— Me desculpe. — Maysa apressou-se a pegar os prontuários do chão e, por impulso, pegou também o de Heitor. — Me desculpe. — Você não tem olhos, não? — Heitor estava prestes a xingá-la, mas, ao levantar o rosto e encarar aquela mulher com lágrimas escorrendo e segurando o choro, ele ficou paralisado. — Chora só porque eu xinguei? Hein? — Heitor ficou desconcertado, sentindo o coração acelerar. — Pra que esse chororô? Tá chorando por quê, tão tarde da noite, parecendo um velório... Mas, por algum motivo, ele achou que ela chorava de forma bonita. A palavra “velório” pareceu tocar em algum ponto sensível em Maysa, porque suas lágrimas começaram a cair ainda mais rápido. Heitor suspirou, irritado, e, enquanto reclamava, tirou um lenço do bolso, pressionando-o diretamente contra o rosto dela: — Não precisa devolver. Eu não quero ter muito contato com gente pobre. Maysa enxugou as lágrimas, com o nariz levemente vermelho como o de um coelhinho. Ela secou os olhos, colocou os
Read more