Capítulo 4

— Tsc, tsc, eu realmente invejo mulheres como você, que não podem engravidar, e podem viver de qualquer jeito. Diferente de mim, que só posso dormir em lençóis de veludo de alta qualidade.

— Cai fora. — Olhei para ela friamente e disse.

Ela sorriu ainda mais radiante e acariciou a barriga com doçura.

— Irmã, você sabia que, na verdade, o motivo de você não conseguir engravidar não é só por causa do seu corpo?

— O que quer dizer com isso? — Senti meu coração afundar de repente.

— Tiago sempre colocou anticoncepcionais na sua comida, na dose certa para aos poucos te deixar estéril para o resto da vida. — Ela se aproximou do meu ouvido, falando baixinho. — Ele planejou tudo há muito tempo. Para que assim que você perder a capacidade de ter filhos, ele poder te abandonar com justificativa e casar comigo.

Então era isso. Não era à toa que eu nunca conseguia engravidar!

Minha raiva me fez explodir como um vulcão. Levantei-me de repente e dei um tapa forte no rosto dela.

— Vocês dois são um casal de canalhas!

Barbara cambaleou alguns passos, mas de repente sorriu de forma estranha. Ela recuou, e caiu de uma vez no chão.

— Ah! Irmã, o que você está fazendo?! — Soltou um grito agudo e dolorido.

A porta do porão foi arrombada com força. Tiago entrou acompanhado de alguns homens de preto.

— Barbara! — Ele apressou-se para ajudá-la a se levantar, e ao ver seu rosto inchado, ficou furioso. — Mariana! O que você fez com ela?!

— Ti, ela queria matar o nosso bebê! — Barbara se jogou nos braços de Tiago, chorando de soluçar.

— Que mentira! Foi você mesma que se jogou no chão! — Eu rebati com voz firme.

Tiago nem sequer me ouviu e me olhou com os olhos sombrios.

— Peguem e amarrem ela!

Os homens de preto avançaram, me jogaram contra a parede e amarraram minhas mãos com cordas.

— Tiago! Seu desgraçado! — Lutei com todas as forças. — Você tem me medicado para me deixar estéril, não é?!

O rosto dele mudou, mas logo voltou à frieza habitual.

— E daí? Uma mulher como você não merece gerar um filho meu! — Ele se virou e pegou um chicote da parede. — Agora você vai pagar o preço por ter machucado a Barbara.

Ele sorriu com malícia e levantou o chicote, desferindo uma forte chicotada nas minhas costas.

— Ah! — A dor me fez gritar. A primeira chicotada deixou uma marca sangrenta nas minhas costas.

— Essa é pela Barbara! — Disse Tiago, enquanto vinha a segunda chicotada.

— Essa é por colocar o nosso bebê em perigo! — O chicote caiu como chuva.

Logo perdi a consciência de tanta dor, mas ele me jogava água fria para eu acordar e continuar sendo torturada.

Depois de noventa e nove chicotadas, meu corpo estava coberto de sangue. Caí no chão, quase sem vida.

Tiago largou o chicote ensanguentado.

— Levem ela para o tribunal. Hoje ela tem que confessar!

Fui arrastada brutalmente para fora do porão e colocada dentro do carro. As feridas em contato com o banco áspero me causavam tanta dor que quase desmaiei.

Quando chegamos ao tribunal, já amanhecia. Graças ao poder financeiro do Tiago, o caso foi antecipado.

Assim que me arrastaram para a sala, o advogado dele se levantou apressado.

— Meritíssimo, a minha cliente se declarou culpada voluntariamente e pede que o julgamento seja rápido para termos o veredito.

Quando o juiz se preparava para anunciar a sentença, a porta do tribunal foi empurrada com força. Todos se viraram e viram Ricardo chegando com advogados e uma equipe médica.

Ele estava impecavelmente vestido com um terno elegante, sua expressão séria emanava autoridade, mas o olhar dele para mim não escondia sua preocupação.

— Como denunciante do processo, solicito o arquivamento do caso. — Afirmou. — E também peço atendimento médico imediato para minha noiva, a Srta. Mariana.