Semua Bab Quando o Amor Bate à Porta: Bab 61 - Bab 70

— Tio, vamos ver as flores também?Aureliano olhou para a figura da mulher, que parecia estar saindo às pressas, quase fugindo. Sua testa se franziu com um leve incômodo enquanto ele reprimia uma impaciência que crescia por dentro.— Não quero ver.— Tio, mas eu quero.Aureliano pousou as mãos nos ombros de Arthur e virou o corpo do menino levemente para trás.— Você não queria ir ao Pavilhão 2 comprar besteiras? Lá só tem guloseimas.Arthur lambeu os lábios, cedendo à vontade.— Está bem, então.Aureliano pensou que, já que ela queria se distanciar, que fosse assim. De qualquer forma, eles não tinham nenhuma relação significativa. Eles eram só médico e paciente. Eles tinham se cruzado algumas vezes, era verdade que ele já tinha se sentido um pouco atraído, ela também era agradável de se olhar. Mas ela tinha marido, uma filha, e sempre manteve distância. Não fazia sentido insistir.Ele não tinha intimidade? Nunca teve mesmo...O Pavilhão 2 era o paraíso das guloseimas. Centenas de pequ

O olhar de Aureliano pousou naquele coelho com asas, sentindo uma estranha familiaridade.A voz dele saiu rouca e despreocupada:— Você a conhece há poucos dias e já quer dar presente? Cuidado para não ser enganado por uma mulher.— É assim que se conquista uma garota. — Respondeu Arthur, com um ar de quem entendia do assunto.Mas, como todo o seu dinheiro de bolso já tinha sido tomado por Vanessa, ele apenas segurou o braço de Aureliano, o balançando:— Tio, por favor, você é o melhor. A Sra. Maristela não me enganaria. — Arthur acrescentou. — Tio, foi você quem foi enganado por uma mulher.Aureliano franziu a testa, olhando para o coelho que parecia estar dançando.Aureliano levantou a mão e pousou ela sobre a cabeça de Arthur.Aureliano soltou uma risada fria:— Quem foi que inventou isso? Um coelho com asas de abelha?O vendedor sorriu e disse:— Esse é o sucesso deste ano! Muito fofo, é o produto mais vendido da loja, super popular entre os jovens.O homem puxou o canto da boca nu

Arthur ouviu a voz de Maristela e começou a pular, tentando com todas as forças tomar o celular das mãos de Aureliano.O homem curvou levemente os lábios, com um traço de sorriso nos olhos negros e alongados.— Tutu, já limpou direitinho o bumbum? Deixa o tio ver.Arthur cerrou os punhos miúdos.— Tio!Se houvesse uma cor para descrever o rosto de Arthur, essa cor seria vermelho-escuro como fígado. O causador de tudo isso, porém, continuava sorrindo, enquanto Arthur, com o rosto em chamas de vergonha, se enfiava debaixo das cobertas e se abraçava a si mesmo.Ele odiava o tio. Embora, desde pequeno, escutasse a avó dizer que um dia seria tão bonito quanto ele, o dito cujo acabava de fazê-lo passar vergonha na frente da menina de quem gostava.Arthur sentiu que tinha perdido a dignidade de homem. Arthur decidiu que não falaria mais com o tio naquele dia.Aureliano olhou para Arthur na cama, apertou a testa com os dedos e depois lançou um olhar ao celular.Os olhares dos dois se cruzaram

Em Serra da Lua, a chuva fina persistia há uma semana, caindo em gotas contínuas.Quando Maristela terminou o expediente, pensou em pegar um táxi, mas as lembranças da última vez a fizeram desistir.Por isso, optou pelo metrô. O trajeto do prédio até a estação normalmente levava cinco minutos a pé.Mas, por causa da chuva, o percurso se alongou, ficando entre sete e oito minutos. Maristela segurava o guarda-chuva, vestia um sobretudo cinza-claro, mas, mesmo assim, ela não conseguia escapar do frio úmido que vinha da chuva.À sua volta, a névoa densa criava um cenário embaçado, e a barra do sobretudo já estava molhada pelas gotas que escorriam.A chuva vinha em ângulo, cortando o ar, e Maristela apressava os passos. De repente, ela ouviu um chamado atrás de si, algo que pareceu uma alucinação auditiva, como se alguém estivesse chamando seu nome.Naquela cidade do norte, o vento frio de final de outono trazia consigo a umidade da chuva, molhando o rosto dela com uma sensação fresca. O ve

Alguns amigos de infância de Aureliano haviam organizado um encontro antecipado por causa do casamento de Diego.O casamento de Diego seria no sábado. Na quarta-feira, o grupo se reuniu para uma pequena confraternização. Aureliano também compareceu. Eram todos amigos de longa data: Pedro, Alan e Diego.Com esses amigos, Aureliano raramente se continha. Ele bebeu um pouco mais do que o habitual, sem se preocupar muito.— Olha só, a Beatriz chegou. — Alguém anunciou.Diego deu um tapinha no ombro de Aureliano, e os outros amigos trocaram olhares sugestivos. Alguns até riram discretamente.Sentado no sofá, com as pernas cruzadas, Aureliano parecia mais relaxado, talvez por causa do álcool. Levantou as pálpebras devagar, com certa preguiça, e olhou para a mulher que se aproximava.Beatriz era muito bonita, com uma maquiagem impecável. As bochechas estavam levemente coradas, os olhos abaixados com timidez. Beatriz se sentou ao lado dele.— Aureliano, beba um pouco menos... Senão seu estômag