— Não sei. — Augusto respondeu sem hesitar, a voz seca e impassível. Ele compreendia a intenção de Marina, mas se virou de lado, indiferente, como se cada palavra fosse apenas um peso incômodo a ser descartado. — O que Carlos faz ou deixa de fazer... se você quer saber, pergunte a ele. Eu já disse desde o início, ele e eu somos pessoas diferentes. Hoje só vim aqui porque ele me mandou verificar se vocês realmente se instalaram neste conjunto habitacional. Fora isso, nada tem a ver comigo.Se Carlos apoiava Marina de verdade ou se fazia jogo duplo com Vicente... pouco lhe importava. Augusto não via necessidade de se envolver, e sua indiferença era tão evidente que rachou de vez a máscara de elegância de Marina. O rosto dela escureceu, tomado pelo rancor. Afinal, era mais velha, sogra dele em teoria, e ainda assim estava sendo tratada com tamanho desdém, primeiro por Margarida e agora pelo próprio Augusto.— Augusto, preciso te lembrar. — Marina ergueu a voz, firme, tentando recuperar a
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