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Capítulo 4

Author: Lua Santiago
No caminho de volta para a sala de aula, Raíssa encontrou Vagner e alguns amigos dele. Vagner era meia cabeça mais alto do que os outros, e sua aparência marcante o tornava facilmente reconhecível.

Eles andavam à frente de Raíssa, sem notar sua presença.

— Ei, Vagner, ouvi dizer que sua admiradora nem te procurou antes do início das aulas.

— Deve ser porque sabe que você está namorando. Aposto que o coração dela está despedaçado.

— Hoje até ficou distraída na aula do professor Alexandre. Com certeza é porque você e a Helena estavam sentados na frente dela, ela ficou mal, hahaha.

Ao escutar isso, Raíssa finalmente entendeu que a "admiradora" de quem falavam era ela mesma.

Tanto Raíssa quanto Vagner estavam entre os dez melhores alunos do ano. Por gostar dele, ela realmente costumava procurá-lo para estudarem juntos, mas não imaginava que, aos olhos dos amigos dele, ela havia se tornado uma seguidora fiel.

Naquele momento, Raíssa se sentiu profundamente ridicularizada.

Ela acreditava que a postura dos amigos influenciava a atitude de Vagner e, por isso, era fácil imaginar que ele pensava da mesma forma.

No entanto, toda vez que o convidava, ele nunca recusava. Sempre que discutiam questões juntos, o clima era agradável, o que fazia Raíssa se iludir, achando que talvez tivesse alguma chance.

Nesse instante, ela ouviu Vagner dizer:

— Da próxima vez, falem menos da Raíssa na frente da Helena, senão ela vai ficar chateada de novo.

— Está bem, está bem. — Respondeu um dos amigos de Vagner. — Agora a Helena é sua namorada oficial.

— Acho que você tem sorte, viu? Tem uma namorada tão bonita como a Helena, e ainda tem uma aluna excelente como a Raíssa te admirando. Por que não fica com as duas logo de uma vez?

— Sai fora, pare de falar besteira. Só vejo a Raíssa como amiga.

— Você pode até ver ela como amiga, mas ela queria mesmo era ser sua namorada.

— E aí, vocês acham que a Raíssa ainda gosta do Vagner? Vai de paixão declarada para paixão secreta, esperando ele terminar o namoro.

— E se o Vagner não terminar?

— Se não terminar, então ela vai esperar por ele a vida toda, vai acabar nunca se casando, hahaha.

— Você pensa que está num drama de televisão, é?

— Que tal a gente fazer uma aposta? Quanto tempo a Raíssa vai ficar solteira por causa do Vagner?

— Um ano? Dois anos? Cinco anos?

Nesse momento, Vagner interrompeu a conversa:

— Pronto, parem com isso.

Apesar das palavras, o canto de sua boca se elevou, e em seu rosto apareceu uma expressão de satisfação mal disfarçada.

Para eles, era motivo de orgulho que uma garota ficasse solteira por anos por causa de um rapaz.

Enquanto o grupo se afastava cada vez mais, Raíssa permaneceu parada, seus punhos se cerrando involuntariamente.

Poder enxergar a verdadeira natureza de uma pessoa a esse custo, para ela, não era de todo uma coisa ruim.

Raíssa passou o dia inteiro mergulhada em inquietação. Primeiro, soube que a pessoa com quem teve uma relação íntima era um professor da escola, e depois, pelas palavras de Vagner e de seus amigos, sua antiga paixão foi completamente desfeita.

Quando as aulas terminaram, ela pediu para Laura levar seus livros de volta ao dormitório, pois ela mesma estava se preparando para trabalhar na cafeteria.

— Desde o primeiro ano de faculdade, você trabalha todos os dias em meio período, nem frequenta as aulas de revisão à noite, e mesmo assim consegue se manter entre os dez melhores do ano. Eu realmente te admiro. — Comentou Laura, observando Raíssa arrumar as coisas.

— Não tem jeito, preciso ganhar meu sustento.

Laura, sendo amiga de tantos anos, conhecia ao menos um pouco da situação familiar dela:

— Seus pais realmente... Têm uma filha tão esforçada e simplesmente não ligam, mas com o filho, que não tem nenhuma ambição, eles se preocupam tanto. — Ao perceber que poderia estar ofendendo a família de Raíssa, Laura rapidamente se desculpou. — Desculpe, Raíssa, falei sem pensar.

Raíssa sorriu para ela:

— Não se preocupe, eu sei que está do meu lado. Está quase na hora, preciso ir. — Assim dizendo, ela colocou a mochila nas costas e saiu pelo portão da escola.

Ela percorreu o caminho da escola até a cafeteria por mais de um ano. Aproveitava o tempo do estudo noturno para trabalhar. Enquanto os outros já dormiam confortavelmente, a pequena luminária ao lado de sua cama permanecia acesa, só se apagava no meio da noite.

Todos diziam que a bolsa de estudos dela era conquistada com extrema facilidade, mas apenas ela sabia o quanto tinha sido árduo esse percurso.

Ao chegar na cafeteria, Raíssa vestiu o uniforme do estabelecimento e assumiu o trabalho da colega do turno diurno.

Embora fosse um emprego de meio período, Raíssa já trabalhava ali há mais de um ano, podendo ser considerada como uma funcionária efetiva.

À noite, o movimento na loja não era intenso. Após avisar a colega de trabalho, ela foi ao banheiro.

Ao se levantar, sentiu de repente uma tontura, precisou se apoiar na parede para se estabilizar, e seu coração disparou em descompasso.

De repente, Raíssa pensou em algo terrível.

Sua menstruação ainda não tinha vindo naquele mês!

"É impossível, absolutamente impossível."

Raíssa se lembrava perfeitamente: naquela noite, Alexandre usou preservativo, do contrário, ela jamais teria tido relações sexuais.

"Será que o preservativo rompeu?"

Uma ansiedade profunda tomou conta de Raíssa. Assim que terminou o turno, foi imediatamente à farmácia comprar um teste de gravidez. Ela nem ousou comprar em alguma farmácia perto da escola, pegou um táxi até uma farmácia a cinco ou seis quilômetros dali.

Com o teste de gravidez nas mãos, Raíssa estava tão nervosa que tremia. Enquanto esperava o resultado, ela se agachou no banheiro, juntou as mãos e rezou sem parar.

— Por favor, me proteja, por favor. Eu nunca mais vou fazer isso, por favor, não faça isso comigo. Ai, ai, ai, céus me protejam, Deus me proteja, divindades me protejam, Nossa Senhora me proteja, Jesus me proteja...

Raíssa invocou todos os deuses de diferentes tipos e, com cautela, abriu um pequeno espaço entre os olhos para espiar o resultado.

Ao ver as duas linhas vermelhas no teste, sentiu que seus nervos estavam à beira do colapso.

"Tô ferrada, tô completamente ferrada."
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