Nicolas Navarro me pediu em casamento sessenta e seis vezes em sessenta e seis viagens diferentes. Na sexagésima sétima, meu coração finalmente cedeu. No dia seguinte ao casamento, entreguei a ele sessenta e seis cartões de perdão. Um acordo silencioso: toda vez que ele me irritasse, poderia usar um para ser perdoado. Seis anos se passaram. Toda vez que a amiga de infância dele entrava entre nós, um cartão desaparecia. Quando restavam apenas dois, Nicolas finalmente notou. E era tarde demais para fingir que nada havia mudado.
もっと見るEle me conhecia muito bem.Sabia que, uma vez que eu tomasse uma decisão, não haveria volta.Por um tempo depois da separação, Nicolas ficou lá embaixo do prédio, me esperando.Ignorava os comentários maldosos, insistia em me pedir para não seguir com o divórcio.Mas agora, nada disso fazia diferença.Quem escolhe trair precisa estar pronto para lidar com as consequências.Eu tinha dado muitas chances.Agora, não havia mais perdão.Durante um mês inteiro, ele ficou ali, me vigiando.Todo dia vinha atrás de mim, repetindo arrependido que queria consertar tudo, pedindo que eu voltasse.Virou uma sombra, feito mosca insistente, e isso acabou chamando a atenção de todo mundo.Até o Matteo notou. Imprimiu uma pilha de cópias do acordo de divórcio.Cada vez que alguém via o Nicolas, entregava uma.O professor até tentou manter o foco do grupo e não deixar que aquilo atrapalhasse o andamento do projeto, mas no fim, Nicolas era como um chiclete grudado no sapato.A solução foi mudar. Levou a g
Ele nunca deixou o trabalho de lado. Nem mesmo quando eu precisei fazer uma cirurgia por gravidez ectópica, fui sozinha.Justo nesse momento, Leo ligou para ele.— A negociação está em cima da hora. Onde você pensa que vai?Nicolas estacionou o carro no aeroporto, com o rosto carregado.— A Olívia foi embora. Saiu do país.— Foi pra fechar algum acordo? — Leo perguntou, desconfiado, mas com uma sensação ruim crescendo no peito.— Aquelas coisas que vocês me disseram antes... era por causa da Valentina, não era? Pela forma como eu trato ela. Pela falta de limites.Do outro lado da linha, Leo apenas respondeu com um murmúrio.— Exato.Era tudo o que ele precisava ouvir.Estava claro. Todo mundo tinha percebido, menos ele.— A culpa é toda minha. Desde que a Valentina voltou, eu não consegui parar de cuidar dela como fazia na infância. Ela se apoia demais em mim, sempre precisa de ajuda até nas coisas mais simples. Eu devia ter me afastado dela há muito tempo. Eu não quero me divorciar, m
Valentina fez um biquinho.— Fui eu que escrevi. Passei a noite nisso.Nicolas abriu a boca, quis dizer alguma coisa, mas não soube como começar.Afinal, tinha sido ele quem arranjou o estágio dela na empresa. Achava que, com alguma experiência, ela teria mais chances se quisesse mudar depois.Valentina mordeu o lábio, os olhos marejados.— Nico, eu vou refazer. Se não fosse a Olívia insistindo que tinha que ser entregue hoje, eu nem teria corrido tanto. Talvez eu nunca devesse ter vindo trabalhar com você...Ela abraçou os papéis e se virou para sair.Nicolas levantou a mão, pedindo que parasse. Mas, na mente dele, outra imagem surgiu.A de Olívia.Ela nunca foi de fazer esse tipo de drama. Sempre foi segura de si.Por mais complicado que fosse o problema, dava um jeito de resolver.Nunca se fazia de vítima. Quando discordavam de alguma coisa, ela apresentava seus argumentos com calma e firmeza.Mesmo quando ele decidiu, por conta própria, que Valentina deveria entrar na empresa, Olív
Eu não quis atender. Nem responder.Ativei o modo silencioso e deixei o celular ali, piscando sem parar ao meu lado.Nosso relacionamento tinha acabado de vez....Na casa da Valentina, Nicolas viu a mensagem e entrou em pânico.Começou a me ligar, mandando mensagem atrás de mensagem.[O que você tá dizendo? Não tinha mais de sessenta cartas? Para com essa birra!][É porque eu não fiquei com você? Espera aí, vou voltar e explicar.][Por que você não atende o telefone? Olívia, mesmo brava, você não pode agir assim!][Atende! Eu tô falando com você!]Ele não conseguia acreditar que eu realmente não responderia. Continuava insistindo, em looping.Depois de dezenas de chamadas e mensagens, o coração dele apertou de verdade.[Como assim… a gente tinha combinado que você não ia ficar brava. Por que você não tá atendendo?]Foi então que começou a lembrar…Cada vez que eu mencionava as cartas de perdão, parecia distante.Mesmo quando ele pisava na bola, mesmo quando a mágoa era evidente, eu co
Levei as roupas até a entrada, larguei tudo ali mesmo, ia mandar direto pra lavanderia no dia seguinte, e voltei pro quarto.Quando me viu entrar, Nicolas abriu um sorriso satisfeito.— Isso que é minha esposa! Rápida como sempre. Aquela é a saia preferida da Valentina, hein. Capricha na lavagem.Assenti em silêncio, coloquei uma máscara facial e me joguei na cama, pegando o tablet pra assistir uma série.Do lado, Nicolas mexia no celular sem parar, os dedos deslizando na tela como se trocasse mensagens com alguém.De repente, uma notificação apareceu no meu tablet: o WhatsApp dele tinha sido conectado por ali.Cliquei por instinto.[Nico, você é demais! Faz séculos que não como um doce tão bom. Aquela loja é sempre lotada, deve ter dado um trabalho.]Nicolas me lançou um olhar rápido, mas seguiu digitando sem parar.[Se você gostou, já valeu a pena. Na próxima eu trago mais. Afinal, você é minha querida 'irmãzinha', né?']Valentina respondeu de novo:[E os meus lençóis? Estão cheios d
Assim que terminou de falar, Valentina se aproximou e agarrou o braço dele.— Nico, meu pé tá doendo. A gente pode ir logo?O paletó do Nicolas estava sobre os ombros dela, e aquele corpo frágil se apoiava todo nele.Ele nem sequer olhou pra mim, mesmo eu estando pálida de dor. Simplesmente a pegou no colo e a acomodou no banco do carona.— Senta bem, cuidado pra não encostar no machucado.Só depois de fechar a porta e se preparar pra dar partida é que ele me notou parada ali do lado.— A gente cresceu junto. Eu só vejo ela como uma irmã. Vai pra casa.Sorri, curvando um canto da boca.— Claro... só uma irmã.Com medo de ele achar que eu estava magoada, acrescentei logo em seguida:— Você usou uma carta de perdão. Tá tudo bem.Nicolas hesitou. Quase disse alguma coisa, mas foi interrompido.Valentina soltou um “ai” baixinho, e ele se virou imediatamente, preocupado.— Vamos.E foi isso. Nicolas entrou no carro e partiu com ela, me deixando sozinha na porta do hotel.Apertei o casaco co
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