Todos os capítulos de Adeus, Esposa do Bilionário: Capítulo 11 - Capítulo 20

A vida na Cidade N era agitada, mas Cristiane raramente saía de casa.Naquela noite, porém, Vitória praticamente a arrastou para as ruas, decidida a "sacudir a poeira".O primeiro destino foi uma academia de lutas, onde não faltavam homens bonitos, fortes, charmosos e cheios de energia.Quando o sino tocou, a plateia explodiu em gritos: a luta estava prestes a começar.— Olha, olha! O número dezessete vai entrar! — Exclamou Vitória, empolgada.Ela pegou um guardanapo, dobrou-o rapidamente em forma de coração, carimbou nele um beijo bem-marcado e o entregou ao garçom.— Por favor, leve isso para o número dezessete e diga que foi a irmã do camarote número um que mandou, para dar sorte!O rapaz, acostumado com esse tipo de cena, apenas sorriu e desceu até o ringue.O lutador número dezessete estava junto às cordas, aquecendo os músculos. Seu olhar era afiado como o de uma águia. Ao receber o coração de papel, semicerrrou os olhos e lançou um olhar enigmático na direção do camarote.O sino

A roda de curiosos emudeceu por um instante. Logo depois, explodiu em exclamações de espanto.— Caralho! Três logo na saída.— Essa gata manda bem demais.— Ah, foi sorte, né?O sujeito de camisa florida, que até então ostentava um ar relaxado, ficou sério de repente. Havia um peso novo em seu olhar.Cristiane parecia não ouvir os comentários. Aproximou-se do próximo ponto de ataque, inclinou-se outra vez e mirou.O movimento fluía, sem um pingo de hesitação.As bolas coloridas pareciam programadas, seguindo trajetórias exatas, uma após a outra, direto para as caçapas.Tudo corria como água: uma sequência contínua, perfeita.Em seis tacadas, a mesa estava limpa. Quando a bola 9, dourada, sumiu na boca da caçapa, todo o salão de sinuca mergulhou em silêncio absoluto. Só restava a música suave que vazava das caixas de som.Todos ficaram boquiabertos diante daquela bela mulher de aura fria, como se a estivessem conhecendo pela primeira vez.Segundos depois, uma onda de aplausos e gritos e

No salão, o homem da camisa florida, há pouco tão confiante, estava completamente atônito.Ele se voltou para Cristiane, juntou as mãos num gesto respeitoso e abriu um sorriso resignado, mas sincero.— Linda, eu perdi! Perdi e admito de cabeça erguida. — Sacudiu a cabeça, rindo de si mesmo. — Que técnica absurda… Hoje eu realmente vi o que é talento!Virou-se então para a plateia e ergueu o braço com imponência.— Aposta é aposta! Vou dar um show pra animar ainda mais a festa! E, como prometido: todas as despesas de hoje são por minha conta! Bebam à vontade!— Aí simmmm! — O público rugiu em uníssono.Assobios, palmas e gritos ecoaram, fazendo tremer o salão.O homem subiu ao palco. Com a batida vibrante da música, iniciou uma performance engraçada que arrancava gargalhadas da multidão. Ainda assim, seus olhos não se afastavam da direção de Cristiane.Enquanto isso, os admiradores recém-conquistados dela avançavam com entusiasmo.— Moça, dá um autógrafo?— Deusa! Me passa seu WhatsApp!

Nos dias seguintes, Cristiane mal saiu de casa. Passava as horas trancada em seu pequeno laboratório, mergulhada em pesquisas, afastada do burburinho do mundo exterior.Na noite de sábado, porém, o cais privado da família Carvalho resplandecia como nunca. Refletores intensos banhavam o lugar em luz, transformando a escuridão em claridade quase diurna.Ali repousava, imponente, um iate de cinco andares, tão gigantesco que parecia desafiar o horizonte. O casco branco reluzia sob os holofotes, brilhando como uma pérola gigante. Não era apenas um navio: era o símbolo do poder e da riqueza do Grupo Carvalho.Naquela noite celebrava-se o cinquentenário da corporação, e a festa acontecia justamente a bordo do colosso batizado de Estrela do Mar.Do cais, uma fila interminável de carros de luxo chegava sem cessar. De cada porta aberta desciam nomes de peso: empresários, políticos, celebridades. A nata da Cidade N e até do país inteiro.Munidos de convites dourados, os convidados eram guiados co

No instante em que tudo parecia inevitável…Do meio da multidão, duas silhuetas imponentes rasgaram o caos como flechas disparadas, avançando velozes em direção a Cristiane.O tempo pareceu desacelerar.A dor que ela esperava não chegou.No último segundo, antes da chuva de vidro cair sobre ela, uma figura em branco surgiu diante de seus olhos.Um peito largo e quente chocou-se contra suas costas, envolvendo-a com força, como um escudo humano.O impacto a deixou sem ar por um momento, mas logo foi substituído por uma sensação arrebatadora de segurança.Ao redor, o barulho das taças despedaçando-se ecoava como trovões. Ainda assim, ela sentia como se houvesse um muro entre ela e o desastre: ele.Aquele homem estava usando o próprio corpo para protegê-la de tudo.O caos foi se acalmando aos poucos. Cristiane, trêmula, abriu lentamente os olhos.A primeira coisa que viu foi a linha firme do maxilar de Alexandre. Logo acima, o brilho profundo de seus olhos, tomados de ansiedade e preocupaç