Ela caminhou até a imensa janela de vidro que se estendia do chão ao teto.Ali, diante da cidade inteira que se derramava sob seus olhos, compreendeu o que era ter o mundo a seus pés.O olhar ultrapassava a fileira interminável de arranha-céus e, para sua surpresa, ela conseguia distinguir com clareza o prédio onde morava. Até mesmo a sacada de seu apartamento.Aquele cantinho pequeno, repleto das flores e plantas que ela mesma cultivara.O coração se contraiu de repente, vazio.Ela se perguntou se Henrique, em algum momento, não teria ficado ali parado, observando na mesma direção."Talvez, em dias nos quais eu nada suspeitava, nossos olhares tenham se cruzado à distância…"Que absurdo! Que ironia!Ela desviou os olhos e os pousou em outra parte do escritório.Uma estante enorme ocupava toda a parede, abarrotada de livros em capa dura, a maioria sobre economia e administração, além de alguns exemplares originais em francês.Ao examinar a parede oeste, ao lado da estante, percebeu algo
Read more