All Chapters of Quando o Amor Bate à Porta: Chapter 41 - Chapter 50

Mesmo sabendo que Maristela e Silvana eram duas pessoas completamente diferentes, e que fora dos sonhos jamais as confundiria, Aureliano ainda sentia um peso no peito, como uma nuvem turva e sufocante.Ele repetiu o nome da mulher em silêncio. Maristela.O professor deu uma leve batida na mesa.— O tio do Arthur chegou. Esta é a mãe da Eulália. Por favor, os responsáveis podem se sentar.A postura de Maristela estava ereta, mas com uma rigidez contida. Seus dedos, que caíam naturalmente ao lado do corpo, se contraíram com força por um breve instante antes de relaxarem novamente.O tio do Arthur era, surpreendentemente, Aureliano.Eulália se virou para olhá-lo, também surpresa. Seus olhos grandes e escuros, parecidos com uvas negras, estavam bem abertos.— Doutor.Aureliano assentiu com a cabeça e caminhou até ela, se abaixando. Mesmo agachado, sua altura ainda era imponente diante da menina. Estendeu a mão e, com os dedos longos, afagou os cabelos dela com delicadeza.— Eu vim pedir de

Hoje, Maristela tinha levado o próprio café da manhã: um copo de leite com aveia e um sanduíche. Ela nem teve tempo de comer.Passou a manhã inteira em reuniões. A empresa fechou dois grandes contratos de design; os responsáveis das duas marcas de moda feminina também vieram até a sede, e o Presidente Paulo a chamou para o escritório. No horário do almoço, ela ainda teve que acompanhar os dois representantes para uma refeição.Maristela não gostava muito de almoços de negócios e ainda tomou duas taças de vinho. Ela passou o dia praticamente sem comer.Por volta das quatro da tarde, recebeu uma ligação da professora: sua filha havia brigado com o colega da carteira de trás. Ela pediu licença e foi às pressas até a escola.Ela acabou comendo apenas um pedaço de pizza.Com o estômago pesado de gordura, o rosto de Maristela estava pálido. Ela vacilou e se agachou. Desde que deu à luz uma filha, passou a ter crises de hipoglicemia.Ela sentiu um zumbido na cabeça. A vista dela se encheu de

Arthur agarrou a calça social do homem e tudo foi ouvido por Eulália. Como ele podia não ter dinheiro? Um homem não podia ficar sem dinheiro, ainda mais sendo escutado por uma mulher bonita. Que vergonha.Mas foi Vanessa quem pegou todo o seu dinheiro, com medo de que ele comprasse besteiras na saída da escola.Maristela se ofereceu para pagar o jantar de Arthur. Já não era cedo, e, embora sua filha tivesse comido alguma coisa, eles ainda precisavam de uma refeição de verdade. Além disso, Aureliano a havia levado até ali, então ela considerava isso uma forma de compensar o gasto com o transporte.Arthur, com o rosto corado, defendeu com firmeza sua dignidade masculina:— Sra. Maristela, eu tenho dinheiro, é só que meu tio está guardando para mim.Aureliano não fez piada, apenas levantou o queixo. Na mesma hora, Arthur segurou a mão de Eulália e correu para dentro do restaurante.Aureliano lançou um olhar a Maristela. Ao ver os lábios pálidos dela, franziu o cenho.— Hipoglicemia, hein?

Um surto de gripe se espalhou pela escola. Quando uma criança pegava resfriado, logo toda a turma acabava contaminada.Como a imunidade das crianças era mais fraca, Maristela ficou com receio de que a filha fosse infectada. Afinal, Eulália tinha um problema no coração e, se pegasse alguma infecção, a situação seria complicada. Por isso, decidiu pedir uma semana de licença para a filha.O que Maristela não esperava era que ela mesma fosse a primeira a ter febre. Preocupada em não transmitir o vírus para a Sra. Juliana e para a filha, já que se tratava de uma senhora idosa e de uma criança, ambos mais vulneráveis, pediu que a Sra. Juliana usasse máscara.A Sra. Juliana riu e disse que, pelo jeito, a saúde dela e de Eulália estava até melhor que a de Maristela.Maristela tirou licença do trabalho e foi, durante três dias, ao posto de saúde próximo ao condomínio, mas a febre não cedia. A febre continuava subindo e descendo. A Sra. Juliana levava comida para ela na hora do almoço e insistia

A enfermeira sorriu e disse:— Dr. Aureliano, o senhor também está aqui.O rosto de Aureliano era bem conhecido naquele hospital, sempre chamava atenção.A enfermeira olhou para a mulher ao lado dele, uma mulher bonita e elegante, vestindo um suéter da Chanel com um sobretudo de cashmere bege em estampa xadrez. Aquele era o típico visual de uma jovem rica.Beatriz olhou para Maristela, franzindo as sobrancelhas.— Maristela?Maristela assentiu com a cabeça, tirando o capuz.— Diretora Beatriz.Ao ouvir a voz rouca de Maristela, Beatriz não conseguiu conter um sorriso.— Meu Deus, Maristela, sua voz está tão rouca que eu nem te reconheci. Aureliano, essa é aquela funcionária do meu departamento. Da última vez, jantamos juntos, lembra?Beatriz, claro, sabia que Aureliano não lembraria de um detalhe desses. Só falou por falar. Ela e Maristela não tinham nenhuma amizade pessoal, vinham de círculos bem diferentes. Ainda assim, o talento de Maristela era notável, e o Presidente Paulo apostav