Eu exagerei, me perdoa.

Isabela não queria nem olhar para ele, controlou o mal-estar:

— Vai logo.

Cláudio lançou um último olhar, pegou as chaves e saiu.

A paz voltou ao apartamento. Isabela alisou o tecido amassado do sofá, jogou o copo que Cláudio usou no lixo.

Depois de descobrir quem ele era de verdade, cada minuto ao lado dele se tornava insuportável.

Nesse momento, a campainha tocou.

Isabela pensou que Cláudio tivesse esquecido algo, foi até a porta e se deparou com a expressão radiante de Tatiane.
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