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Capítulo 4

Author: Calma
— Me dá nojo só de olhar.

Dizendo isso, ele e a mãe de Paula subiram as escadas, carregando algumas malas enormes.

Eu também me perguntei como aqueles pais criaram uma filha tão sem-vergonha.

Paula sorriu com escárnio, aproveitando que estávamos só nós na sala. Ela se aproximou de mim, vitoriosa.

— E daí que vocês casaram? E daí que você está grávida do filho dele?

— Eu e meu bebê ainda somos mais importantes.

— Ah, o Lucas me disse que, quando meu bebê nascer, ele vai ser o primogênito, e vai ter o sobrenome Ribeiro.

— Já seu bastardo, ele só vai adotar, e vai ter o seu sobrenome.

Olhei para o sorriso irritante de Paula. Achei tudo tão sem graça.

Eu já tinha visto joguinhos dela demais.

Saí do caminho dela, querendo sair dali.

Mas Paula de repente se jogou no chão, chorando: — Me desculpa, Inácia. A culpa é toda minha.

O choro dela chamou os pais.

A mãe dela veio para cima de mim como uma louca.

Justo nessa hora, a porta da mansão se abriu, e Lucas entrou correndo.

Eu ia me explicar, mas a mãe de Paula me derrubou e me deu um tapa na cara. Enquanto isso, ela me xingava com palavras horríveis.

— Sra...

Lucas tentou impedir, e vi um brilho de pena nos olhos dele.

Ele ia falar, mas Paula chorou e se atirou nos braços dele.

— Lucas, você prometeu que meus pais viriam cuidar de mim depois que o bebê nascesse.

— Meu apartamento é pequeno, não cabe cinco pessoas.

— Eu só perguntei se a Inácia se importava de morarmos juntos, mas ela de repente me bateu...

Ela cobriu o rosto, depois a barriga.

E chorou ainda mais alto.

Fiquei tonta com tanto barulho.

O lugar onde levei o tapa doía e estava dormente. Devia estar inchado.

Mas debaixo da mão de Paula, o rosto dela estava intacto. Nada.

Senti o olhar hesitante de Lucas sobre mim, olhando para o meu rosto já inchado.

No final, ele tinha que escolher a amiga de infância de quem ele não conseguia se afastar.

Enxuguei as lágrimas. Levantei-me em silêncio.

Meu marido, que prometeu me proteger e me amar para sempre, na hora que eu mais precisei tornou-se a desculpa para outra mulher fazer o que quisesse.

Talvez nosso casamento tenha sido um erro desde o início.

Ele não conseguia largar a amiga de infância.

Então, ele tinha que largar nosso casamento.

Afinal, em mais um dia, eu o deixaria.

Paula, com medo de que o bebê estivesse mal, insistia em ir ao hospital.

A mãe de Paula exigia que eu pedisse desculpas.

Lucas, no meio do caos, olhava para o meu rosto que já estava inchado e vermelho.

Ele escolheu a Paula.

— Inácia, vou levar a Paula no hospital primeiro.

— Minha mãe voltou do exterior. Quando eu voltar, te levo para a casa dela.

— Eu prometi isso à Paula, preciso que você me entenda. Não quero ser um mentiroso.

Olhei para o homem com quem eu dormi por três anos.

Ele falava de promessas feitas a outra pessoa.

Mas tinha esquecido que, ao casar comigo, ele também prometeu me amar para sempre.

E todas as outras promessas que ele me fez com tanta certeza.

As que ele cumpriu, ele desistiu pela metade.

As que ele prometeu, ele esqueceu todas depois que Paula voltou.

Engoli a tristeza profunda. Eu só queria acabar com essa bagunça logo.

— Inácia, eu te amo.

Vendo que eu estava inexpressiva, Lucas se apressou em completar:

— Não importa o que você tenha feito de errado.

— Meu amor por você nunca mudou.

Ouvi o que ele disse e achei muito engraçado.
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