Quando Maristela chegou ao trabalho, Ana foi a primeira a notar a marca no queixo dela.No pescoço ainda dava para disfarçar com um lenço de seda, mas aquela mancha avermelhada em certo ponto do queixo, embora já tivesse desbotado bastante, continuava visível por causa da pele muito clara.Ana, apesar de curiosa, sabia, às vezes, respeitar o momento.Ela abaixou a voz e comentou:— Tem novidade aí, hein, Maristela.— Não tem, não. — Maristela ligou o computador.— Você não vai me dizer que foi picada de mosquito, não é? No meio do inverno? Isso eu não engulo. — Ana apoiou as mãos nos ombros dela. — Mas, olha, que intensidade, hein? Morder o queixo da pessoa... Essa marca não vai sumir em poucos dias. Eu tenho um corretivo ótimo na bolsa, quer passar um pouco?Enquanto falava, ela já estendia o produto.— Obrigada. — Disse Maristela.Da sala de Beatriz veio uma voz chamando Ana. Ela entrou e, uns dez minutos depois, saiu de mansinho, com o rosto abatido e balançando a cabeça, como quem
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