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Capítulo 3

작가: Isis Rocha
Leandro atravessou o corredor apertado e foi se sentar bem ao lado de Sabrina, trazendo consigo um perfume suave de rosas que era ao mesmo tempo delicado e envolvente, daqueles que grudavam na memória e despertavam uma curiosidade inexplicável.

— Trinta milhões. — Declarou Sabrina, erguendo a plaquinha com movimentos elegantes, com a voz ecoando pelo salão com uma firmeza que não deixava espaço para dúvidas.

Ela já tinha feito todos os cálculos antes mesmo do leilão começar, sabendo que, se desenvolvesse aquele terreno da forma certa, o lucro bateria facilmente os 75 milhões. Tirando todos os gastos, qualquer coisa abaixo de 50 milhões seria praticamente dinheiro garantido no bolso.

Antes de se casar com Eduardo, Sabrina era conhecida como uma das mentes mais brilhantes do curso de finanças, sempre arrasando com aquela intuição natural para números e um faro incrível para negócios que deixavam os professores impressionados.

Mas, depois do casamento, foi se afastando aos poucos daquele mundo que a fazia vibrar, tudo por um amor que agora descobria ter sido uma farsa completa.

A ironia da situação arrancou um sorriso amargo de seus lábios quando pensou como tinha sido boba ao largar tudo que amava por um homem que nem merecia seu tempo.

Eduardo sentiu o sangue ferver quando ouviu mais um lance absurdo da esposa, o rosto se fechou numa expressão que faria qualquer pessoa sensata manter distância.

Ele se virou devagar para encará-la com um olhar que cortava como gelo, mandando um recado silencioso, mas evidente de que ela estava passando dos limites.

Se ela continuasse com aquela birra infantil, eles iam acabar gastando muito mais do que o planejado, jogando dinheiro fora sem necessidade nenhuma.

Mas Sabrina fez questão de ignorar completamente as caras feias do marido e ergueu a plaquinha mais uma vez, determinada a continuar aquela guerra particular que estava divertindo todo o salão.

Foi então que Eduardo partiu para cima e arrancou a placa da mão dela, num movimento rápido que pegou todo mundo desprevenido, colando um sorriso forçado no rosto enquanto se dirigia ao leiloeiro com uma voz que tentava soar casual.

— Me desculpem, minha esposa só está fazendo birra.

As palavras ecoaram pelo ambiente silencioso com clareza suficiente para que todos ouvissem, oferecendo uma explicação aparentemente razoável para aquela briga de casal que estava sendo mais entretenimento que o próprio leilão.

— Trinta milhões! Mais alguém se habilita? — Gritou o leiloeiro, se debruçando sobre o púlpito enquanto vasculhava o salão com os olhos, na esperança de encontrar mais algum corajoso disposto a entrar naquela disputa milionária.

O silêncio que se instalou era quase constrangedor, então ele ergueu o martelo com toda a pompa que a situação merecia.

— Trinta milhões pela primeira vez! Trinta milhões pela segunda vez! Trinta milhões pela terceira...

— Quarenta milhões — A voz de Leandro cortou o ar com uma naturalidade absurda, como se estivesse comentando sobre o tempo.

O efeito foi instantâneo, com o salão inteiro se virando para encarar aquele desconhecido que tinha acabado de jogar milhões na mesa sem nem piscar.

Sabrina levou um susto ao perceber que tinha alguém sentado bem do seu lado, um completo estranho que ela nunca tinha visto na vida, apesar de conhecer praticamente toda a elite de Areal.

Eduardo também se virou num sobressalto, com os olhos cheios de desconfiança enquanto tentava descobrir quem era aquele cara que tinha aparecido do nada para estragar seus planos.

— O senhor confirma o lance de quarenta milhões? — Perguntou o leiloeiro meio desconfiado, claramente duvidando de que aquele homem de roupas simples tivesse condições de bancar uma aposta daquelas.

A roupa casual de Leandro, sem grife aparente ou ostentação, contrastava completamente com o ambiente sofisticado do leilão, fazendo qualquer um questionar se ele realmente tinha grana para sustentar aquele lance astronômico.

— Por acaso tenho cara de palhaço? — Retrucou Leandro, arqueando uma sobrancelha com um sorriso irônico que deixava claro o quanto estava se divertindo com a situação.

Depois, ele se virou para Sabrina, com um olhar que misturava curiosidade e uma pitada de provocação deliberada.

— A senhora concorda comigo?

Sabrina sentiu uma pontada de irritação com aquela intimidade forçada vinda de um completo desconhecido, mas quando notou Eduardo ficando cada vez mais tenso ao seu lado, uma sensação estranhamente prazerosa tomou conta dela.

— Bom, todo mundo aqui já passou pela verificação financeira antes de entrar, não foi? — Ela respondeu com um tom cortante que fez o leiloeiro corar de vergonha.

Era verdade mesmo, todos ali tinham comprovado sua capacidade financeira antes de conseguir acesso ao evento. Questionar o patrimônio de alguém, baseado apenas na aparência, era uma gafe profissional constrangedora.

Eduardo não conseguia processar o fato de que Sabrina estava defendendo um estranho qualquer bem na frente dele. Ele estava sentindo a raiva subir como um fogo que consumia tudo pela frente, até seu rosto adquirir uma cor arroxeada que assustaria qualquer criança.

Ele lançou um olhar assassino para a esposa antes de enfiar a plaquinha no bolso, com gestos bruscos de quem estava engolindo a própria bile.

Foi assim que aquele terreno cobiçado acabou nas mãos de Leandro por quarenta milhões.

Assim que o leilão acabou e as pessoas começaram a se dispersar pelo salão, Eduardo marchou direto para cima de Sabrina, com uma expressão que prometia tempestade. Agarrou o braço dela com força suficiente para deixar marca, com os dedos se cravando na pele delicada.

— Que porra você pensa que está fazendo? — Rosnou entre os dentes, e a voz carregada de uma fúria mal contida que fazia as veias do pescoço saltarem.

— Essa pergunta não devia partir de mim? — Rebateu Sabrina, tentando se soltar do aperto que estava começando a doer de verdade.

— Sra. Pereira, o Sr. Eduardo estava contando com aquele terreno, mas a senhora foi lá e bagunçou tudo! Agora perdemos milhões por causa da sua birra! — Cláudia se intrometeu sem cerimônia, se plantando na frente de Sabrina com os braços cruzados e uma expressão de pura acusação.

Eduardo permaneceu em silêncio, apenas observando com aquela cara fechada que não defendia a esposa nem contestava as acusações da amante, deixando claro de que lado estava naquela história.

Sabrina sentiu algo gelado se instalando no peito ao presenciar aquela traição descarada, mas logo se recompôs e soltou um sorriso que era puro sarcasmo.

— Eu não comprei terreno algum, então não entendo de onde vocês tiraram que eu estraguei alguma coisa. Se não conseguiram fechar o negócio, é porque não foram bons o suficiente.

— Mas, antes desse cara aparecer... — Cláudia começou a protestar, porém, Sabrina a cortou, estendendo a mão na direção das joias que ela segurava como se fossem suas.

— Cláudia, muito obrigada por cuidar das joias que meu marido comprou para mim. — Ela disse com uma doçura venenosa que não enganava ninguém.

Cláudia apertou as peças contra o peito como se estivesse protegendo um tesouro, os olhos brilhando com uma possessividade que deixava claro que não pretendia abrir mão daqueles presentes caros.

Percebendo que não conseguiria recuperar as joias na base da educação, Sabrina se virou para Eduardo com um sorriso que destilava veneno puro.

— Amor, sua secretária parece estar se esquecendo de qual é o lugar dela aqui.
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