Os lábios de Catarina tremiam, e dela escapavam soluços contidos. Raíssa se aproximou, retirou os óculos dela e, com um lenço de papel, limpou suavemente as lágrimas que escorriam por seu rosto.Naquele momento, Raíssa viu nela, mais uma vez, a si mesma no passado. Ela não era alguém que recusasse mudar, apenas estava perdida na neblina, incapaz de enxergar um caminho claro.— Catarina, fugir não resolve o problema. Se esse caminho está te machucando tanto, que tal tentarmos outro, o que acha?Talvez fosse por estar grávida, mas Raíssa parecia envolta em uma ternura serena.Catarina se lembrou da noite anterior, quando Raíssa, com o ventre já protuberante, a arrastou sem hesitar para longe do perigo. Também se lembrou de Alexandre, que tinha a salvado e até brigado com Eduardo por ela.Desde que aquele acontecimento marcou sua vida, ela passou a enxergar o mundo com hostilidade, como se estivesse coberta de espinhos por todos os lados, e ninguém gostava de alguém repleto de espinhos. C
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