All Chapters of O Amor que Me Desarma: Chapter 41 - Chapter 50

Renato ficou por um instante sem reação, mas logo recompôs o sorriso e assentiu, como quem reconhecia que não havia outra saída.— Você tem razão. Desta vez, vamos educar ele como deve ser.Já sem paciência para lidar com aquela família, Leandro desviou o olhar para Eliana e perguntou, de forma direta:— Quer dizer mais alguma coisa?Afinal, quem havia passado por tudo na pele era ela. Se quisesse desabafar, ele ouviria.— Não. — Eliana respondeu, balançando a cabeça. — Para mim, já chega.Eliana sabia a hora de parar. No fundo, tinha certeza de que, depois daquele dia, as pessoas da família Costa pensariam duas vezes antes de deixar Rafael agir como bem entendesse.— Agradeço, de verdade. — Disse Renato, soltando um suspiro quase aliviado. — Desculpem a intromissão, ainda mais hoje.Naquele momento, uma das empregadas saiu da cozinha, aproximou-se de Lara e avisou num tom discretamente respeitoso:— Senhora, o almoço está servido.Lara acenou com a cabeça. Ao notar o movimento, Renato

A verdade era que, por mais bonita que fosse uma mulher, após se tornar esposa, ainda assim dificilmente satisfazia a curiosidade masculina por aquilo que era novo. A traição não escolhia nem se intimidava diante da beleza de quem esperava em casa.Eliana permaneceu no cemitério até pouco depois das quatro da tarde. Só então decidiu ir embora.Não tinha sequer chegado ao portão da mansão da família Pinto quando o telefone tocou. Na tela, aparecia o nome Diego que não via havia muito. Desde o casamento com Leandro, era a primeira vez que ele ligava. Antes disso, ela já tinha sido clara ao pedir que ele não a procurasse, e ele obedeceu. No fundo, pai e filha nunca tiveram uma relação próxima. Eles raramente se falavam.Eliana deixou o telefone tocar até silenciar.Ao estacionar, percebeu de repente o que lhe pesava na mente. Aquele seria seu primeiro Ano Novo na casa da família Pinto e, por mais que tentasse se convencer do contrário, não conseguia deixar de pensar que precisava levar

— Eliana, por mais que você não sinta apreço por mim, entre famílias é costume manter contato com a família Pinto. — Disse Diego, num tom calmo, quase conciliador.— Costume nada, é interesse puro. — Ela retrucou, deixando escapar um riso frio que parecia cortar o ar.Diego ficou em silêncio por alguns instantes.— Afinal, o que você imagina ganhar com essa postura? — Eliana continuou, sem lhe dar espaço para se recompor. — Acha mesmo que as pessoas da família Pinto são ingênuas? Acorda, você não é o único esperto desse mundo.— Eliana, que jeito é esse de falar com o seu próprio pai? — A voz dele, antes mansa, já denunciava irritação. — Você se casou com o Leandro, agora é a senhora Pinto. Está levando uma vida confortável, sem faltar nada. O que há de errado nisso? Somos uma família. Vai mesmo cortar relações conosco? Você é minha filha.Eliana ergueu o olhar para o céu, onde os fogos se espalhavam no horizonte como flores rápidas de luz.— No dia em que minha mãe morreu, qualquer la

Quando abriu os olhos, o primeiro detalhe que preencheu sua visão foi o risco fino no queixo de Leandro, uma marca discreta que, de tão próxima, parecia convidar o olhar a seguir o traço até encontrar a boca dele. E aquela boca... aquela mistura perigosa de tentação e veneno, um convite silencioso para o qual qualquer defesa falharia.A mão dela, ainda meio perdida no torpor do sono, repousava sobre o peito firme dele. Não tinha ideia de há quanto tempo estava agarrada daquele jeito. Não era como se tivesse feito de propósito para tirar vantagem. Simplesmente, quando o sono a dominava, seu corpo agia sozinho, sem pedir permissão à razão, nenhum controle, zero escolha.Sentindo o calor do corpo dele se misturar ao dela, Eliana, antes que ele despertasse, retirou a mão de forma apressada, como se tivesse sido pega fazendo algo proibido. Afastou-se com cuidado, tentando não mexer mais do que o necessário para não acordá-lo. Com movimentos silenciosos, ergueu lentamente o edredom, liberan

Leandro virou ligeiramente a cabeça, encarando-a com um olhar frio.— Você não havia deixado claro que ninguém podia saber da nossa relação? — Perguntou Eliana, com voz baixa.— Quem não pode é você. — Retrucou Leandro, com o cenho franzido.As palavras a cortaram como uma lâmina curta, deixando Eliana muda por alguns segundos. Então aquele acordo tinha sido feito apenas para enquadrá-la?Ela respirou fundo, tentando não deixar que a inquietação transparecesse, mas ainda assim perguntou, num tom quase inaudível:— Se você me apresenta para os seus parentes, isso não vai atrapalhar quando, no futuro, quiser trocar de esposa?Por dentro, ela tinha consciência de si mesma. Se Leandro não morresse antes, mais cedo ou mais tarde se divorciaria dela. Era um fato inevitável, e ela sabia disso.Leandro parou de andar, voltando-se para observá-la da cabeça aos pés.— Esse não é um problema seu.Ela mordeu o lábio, mas não se calou.— Não estou preocupada com você. — Suas palavras saíram ainda m