Na Explosão, Você Fugiu. No Altar, Fugi Eu.
No momento da explosão no laboratório, meu namorado, Gustavo Sena, correu desesperado... Mas não até mim. Ele correu até Lívia Cardoso, que estava distante do centro da explosão, e a protegeu com o próprio corpo.
Quando o barulho cessou, ele a levou imediatamente ao hospital, nos braços. Nem sequer olhou para mim, caída no chão, coberta de sangue.
Aquela garota que ele criou e cuidou por dezoito anos preenchia completamente seu coração.
Não havia mais espaço para mim.
Meus colegas me levaram ao hospital. Sobrevivi por pouco.
Depois de sair da UTI, com os olhos ainda inchados de tanto chorar, liguei para meu orientador:
— Professor Luís, eu pensei bem e tomei uma decisão. Aceito ir com você para o projeto de pesquisa confidencial. Mesmo que a viagem seja em um mês, e eu não possa ter contato com ninguém por cinco anos... Está tudo bem.
Em um mês, eu me casaria e realizaria um sonho que eu alimentava há muito tempo. Mas agora... Eu já não quero mais.