Amor em Cinzas, Promessas Queimadas
Após o incêndio, não o impedi de entrar nas chamas para salvar a "sobrinha".
Assisti, impotente, enquanto o fogo o devorava diante dos meus olhos.
Na vida passada, no dia do nosso casamento, um incêndio devastou o hotel.
Nós escapamos a tempo, mas a sobrinha sem laços de sangue com ele ficou presa entre as chamas.
Desesperado para a resgatar, ele tentou correr de volta. Eu o segurei com todas as forças.
Quando o fogo enfim se apagou, nada restou dela além de cinzas.
Ele dizia não me culpar. Mas, três anos depois, no aniversário do nosso casamento, levou a mim e ao nosso filho para mergulhar.
Nas profundezas, com um olhar cheio de rancor, arrancou nossos tubos de oxigênio.
— Você me impediu de salvar Mafalda. Agora, pagará com a sua vida.
Chorei, supliquei, dizendo que nosso filho era inocente. Ele, porém, virou as costas sem olhar para trás.
Eu e meu filho morremos sufocados.
Somente depois da morte compreendi:
ele sempre amara aquela sobrinha perdida nas chamas e a sua raiva contra mim queimava tão fundo quanto o fogo que a levou.
Quando abri os olhos novamente estava de volta ao dia do incêndio.