All Chapters of O Amor que Me Desarma: Chapter 21 - Chapter 30

Todos os olhares se voltaram para a mesma direção.Leandro caminhava com passos firmes, erguendo o sobretudo e jogando-o sobre os ombros com naturalidade, mas sem perder a imponência que parecia lhe ser inata. Ao lado dele, Daniel, impecável em um terno bem cortado, ajustava os óculos com elegância enquanto falava algo em tom baixo, transmitindo uma confiança tranquila que chamava a atenção de qualquer pessoa ao redor. Já Dinis, como de costume, mantinha o semblante fechado, aquele ar frio e inacessível que, em vez de afastar, despertava ainda mais a curiosidade das mulheres.A presença dos três foi suficiente para fazer com que colegas de Eliana levantassem discretamente a cabeça, fingindo não olhar, mas acompanhando cada detalhe. Algumas garotas que passavam pelo corredor não conseguiram esconder o interesse e, entre risinhos, chegaram a se aproximar para pedir contato.Leandro, no entanto, não lhes deu a menor importância. Passou reto, mantendo a expressão indiferente.Dinis també

Seria aquela uma cena clássica de "o marido flagra a traição"? Talvez, mas havia algo que quebrava a expectativa. Em vez de explodir em raiva ou constrangimento, o marido permanecia calma, com uma expressão serena que destoava completamente da situação.— Ele disse que você é esposa dele. É verdade? — O policial perguntou, mantendo os olhos fixos em Eliana.O coração dela acelerou, e um brilho inesperado surgiu em seu olhar. Ele tinha realmente dito isso? Ele havia assumido diante da polícia que era o marido dela?Sem conseguir segurar o sorriso que despontava nos lábios, Eliana assentiu com firmeza:— Sim. Ele é meu marido.Leandro franziu a testa ao ver aquele sorriso satisfeito no rosto dela. A reação espontânea de Eliana o incomodou mais do que gostaria de admitir.— Ela já tem marido! E você aparece aqui de madrugada, esmurrando a porta dela. Se isso não é perturbação, então o que seria? — O policial não hesitou em repreender Rafael, a voz firme ecoando no corredor estreito. — Sai

— Sai daí. — Disse Leandro, preocupado.Eliana levantou os olhos devagar, surpresa com o tom ríspido.Com impaciência evidente, Leandro lhe agarrou o braço e a puxou para cima com firmeza.— Se não sabe fazer, não faz.Ela sorriu de leve, sem se ofender.— Você só tem medo de eu me machucar de novo. — Seus olhos se prenderam aos dele, suaves. — Leandro, no fundo, você é bem mais gentil do que parece.Ele não respondeu. Abaixou-se, pegou alguns guardanapos, recolheu os cacos com precisão e os jogou no lixo. Depois passou mais papéis sobre o piso, limpando cuidadosamente as manchas de bebida até não restar vestígio.Eliana permaneceu ao lado, observando cada gesto em silêncio. Notava como os dedos longos e definidos dele, mesmo em algo tão trivial, transmitiam firmeza. Até a cena de limpar o chão lhe parecia estranhamente bonita de assistir.Quando terminou, Leandro se levantou e a encarou de frente.Eliana abriu um sorriso ainda maior.— Você é lindo, sabia?— Está doida. — Ele desviou

— Posso voltar depois das dez da noite? — Perguntou Eliana em voz alta no instante em que Leandro já fechava a porta, mas ele não respondeu. Ela apenas riu sozinha, desceu as escadas com passos leves, como se o silêncio dele fosse apenas mais uma resposta típica.No trabalho, não teve como escapar, pois todos queriam saber sobre os três homens que haviam aparecido na noite anterior. As colegas a cercaram assim que tiveram oportunidade, com olhares curiosos e vozes apressadas. Como sabiam que ela conhecia Daniel, concluíram sem dificuldade que também teria alguma ligação com os outros dois.— Só sei que o mais frio já é casado e o outro não faço ideia. — Respondeu Eliana com naturalidade.— Sabia! Homem bonito nunca está solteiro. — Comentou uma delas, rindo. — Vê se pergunta do outro para gente, vai.Eliana refletiu um instante. Dinis parecia bem mais acessível que Leandro, tinha um semblante sereno e um jeito de se portar que não afastava as pessoas. Prometeu que perguntaria depois.

Ele não dizia nada, e Eliana também não tinha como adivinhar o que se passava. No fim, digitou apenas uma mensagem objetiva: [Se precisar que eu te busque no aeroporto, me avisa com antecedência.]Embora o envio tivesse sido confirmado, a resposta não veio....Dois dias se passaram sem uma ligação, sem uma única palavra de Leandro. Dizer que não estava preocupada era simples, já não sentir a preocupação era outra história. Quando não aguentou mais, ela decidiu ligar. Chamou uma vez e nada, chamou de novo e o silêncio permaneceu, e só na terceira tentativa a chamada foi atendida.— Alô? — A voz dele saiu pesada, cansada, com um arrasto que denunciava a exaustão.— Você está bem? — Perguntou Eliana, soltando o ar em alívio.— Estou bem. — Respondeu ele, curto, sem disposição para explicar.— Quando volta? — Ela insistiu, tentando medir o estado dele.— Já voltei. — Ele disse, sem rodeios.Eliana ficou parada com o celular na mão, sabia que ele não nutria sentimentos por ela, mas doeu o