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Capítulo 4

작가: Isis Rocha
Cláudia apertava com força as joias contra o peito enquanto dirigia a Eduardo aquele olhar magoado de animal abandonado, como se apenas através daqueles olhos desamparados pudesse implorar por sua proteção.

Foi justamente naquele momento de tensão que Leandro se aproximou com as mãos enfiadas nos bolsos e passos descontraídos, exibindo uma postura altiva e um porte refinado que transparecia naturalidade e confiança a cada movimento.

Quando chegou mais perto, arqueou ligeiramente uma sobrancelha e fixou o olhar em Cláudia com um sorriso malicioso brincando nos lábios antes de comentar:

— A Sra. Pereira realmente tem sorte em conseguir que o Sr. Eduardo gaste uma fortuna só para ver você sorrir, é algo que dá inveja.

Mal essas palavras saíram da boca de Leandro, seu assistente empalideceu visivelmente e se adiantou com uma reverência respeitosa, o rosto tomado por um sorriso nervoso enquanto se apressava em esclarecer:

— Sr. Leandro, o senhor se confundiu. A esposa do Sr. Eduardo é esta, a Srta. Sabrina. A outra é apenas sua secretária.

Cláudia, que segundos antes se deliciava em ser chamada de Sra. Pereira, naquele momento sentia como se tivesse recebido um banho de água gelada da cabeça aos pés, com o sorriso se congelando instantaneamente no rosto. Seus olhos se arregalaram de incredulidade enquanto fuzilava o assistente de Leandro, xingando mentalmente aquele homem por ser tão desastrado e destruir seu momento de glória.

Leandro soltou um som prolongado com uma expressão de quem havia acabado de entender tudo, depois se voltou para Eduardo e inclinou a cabeça, dizendo com um tom falsamente culposo:

— Que situação embaraçosa, Sr. Eduardo. Como sou novo na cidade, não conheço bem as pessoas e acabei me confundindo ao ver como o senhor tratava sua secretária com tanta intimidade.

O semblante de Eduardo, que já estava sombrio, escureceu ainda mais até ficar negro como carvão. Mesmo sentindo a provocação venenosa de Leandro queimar em suas veias, teve que engolir a raiva devido ao ambiente em que se encontravam e apenas conseguiu ranger entre os dentes:

— Não tem problema.

Sabrina observava Eduardo sendo humilhado e não conseguiu conter uma risadinha que escapou entre seus dedos quando cobriu a boca, os olhos brilhando de pura satisfação.

Ela se admirou internamente com a habilidade daquele homem em expor com tanta elegância a situação constrangedora entre Eduardo e Cláudia, usando apenas algumas palavras bem colocadas.

A risada de Sabrina fez Eduardo se sentir ainda mais diminuído, com o rosto alternando entre tons de branco e vermelho.

Ele lançou um olhar assassino para Cláudia, carregado de advertência e irritação, como se ela fosse a culpada por toda aquela humilhação pública. Em seguida, fez um gesto sutil com os olhos, indicando que ela deveria entregar imediatamente as joias para Sabrina.

Quando sentiu aquele olhar frio de Eduardo, Cláudia teve o coração apertado pela mágoa e pela relutância, mas acabou cedendo à autoridade dele e entregou as joias que valiam dezenas de milhões para Sabrina com movimentos que pareciam arrancar pedaços de sua própria alma.

Eduardo viu as joias de volta às mãos de Sabrina e já não suportava permanecer nem mais um segundo naquele lugar.

Ele bufou secamente e saiu pisando duro, com o rosto fechado e com passos que pareciam querer quebrar o chão de tanta raiva contida.

Mesmo com o coração partido de tristeza e humilhação, Cláudia não hesitou em correr atrás dele sobre os saltos altíssimos que usava.

Sabrina assistiu à cena da corrida desesperada de Cláudia com uma pontada de preocupação genuína.

Afinal, a mulher estava grávida de dois meses, e correr daquele jeito sobre saltos tão altos era uma irresponsabilidade tremenda com a criança.

Mas logo se lembrou de que, para Cláudia, aquela gravidez provavelmente não passava de uma ferramenta para conseguir o que queria, então como poderia realmente se importar com o bem-estar do bebê?

Apenas quando Eduardo e Cláudia sumiram completamente de vista, Sabrina se virou para Leandro com um sorriso genuíno e disse suavemente:

— Muito obrigada pela ajuda, Sr. Leandro.

Leandro passou a mão pelo nariz com um sorriso travesso e respondeu de forma casual:

— Digamos que foi minha forma de retribuir o favor que você me fez no leilão.

Sabrina franziu levemente o cenho, com uma curiosidade brilhando nos olhos antes de perguntar:

— O Eduardo tem muito poder aqui em Areal, e poucas pessoas se arriscariam a confrontá-lo dessa forma. Ouvi o seu assistente chamá-lo de Sr. Leandro, por acaso o senhor se chama Leandro?

Leandro estreitou os olhos e permaneceu em silêncio, com uma expressão impenetrável que tornava impossível adivinhar seus pensamentos, como se estivesse negando sem dizer uma palavra.

Sabrina suspirou discretamente antes de mudar de assunto com um lampejo de esperança nos olhos:

— Bem, você acabou presenciando nossa situação um tanto constrangedora, mas gostaria de saber se o senhor teria algum interesse em estabelecer uma parceria com minha família.

Ela sabia muito bem que o terreno arrematado por Leandro era uma oportunidade de ouro, independentemente do uso que fosse dado a ele, e conseguir uma cooperação com aquele homem seria uma chance única para o Grupo Soares.

Leandro arqueou uma sobrancelha com um sorriso provocativo dançando nos lábios.

— Me dê uma razão convincente para isso.

— Podemos investir 20 milhões...

Sabrina mal começou a falar quando Leandro a interrompeu com um balançar de cabeça:

— Sra. Sabrina, você realmente acha que tenho cara de quem precisa de dinheiro?

O olhar penetrante dele a fez se sentir completamente exposta, e Sabrina percebeu o quão ingênua havia sido. Como um homem capaz de desembolsar 40 milhões, sem hesitar, poderia estar interessado em dinheiro? Tentou dizer alguma coisa, mas as palavras simplesmente se recusaram a sair.

— Eu...

Antes que pudesse completar o pensamento, Leandro a interrompeu novamente com um sorriso malicioso que fez seus olhos brilharem de diversão:

— Agora, se você estivesse disposta a se casar comigo, eu até consideraria usar esse terreno como presente de casamento pela nossa união.

As palavras dele explodiram na mente de Sabrina como fogos de artifício, deixando-a completamente atordoada e sem saber como reagir a uma proposta tão absurda quanto inesperada.

Demorou um bom tempo para que Sabrina conseguisse se recuperar do impacto daquelas palavras que soaram como um trovão em seus ouvidos. Respirou fundo, ergueu o rosto para encará-lo diretamente e disse baixinho:

— Sr. Leandro, eu já sou uma mulher casada.

— Mulher casada também pode se divorciar.

Leandro se aproximou lentamente enquanto falava, e Sabrina pôde sentir o calor emanando de seu corpo junto com um aroma sutil de perfume masculino que a fez corar intensamente desde as orelhas até o pescoço.

Justamente quando ela estava no auge do constrangimento, Leandro jogou a cabeça para trás e soltou uma gargalhada sonora que ecoou pelo espaço, depois olhou para ela com um brilho astuto nos olhos.

— Se sua família Soares realmente quer demonstrar seriedade, apareçam no Clube Água Celeste com dez milhões na mão.

Dito isso, girou nos calcanhares e se afastou com passos decididos em direção à saída.

Sabrina ficou observando sua silhueta desaparecer enquanto uma dúvida atravessava sua mente: "Será que isso significava que ele concordou com a parceria?"
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