A casa com bougainvilles transbordando pelo muro tinha um quarto principal no segundo andar, na ala leste. No criado-mudo, o celular começou a tocar pontualmente, com um alarme gravado em áudio: Ding-ling-ling, ding-ling-ling, Marina, hora de acordar! A voz infantil, doce e cheia de energia, ecoou pelo quarto. Na cama grande, uma pequena figura adormecida franziu as sobrancelhas, virou-se e aconchegou-se ainda mais no abraço macio e caloroso da mãe. Valentina, com os olhos semicerrados, abraçou a filha e inclinou-se para beijar o topo da cabeça dela. — Bom dia, meu amor. — Seu amor ainda está com sono. A voz suave e manhosa da garotinha saiu abafada, claramente carregada de preguiça matinal. Valentina riu com a resposta, e sua mão deu um tapinha leve no bumbum fofinho da filha. — Hoje é segunda-feira, e na semana passada você prometeu à professora que não se atrasaria mais. — Hã? — Marina levantou a cabeça, e seus grandes olhos, tão bonitos quanto os da mãe, estreit
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