All Chapters of Lágrimas que Nascem em Flor: Chapter 1 - Chapter 10

Meu coração deu um salto, como se uma descarga elétrica tivesse atravessado meu peito. Fiquei parada, sem conseguir me mover.— Hahaha! Gilberto jamais imaginaria que, enquanto disputa com o Lourenço nos negócios, tá sendo passado pra trás por ele. Lourenço armou direitinho aquele naufrágio, salvou a sobrinha querida do Gilberto e fez ela cair de amores por ele na hora.— Estão juntos há anos, né? Quantas fotos picantes já tirou? Lourenço, quando é que você vai encerrar esse joguinho? Eu realmente quero ver como a princesinha da família Marques reage. Aliás, mais ainda: ver a expressão do Gilberto quando ele descobrir que a garotinha que ele estava protegendo está sendo tratada como um brinquedo!Lourenço e os amigos riam alto, animados, completamente alheios ao fato de que havia alguém parado do lado de fora do elevador.Cada palavra deles martelava na minha cabeça, rasgando minha sanidade como uma lâmina.Lourenço...Então aquele “resgate” foi tudo armado?Nosso namoro... só fazia pa

Empurrei a porta do restaurante e entrei.Meus olhos percorreram rapidamente o salão até pararem em uma mulher sentada perto da janela.Vestia um elegante vestido longo da Prada, maquiagem impecável, cada gesto exalando a típica sofisticação de uma herdeira da alta sociedade.Caminhei até lá, puxei a cadeira com calma e me sentei diante dela, sem demonstrar qualquer emoção no rosto.Ela me lançou um olhar e disse com naturalidade:— Reservei uma sala privativa. Vamos conversar lá dentro.Ela se levantou sem esperar minha resposta, e eu tive que segui-la.No reservado, ela começou a preparar chá com gestos lentos e calculados. Eu não disse nada. Apenas a observei em silêncio.— Jesiane Delgado. Sou a noiva do Lourenço. — Apresentou-se diretamente, com uma pontada intencional na voz.Continuei calada, fitando-a com tranquilidade. Ela pareceu desconcertada com minha calma. Fez um leve muxoxo e provocou:— Você é namorada do Lourenço. Não tem nada a dizer ao descobrir que ele está noivo d

Fiquei internada por alguns dias, e durante todo esse tempo, Lourenço não saiu do meu lado nem por um instante.No dia da alta, ele me olhou com ternura, e nos olhos havia um traço de preocupação ao ver meu rosto abatido.— Ariadne, quando chegar em casa, precisa se cuidar melhor. Você está tão magrinha.Peguei minha mala com calma, mantendo a expressão serena.— Não se preocupe. Eu estou bem. Melhor do que nunca, pra falar a verdade.Ao ouvir aquilo, Lourenço franziu levemente a testa. Algo na minha resposta o incomodou. Me lançou um olhar, desconfiado.— Que nada. Tá tão magra que parece que um vento te leva. Eu até pedi pra Maria me ensinar a fazer sopa de pombo. A partir de agora, vou cozinhar pra você todos os dias. Vou te deixar forte e saudável de novo.Virei o rosto, evitando o olhar dele. A voz saiu baixa, quase um sussurro:— Não vai mais existir esse “a partir de agora”.Quando cheguei em casa, recebi a ligação do meu tio.— Ariadne, mandei limpar a casa no Vale do Riaçol. E

Solmaré.Na alta sociedade, todos diziam a mesma coisa: Lourenço enlouqueceu.Ele passava os dias inteiros no local do acidente, tentando encontrar algum pertence de Ariadne.Mesmo com as mãos cortadas, sangrando, cobertas apenas por uma gaze fina, continuava vasculhando os destroços sem descanso, movido por uma única obsessão: encontrá-la.Até que, uma semana depois, desidratado e sem comer nada, caiu no meio da mata gelada.— Lourenço, chega.Quando acordou no hospital, foi Jesiane quem apareceu ao seu lado, tentando trazê-lo de volta à razão.— Você não pode fazer mais nada lá. É melhor esperar o resultado oficial da investigação.Lourenço não respondeu. Apenas manteve os olhos perdidos, voltados para a janela.— Já faz uma semana, Lourenço... A chance da Ariadne estar viva é quase nula.Jesiane continuou, num tom mais firme:— Ela se foi. Você precisa aceitar isso.O peito dele pareceu se contorcer. O coração doía como se estivesse sendo arrancado por dentro.Ele sabia. Sabia melho

No começo, confessei que fiquei um pouco orgulhosa com isso.Mas conforme minha posição no mercado cresceu, aumentou também o número de homens que se aproximaram de mim, nem sempre por motivos profissionais.Teve aquele que apareceu no meu iate vestindo apenas uma sunga transparente, fingindo naturalidade.Teve outro que, numa galeria de arte, encostou sutilmente no meu braço como se fosse por acaso.E houve, claro, os encontros “acidentais”, meticulosamente planejados para parecerem espontâneos.Diziam que, quando um homem alcançava certo prestígio, as mulheres se aproximavam naturalmente.Mas o mesmo aconteceu comigo.Alguns chegaram a investigar meu passado. Foi assim que colocaram Giovanni Gonçalves no meu caminho.Ele era um novo rosto promissor da moda masculina, o queridinho das marcas e da imprensa.No começo, não me importei. Mas quando ele baixou os olhos e sorriu… por um instante, vi o Lourenço de 18 anos diante de mim.Como se estivesse enfeitiçada, mudei de ideia. Troquei