Voltei no Tempo e Coloquei Meu Ex Traidor na Cadeia

Assim que assinei o acordo de confissão, um brilho passou pelos olhos do Tiago. Quando percebeu que eu o olhava, ele imediatamente voltou com a expressão de preocupação.

— Mari, não se preocupe, eu vou contratar o melhor advogado para você. E quando você for presa, vou pagar o que for preciso para agilizar sua liberdade condicional.

— Não precisa. — Respondi de forma fria, segurando minha vontade de rir.

— Mari! — Ele logo fingiu pânico. — Eu sei que você está triste e se sentindo perdida, mas não pode simplesmente desistir. E se isso afetar seus pais?

Ele continuou com o seu discurso de "preocupado". Se não fosse pelas minhas lembranças da outra vida, eu teria acreditado nele.

Na outra realidade, quando recusei me confessar, ele mostrou sua verdadeira faceta, forjando provas para me incriminar, e pagando outras encarceradas para me torturar com instrumentos frios e destruir minha capacidade de ter filhos.

Eu o odiava.

Ele fez Barbara roubar as informações confidenciais para tomar o Grupo Lopes, mas no fim, quem sofreu as consequências fui eu.

— Mari? — A voz dele me trouxe de volta à realidade. — Por que está tão pálida?

Apertei os punhos até as minhas unhas cravarem nas palmas das mãos.

— Não é nada. — Forcei um sorriso. — Só estou um pouco assustada com a ideia de ir para cadeia.

Ele tentou segurar minha mão, mas me afastei discretamente. Apesar de surpreso, o prazer de ter conseguido minha confissão era maior. Ele guardou o documento com cuidado na sua pasta.

— Vou entregar isso ao juiz na audiência daqui a três dias. — Ele me prometeu solenemente. — Até lá, vou manter isso em sigilo para ninguém descobrir.

Assenti friamente.

Após assinar a confissão, fui liberada sob fiança. Ao sairmos do tribunal, ele abriu a porta do carro para mim, protegendo minha cabeça como sempre fez nos últimos três anos. Mas eu sabia que tudo havia mudado.

— Mari, vou te levar para casa. — Disse ele, ainda fazendo o papel de noivo atencioso, com os olhos carregados de ternura.

"Casa?" Eu debochei internamente.

Quando entramos na mansão que guardava nossas memórias e provavelmente não teria mais lugar para mim, fui recebida por um perfume estranho. A decoração minimalista que fazia o meu estilo, tinha sido trocada por uma infinidade de ornamentos exagerados. A foto do nosso casamento do centro da sala tinha sido jogada no depósito como se fosse lixo, coberta de poeira.

Tiago ao me ver encarando a foto de casamento, exibiu um leve constrangimento no rosto, mas rapidamente voltou a exibir um olhar de profundo afeto.

— Mari, isso tudo foi ideia da Barbara...