All Chapters of Fascínio e Castigo: Chapter 71 - Chapter 80

— Cala a boca, Maysa. Você acha mesmo que eu não consigo viver sem você? Que eu realmente me importo? Eu só estou brincando com você, e só você acha que tem alguma importância. No silêncio da luxuosa suíte particular, os sons da tensão começaram a ecoar. Enquanto isso, Maysa continuava rindo. — Para de fingir, Ryan. Você só está assim porque eu sempre entro no seu jogo. No dia em que eu parar, você vai implorar por mais uma chance, mas não vai ter. No fim das contas, você também não é nada além de um impotente... Emocionalmente impotente. Você e Heitor são iguais. Ryan precisava de intensidade, de caos, de violência. Sem isso, ele não sentia nada. — Eu sou patética, mas você também não está muito melhor. — Maysa disse, enquanto lágrimas escorriam por seu rosto, ainda que ela continuasse rindo. Era como se ela nem percebesse que estava chorando. Naquele dia, Maysa decidiu que colocaria tudo para fora, que exporia cada pedaço de sua dor e raiva. — Você é tão patético, Ryan. Você

Heitor havia assumido os negócios da família Loureiro após o pai ser internado devido a problemas de saúde. Antes mesmo de Maysa entrar para a família, os Loureiro já davam sinais de declínio. Heitor, claramente incapaz de manter o império que herdara, só agravava a situação. Isso explicava por que ele não havia se casado com uma herdeira de outra família poderosa. No círculo da elite, todos eram estrategistas natos. Com a decadência da família Loureiro, ninguém estaria disposto a entrar em uma união que não oferecesse vantagens reais. Ao se casar com Maysa, uma mulher de origem comum, Heitor encontrou a conveniência que procurava. Mesmo com a família em queda, o poder dos Loureiro ainda era grande o suficiente para subjugar alguém como ela. Talvez o pai de Heitor não soubesse da verdade por trás desse casamento. E, se soubesse, provavelmente sua saúde pioraria ainda mais. Bianca, sentindo-se encurralada, tentou justificar a posição da família: — Mesmo que nós... Mesmo que a

Não era de se estranhar que Heitor tivesse acabado se tornando o fracasso que era. — É mesmo? Acho que Maysa só sentiria inveja. — Ryan comentou, em um tom oposto ao de Guilherme, que ficou surpreso. O carro começou a se mover, e a voz fria de Ryan continuou, cortando o silêncio: — Maysa, aquela criança que nunca foi amada, talvez até inveje Heitor. Ele tem uma mãe que, mesmo sem discernir o certo do errado, pelo menos o ama incondicionalmente. Só alguém como Maysa, que nunca viu o mundo de verdade, sentiria inveja de algo assim. Porque ela nunca teve amor de verdade, nem materno nem paterno. Então, para ela, qualquer afeto, mesmo distorcido, parecia precioso. Guilherme estreitou os olhos, observando o perfil do irmão mais novo. Ficou em silêncio por um longo tempo, pensativo. …Quando Guilherme voltou ao quarto com o contrato de divórcio, encontrou Maysa sentada na cama, com o notebook aberto, em uma reunião. Mesmo ainda ligada ao Grupo Loureiro, ela mantinha sua postura d

Essa questão sempre foi uma ferida aberta no coração de Maysa. Ela respirou fundo e perguntou: — Cem mil reais são suficientes para você me rotular como uma interesseira? Ryan ficou momentaneamente sem palavras. Ele quis justificar dizendo que Maysa nunca pedia tanto dinheiro assim, mas, pensando bem, cem mil reais para ele não era nada além de troco de café. Por que, então, ele se importou tanto com aquele pedido? Enquanto os olhos de Ryan escureciam em dúvida, Maysa balançou a cabeça e disse: — Sobre isso, não temos como chegar a um acordo. Se não tem mais nada, você pode ir embora. — Por que eu deveria ir? — Ryan retrucou, a raiva crescendo ao notar o tom evasivo dela. — Você conseguiu se casar com o Heitor, quase perdeu a vida para conseguir um divórcio e uma compensação. Por que comigo tudo tem que ser tratado com tanta indiferença? Ele nunca pensou em prejudicar Maysa, muito menos em tirar sua vida, mas Heitor quase a destruiu! Quanto mais pensava nisso, mais furi

— Hm. — Maysa soltou uma risada baixa. — Eles até jogaram todas as minhas coisas da Mansão dos Loureiro na calçada, no meio da noite, para o pessoal que coleta recicláveis levar embora. Era uma mensagem clara: queriam que ela desaparecesse completamente de suas vidas. — Que absurdo. — Susana falou, indignada. — Eles fazem coisas erradas, te pagam uma compensação e ainda te humilham assim? E você, Maysa? O que vai fazer agora? — Quero viajar para o exterior por um tempo. Quando voltar, vou abrir meu próprio estúdio. Pelo menos, parecia que Maysa tinha um plano para o futuro, o que fez Susana suspirar de alívio. Na entrada do hospital, um carro estacionou. Maysa parou por um momento, surpresa, quando a janela desceu, revelando um rosto familiar e bonito. — Entra aí. Minha irmã pediu para eu vir te buscar. — Bruno apontou para o banco de trás com a cabeça. — Vanessa ficou com pena de você saindo do hospital sozinha. Antes que ele terminasse de falar, Bruno notou Susana atrás