Cada palavra que Maria dizia atingia em cheio o ponto mais frágil de Henrique: a culpa.Era uma verdadeira chantagem emocional, feita com a lembrança da dívida de gratidão.A mente dele, sem querer, voltou àquele dia.A água do mar, gélida como lâminas. O sufoco de estar à beira da morte... E então, o resgate.Quando abrira os olhos com dificuldade, a primeira imagem que viu foi o rosto de Maria, molhado pela água salgada, mas ainda assim de uma beleza devastadora.Naquele instante, o coração dele batera diferente. Foi real. Foi ali que ele se apaixonou.Aquela dívida de vida, somada à emoção do primeiro encontro, formava correntes invisíveis que o aprisionavam sem escapatória.Henrique permaneceu em silêncio por alguns segundos, reprimindo as ondas de sentimentos contraditórios que o invadiam.— No futuro... Não faça mais loucuras.Repetiu a advertência, desta vez com mais firmeza.E, em seguida, sua voz assumiu um tom de aviso:— Também espero que, de agora em diante, você não volte
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