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Capítulo 9

Author: Belarmino Verde
Um amor assim, barato e sem vergonha, ela não queria de jeito nenhum. E Viviane era igualmente sem escrúpulos. Dizia que era sua melhor amiga, mas fazia tudo para trair uma amiga de verdade.

Lívia ia fazer com que os dois pagassem por tudo isso.

Na manhã seguinte, Lívia tomou café da manhã junto com a família Santiago. Teresa lançou-lhe vários olhares severos e, ao ver que ela não reagia, disse com ironia:

— Tem gente que realmente não reconhece o próprio valor e acha que a empresa não pode ficar sem ela. Será que está esperando que imploremos para ela voltar a trabalhar? Antes a tratávamos como uma santa, e é por isso que agora ela está com essa ideia ridícula.

— Mãe! — Ian balançou a cabeça para a mãe. — Para de falar sobre isso, vamos comer.

— E eu, como sogra, não posso dar uma bronca nela? Estou ensinando-a a ser gente!

— Agradeço sua orientação. — Lívia olhou para a sogra e sorriu. — Eu realmente sou uma inútil. Nunca assinei um grande projeto para a empresa, nem trouxe dinheiro algum. Se meu sogro me demitiu, é porque está certo.

— Pff, pelo menos você tem um pouco de noção de si mesma. — A sogra disse, satisfeita.

— Ah, sim, ainda tenho uma pilha de documentos para entregar, como o projeto da área comercial do Grupo Era Dourada, o projeto do condomínio de luxo na Vila das Magnólias e, sim, o shopping do Grupo Ouro & Valor. — Disse Lívia, olhando para Valter. — Sogro, preciso mesmo entregar? Afinal, não são projetos tão grandes.

— Claro que precisa! É sua obrigação! — Valter ficou com a expressão sombria.

Lívia então olhou para Teresa.

— Sogra, você provavelmente nem sabia desses projetos. Normal, afinal, você passa o dia assistindo novela ou cuidando das plantas, como teria contato com eles?

— Você...

— Agora que fui demitida, terei bastante tempo livre. Posso ficar com você em casa, assistindo novela, cuidando das plantas... Podemos ser preguiçosas juntas, que tal?

Teresa, furiosa, sentiu a pressão arterial subir. O que tinha acontecido com Lívia? Antes, mesmo que não fosse afetuosa e bajuladora, ao menos era respeitosa. Agora, cada frase vinha com uma provocação.

Ian ficou em silêncio por um momento, depois olhou para o pai.

— Pai, é melhor deixar a Lívia voltar à empresa. Mesmo que não seja para o departamento de projetos, qualquer outro serve.

— O departamento de logística precisa de alguém para gerenciar a limpeza. Quer ir? — Valter olhou para Lívia com frieza.

— Lili, você pode ir temporariamente para o departamento de logística. Quando houver vaga em outro setor, o pai providencia a sua transferência. — Ian então olhou para Lívia.

— Quer que eu vá limpar por vocês? — Lívia piscou.

— É temporário.

— Ah, não têm medo de eu colocar a água da descarga para fazer café ou chá para vocês? — Disse ela maliciosamente.

— Como você ousa?! — Valter imediatamente fez uma careta de nojo.

— Estou só brincando, não levem a sério.

Mas a brincadeira não era nada engraçada. E, com o temperamento de Lívia, ela provavelmente faria mesmo se quisesse.

— É melhor você ficar em casa descansando. — Ian pensou por um momento e disse.

Depois que Valter e Ian foram trabalhar, Lívia voltou para o quarto e trocou de roupa. Como ainda não havia feito a entrega de todos os projetos, ela precisava ir à empresa. Mas a hora que começaria ou terminaria, isso ficaria a critério dela.

Quando estava prestes a sair, o presidente Nelson ligou para ela:

— Lili, venha rápido para a empresa. Pedi muito para meu filho, e finalmente ele arranjou tempo para me ver. É uma boa oportunidade para vocês se encontrarem também.

— Seu filho é tão ocupado assim? — Ela perguntou, surpresa.

Ele precisava implorar para o próprio filho para conseguir um encontro?

— Claro, meu filho é responsável por milhares de assuntos.

Lívia sorriu, realmente queria conhecer esse tal filho ocupadíssimo do Sr. Nelson. Segundo ele, o filho era tão bonito que deixava qualquer um sem chão e perdidamente apaixonado.
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