All Chapters of Fascínio e Castigo: Chapter 81 - Chapter 90

José, sendo o assistente de confiança de Ryan, tinha um talento especial para entender os pensamentos de seu chefe. Ele girou os olhos, como se tivesse tido uma ideia brilhante, e se aproximou para falar em tom conspiratório: — Sr. Ryan, quer que eu avise a Maysa? — Avisar o quê? — Ryan arqueou uma sobrancelha, olhando para ele. — Avisar que algumas coisas dela estão aqui. Assim, ela pode vir buscar. — José sorriu, como se estivesse prestes a ganhar uma medalha. — E aí o senhor teria a chance de encontrar com ela de novo. Ryan estava em um estado em que a ausência de Maysa o deixava inquieto, mas não queria admitir. Ele ergueu o olhar, os olhos brilhando de irritação contida, e soltou uma risada seca: — Encontrar com ela? Agora? Nem pensar. Maysa havia dito claramente que não queria nada mais com ele. E, sinceramente, ela achava mesmo que poderia viver bem sem ele? Tudo o que ela teve antes era por causa dele... Ryan largou a caneta de metal sobre a mesa, o som ecoando na

— Ontem à noite... A família Loureiro jogou todas as suas coisas fora, aquelas que ainda estavam na mansão. Foi uma falta de respeito total. — José comentou, com um tom de indignação. — Eu soube. — Maysa respondeu enquanto colocava sua bagagem na esteira de inspeção. — Você me ligou para perguntar como eu estou? — Isso mesmo! Maysa, me elogia! Eu recuperei todas as suas coisas! — José disse, animado, mas de repente pareceu captar um som estranho do outro lado da linha. Ele franziu a testa. — Pera aí. Maysa, eu tô ouvindo som de detector de metais. Você tá passando pela segurança do aeroporto? Percebendo que não conseguiria esconder, Maysa admitiu: — Sim, estou passando no controle de segurança. — Você tá indo pra onde? — Dubai. — Dubai? E você vai voltar? Ei! Sr. Ryan, onde o senhor está indo? O som de uma cadeira sendo empurrada bruscamente, batendo com força no chão, ecoou do outro lado da linha. José rapidamente se desculpou: — Desculpa, Maysa. Eu te ligo depois.

Walter observou o caminho por onde Maysa havia saído, mas logo desviou o olhar. Quando se virou, percebeu que o “novo-rico de Dubai”, James, também estava olhando na mesma direção por um longo tempo. O coração de Walter deu um leve salto. — O que foi? Você também ficou interessado nela? — Também? — James, o jovem príncipe de Dubai, arqueou as sobrancelhas e sorriu. — Eu estava é de olho no cara bonito que estava ao lado dela. E você? — Eu? Não vi nada... — Walter disfarçou, ajeitando a gravata. — Ah, entendi. — James deu de ombros com um sorriso irônico. — Fica tranquilo. Eu e você nunca vamos gostar da mesma mulher. E, claro, jamais daria em cima da sua garota, Walter. — Você é nojento. — Walter, impecavelmente vestido em seu terno elegante, parecia um gentleman à primeira vista, mas seu tom carregava um sarcasmo cortante. Ele estreitou os olhos e alfinetou. — James, em Dubai, que tipo de mulher você ainda não viu? — Verdade, já vi de tudo. — James apoiou o queixo na mão

As palavras de Walter fizeram os nervos de Maysa dispararem, como se um alarme tivesse soado em sua mente. Ela estreitou os olhos e, com certa desconfiança, perguntou: — Você veio me usar como diversão de novo? Walter manteve a mão estendida e soltou um suspiro impaciente. — Você tem algum tipo de trauma ou reação exagerada, não tem? A respiração de Maysa ficou descompassada, e ela permaneceu imóvel. Walter, ao perceber que ela não iria colocar a mão na dele, deu um passo à frente e segurou sua mão com firmeza. Ele notou como era macia e delicada. — Antes de pensar que eu quero brincar com você, deveria refletir se você tem algum valor para isso. — Walter disse, com um tom frio. — Eu só brinco com quem merece, e não perco meu tempo à toa. Maysa apertou os lábios, hesitante. — Eu já pensei nisso antes. Achei que o Ryan também não queria brincar comigo. Walter parou por um instante, surpreso com a menção ao nome de Ryan. Não muito longe, uma sombra pareceu passar rapi

Depois que eles encontraram um lugar e se sentaram, Walter observou Maysa pegar a xícara de café e tomar um gole. Ele não conseguia esconder a curiosidade intensa que sentia por aquela mulher. Enquanto isso, ele passou manteiga no pão que havia acabado de tirar da torradeira e o entregou a ela. — Não fique só no café. Coma um pouco de pão. Maysa não recusou. Ela agradeceu com um leve aceno e pegou o pão. Olhando para ele, soltou uma risada baixa. — O que foi? — Walter perguntou, intrigado. — Não é igual ao do Ryan. — Maysa respondeu com um sorriso que misturava nostalgia e algo mais difícil de definir. — O pão dele sempre saía queimado. Walter sentiu as veias da testa pulsarem. — Dá pra parar de me comparar com o Ryan? Maysa deu uma mordida no pão e, com a mesma tranquilidade, respondeu: — Foi mal. Na próxima, não comparo mais. — Aurora acabou de te insultar, e você nem ficou chateada? — Walter perguntou, mudando de assunto. — Eu não fiquei. — Como assim você não