Mag-log in— Você não precisa se preocupar. Meu advogado é muito bom em casos de divórcio.— Acredito que, em um futuro próximo, você não precisará mais ficar desmentindo nada.Eu suspirei, prestes a agradecê-lo.Mas senti que havia algo estranho.O que ele queria dizer com "em um futuro próximo, você não precisará mais desmentir nada"?Olhei para ele com um olhar inquisitivo e percebi que as orelhas de Rafael estavam vermelhas.Sua expressão era tão óbvia.Não precisava nem falar o que significava.— Eu vou te esperar. Vou esperar o dia do seu divórcio. — Nesse meio tempo, você pode me perguntar quantas vezes quiser. — Eu prometo: meu amor por você não vai mudar.Eu finalmente entendi o que era ser amada.Depois que Rafael se declarou, ele nunca mais escondeu sua preferência por mim.Mostrou para todo mundo.Durante o processo de divórcio com Lucas, ele veio me procurar várias vezes.Mas Rafael o espantava como se fosse um mosquito.Com medo que eu fosse assediada, ele até alugou a casa ao lad
Essas rosas, mesmo sem ser em um lugar fechado, já me davam tosse e espirros sem parar.Eu cobri o nariz, enojada. Só então ele se tocou.Ele pegou as rosas e correu para fora da cafeteria, querendo me agradar.— A sua mãe deve ter te avisado sobre o divórcio. — Que bom que você veio me encontrar. Assim, eu não preciso ir à Justiça.Essa era a principal razão para eu aceitar sentar na frente dele.Faziam seis meses que eu tinha saído. Eu não queria mais arrastar isso. Eu só queria resolver tudo rápido.Ao ouvir isso, o brilho nos olhos dele sumiu na hora.Mas, para mim, tirando o divórcio, eu não tinha mais nada para conversar com ele.— Eu não vou me divorciar de você. — Eu vim aqui esperando que você volte para casa comigo.Voltar para ele?Que piada.Eu sou o quê? Um objeto que ele chama e descarta quando quer?Eu tinha acabado de fugir da jaula.Nunca mais ia me permitir entrar naquele abismo de novo.Além do mais, sem mim, ele e Paula podiam ficar juntos na luz do dia.Ele não p
Afinal, aquela era a casa onde eu e ele moramos por três anos.Mesmo que meus pertences tivessem sumido,Ainda restavam as nossas boas lembranças.— Mãe, em alguns dias, vou convencer o Lucas a passar a mansão para o meu nome. — Ele não se importou em abandonar a esposa e o filho para cuidar de mim e do filho de outro. — Um otário desses, nunca mais vou achar. Tenho que tirar o máximo que puder dele.Ele nem tinha entrado na mansão. Já ouviu a conversa de Paula e os pais.Então, os pais dela sabiam.O bebê da Paula não era dele.Eles tinham tramado um plano, encenado uma mentira.Tudo por causa do dinheiro dele.— Não esquece de comprar um apartamento para o seu irmão. — Se não, essa mansão vai ser o presente de casamento dele.Lucas sempre deu atenção para Paula porque sabia que a família dela priorizava o filho homem.O controle rígido era só a falta de carinho.Por isso, Lucas era bom para ela.Só pela amizade de mais de dez anos.Ele queria dar a ela o amor que ela não recebia d
Ou viver tranquila em qualquer lugar do mundo. Aproveitar a liberdade todo dia.Alguns meses se passaram assim.Eu estava jantando e cantando com um grupo de amigos.Sair da minha terra natal e recomeçar em uma cidade estranha. Apenas os primeiros dias foram estranhos.Levei um mês para ir de sociopata a integrada.Neste mês, fiz muitos amigos.No passado, eu só investi no meu relacionamento com Lucas.Por sete anos, eu não tinha amigos, quase não socializava. Eu coloquei toda a minha energia em uma única pessoa.Acabei me perdendo totalmente.— Inácia, você está vestida diferente hoje. É por causa...Letícia Costa, minha colega de trabalho, me olhou com um sorriso malicioso.Ela olhou logo para o homem que estava ao meu lado.Há meses, entrei em uma empresa pequena.Ele é Rafael Loureiro, o chefe da nossa empresa.Jovem, bonito, e super de boa. É tão fácil conviver com ele que a relação de chefe e funcionária virou amizade.Por isso, Letícia sempre se achava no direito de fazer piad
Lucas chegou ao hospital onde eu estava na maior velocidade.Mas, por mais que ele procurasse, não me achou.Perguntou no hospital, e a resposta era sempre que eu já tinha ido embora.Ele ligou para o amigo de novo, sem aceitar.O amigo só disse que me viu entrar na sala de cirurgia duas horas atrás.Sem sucesso no hospital, ele voltou para a casa da mãe.Nem deu atenção à mãe, que tomava chá na sala. Foi direto para o segundo andar.Procurou em todos os quartos.Eu não estava lá.Um mau pressentimento começou a sufocá-lo.Não importa onde ele olhasse, não havia nenhum vestígio meu naquela casa.— Mãe, cadê a Inácia?O suor frio escorria.Diferente da urgência dele, a mãe dele estava tranquila no sofá.— A Inácia abortou o bebê e foi embora da cidade. — Isso foi o que ela me pediu para te entregar.Ela pousou a xícara de chá e pegou o pedido de divórcio da mesa.Ao ver aquelas palavras, Lucas arregalou os olhos, sem acreditar.Como se fosse uma premonição, ele tinha sentido uma vontad
— O que eu fiz de errado? — Eu me aproximei, perguntando baixinho. — Você fala tanta mentira que esqueceu quem carrega o seu filho de verdade, Lucas?Lucas ficou paralisado. Mas ele lembrou que a família de Paula estava por perto e logo ia me confrontar.Mas eu fiz um gesto, cortando ele.— Relaxa, eu vou agora mesmo. Não atrapalho a reunião familiar de vocês.Ao ouvir que Lucas ia me mandar embora, a barriga da Paula parou de incomodar.Ela parou de querer ir ao hospital.E ainda me empurrou, super "carinhosa", pedindo para Lucas arrumar minhas coisas.Eu dei uma risada fria e apontei para o quarto.— Minha mala já está pronta. É só descer com ela. Posso ir agora.Lucas me olhou, chocado.Mas eu já estava com o casaco, andando para a saída: — Eu já ia passar uns dias na casa da mãe, mesmo.Ele soltou o ar, aliviado. Correu escada acima para descer minha mala. Ainda chamou um táxi para mim, todo atencioso.Eu sabia: o carro dele já estava lotado com as coisas de Paula. Não havia espaço