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Capítulo 3

Penulis: Carlos D.M
Apesar de todos os meus esforços para recusar, Isadora acabou me arrastando para o local do encontro deles naquela noite.

Mal tínhamos chegado à porta do camarote, já ouvi a voz do Breno lá dentro.

— Vocês não precisam se preocupar. Depois de tantos anos, quantas vezes a Lívia já falou coisas duras para mim? No fim das contas, ela nunca consegue ficar longe de mim.

— Hoje ela só está brava, mas assim que a raiva passar, vai voltar a girar em torno de mim.

Do lado de fora, mordi com força a carne macia dentro da boca, sentindo um leve gosto de sangue se espalhar.

Durante todos esses anos, cuidei dele com todo o meu coração, sempre pensando no bem dele, mas, pelo jeito, para o Breno, tudo isso não tinha o menor valor.

Isadora, ao ver meus olhos marejados, apertou minha mão.

Ela estava prestes a empurrar a porta, mas eu a impedi.

Naquela altura, eu já não queria ver o Breno nem mais uma vez.

Segurei a mão da Isadora e me preparei para ir embora.

Tínhamos dado apenas alguns passos, virando no corredor, quando Breno e Alice saíram do camarote.

Logo Alice falou:

— Breno, você está bêbado, não fala assim. Se a Lívia ouvir isso, vai ficar magoada.

— Magoada não é exatamente o que você quer? Toda vez você me faz prometer que vou com ela ao cartório, e na última hora me faz desistir. Alice, o que importa é a sua felicidade!

Assim que Breno disse essas palavras, as lágrimas que eu tentava conter transbordaram dos meus olhos.

Então era isso… Eu não passava de uma palhaça, uma peça usada no joguinho ambíguo entre os dois!

Agora fazia sentido ele não ter ficado nem um pouco animado na primeira vez em que aceitou se casar comigo.

Eu, mergulhada na felicidade inesperada, não percebi o desprezo nos olhos dele.

Alice, apoiada no peito do Breno, dava risadinhas enquanto batia de leve nele.

— No começo, foi você que teve essa ideia!

— Eu só queria te divertir, foi só por isso que pensei nisso!

Enquanto conversavam, começaram a se beijar ali mesmo, como se não houvesse mais ninguém ao redor.

Eu me sentia vazia, como se minha alma tivesse sido arrancada, e puxei Isadora para fora do bar, completamente anestesiada.

A brisa fresca da noite parecia gelar ainda mais meu coração.

— Lívia, você é boa demais, por isso esse casal de canalhas faz de tudo para te humilhar desse jeito! — Isadora continuava indignada, xingando sem parar, enquanto eu apenas sorria, sem forças.

Mas assim que tentei dizer algo, senti o gosto forte de sangue tomando conta da boca.

— Já passou. De agora em diante, eu e o Breno não temos mais nada um com o outro!

Depois de muita conversa, consegui convencer Isadora a voltar para casa e fui para meu apartamento alugado.

Antes mesmo de chegar, recebi uma ligação do Rappi.

Disseram que já tinham chegado ao local combinado, mas não conseguiam falar com o destinatário.

Só então lembrei que o Breno nunca atendia ligações de números desconhecidos.

Pedi para o entregador esperar um pouco, desliguei e entrei em contato com Breno.

Ele devia ainda estar no bar, o som era alto, mas não escondia o tom de orgulho na voz dele.

— Já está me ligando tão rápido assim? Onde foi parar a coragem de me largar sozinho na rua mais cedo?

Se fosse antes, eu teria engolido o orgulho, pedido desculpas, tentado agradá-lo de todas as maneiras.

Desta vez, respondi de forma calma:

— Deixei suas coisas na porta da sua casa. Quando chegar, lembre-se de pegar.

Breno logo ficou ainda mais convencido.

— Lívia, o que você comprou pra mim dessa vez? Está tentando me agradar de novo?

— Você não era toda decidida? Até mandou mensagem para os amigos dizendo que não vai mais aos meus jantares? E agora, já está tentando me agradar de novo?

Não respondi mais nada, apenas desliguei o telefone.

Antes de desligar, ainda ouvi ele perguntar o que era o presente, dizendo que só ia decidir se me perdoava depois de ver se gostava.

Sorri, sem graça.

Afinal, depois de tantos anos correndo atrás dele, eu já não tinha mais nenhum pingo de dignidade aos olhos dele.

Mas não faz mal. Um dia ele vai acordar para a realidade.
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