All Chapters of O Amor que Me Desarma: Chapter 71 - Chapter 80

Quando Eliana chegou ao restaurante, Catarina já estava à mesa com Dinis. Ele estava sentado, postura impecável, e, assim que seus olhos encontraram a amiga entrando, Catarina quase pulou da cadeira, quando um brilho imediato, quase infantil, atravessou o olhar dela.— Senta logo! — Catarina chamou num tom animado, mas com uma ansiedade escondida na voz que Eliana percebeu de imediato.Eliana não se moveu de pronto. Lançou um olhar que era meio repreensão, meio alerta, como quem já pressente que aquela noite não vai ser simples. Catarina se curvou levemente sobre a mesa e, num sussurro que soou quase como um pedido de socorro, falou:— Já que veio, me dá uma força.Eliana soltou um resmungo, tentando disfarçar a preocupação:— Aqui até tem coisa boa para comer, mas você... nada de aproveitar. Então, virando-se com um sorriso protocolar para Dinis, e disse:— Nos reencontramos outra vez.— Senhora... Digo, senhorita Eliana. — Ele se corrigiu rápido, lembrando que o divórcio dela ainda

Leandro manteve o olhar cravado no ponto onde Eliana desaparecia com Catarina, como se, insistindo, pudesse fazê-las voltar. Apenas quando as duas sumiram completamente na confusão de gente é que desviou a atenção para o homem que permanecia plantado ali, imóvel, com a expressão de quem acabava de ser abandonado em pleno altar.Com aquele rosto de Eliana, qualquer um perceberia que pretendentes não faltariam. Primeiro era Rafael, agora aparecia mais um. A vida dela parecia um tabuleiro em constante movimento e ele, observando de fora, sentia os nós apertarem no próprio estômago.Os dedos de Leandro batiam no apoio da porta do carro num ritmo impaciente, denunciando a tensão que seu rosto fechado e sombrio já entregava.— E aí, vai ou não vai dar entrada no divórcio? — Daniel quebrou o silêncio com a calma calculada de quem sabe que vai cutucar onde dói. — A Eliana fala com a certeza de que já está separada. Você enrola, enrola... e se ela resolver ficar com outro de verdade, hein? Aí v

Era óbvio que aquilo era um jeito claro de mandá-lo ir embora.Com a postura rígida e o orgulho ferido, Leandro não respondeu nada. Apenas girou nos calcanhares e caminhou até a porta, cada passo pesado como se afundasse no chão.Quando a porta se abriu, deu de cara com Eliana, parada logo atrás, como se já esperasse por ele.— Vai com calma. — Disse ela, com um sorriso tranquilo, mas carregado de um ar que deixava claro. Agora que estava divorciada, não tinha mais motivo para fingir.As palavras dela eram lançadas como lâminas ocultas. Falava em admiração, em querer lhe dar filhos, e fazia soar como se tudo fosse natural, sem um pingo de constrangimento. Mulher...Leandro não respondeu. Saiu sem virar o rosto e fechou a porta com força, o estalo ecoando no corredor.Pressionou o botão do elevador, sentindo a irritação subir quando constatou que o maldito aparelho parecia se mover mais devagar do que nunca.Atrás dele, a porta do apartamento se abriu outra vez.Encostada de lado no bat

Eliana já não achava graça nenhuma.Eles haviam sido casados, sem amor nem ódio, e até na noite anterior ele estava usando o seu banheiro. Agora, menos de um dia depois, agia como se ela fosse uma estranha que cruzou o caminho dele por acaso.Respirou fundo, controlando a irritação que subia. Homens sempre tão rápidos para virar a página, pelo menos na aparência.Sentou-se de novo, pegou a xícara de café. Sem realmente prestar atenção, começou a deslizar o dedo pela tela do celular, perdida no fluxo das redes sociais.Na cafeteria, Isabela percebeu que Leandro estava lá, mas não exatamente presente. O olhar dele alternava entre o celular e a rua, como se algo fora dali prendesse sua atenção com força.— Aconteceu alguma coisa? — Ela quebrou o silêncio.— Nada demais. — Ele se recostou na cadeira, com a expressão fria e distante. — Conseguiu achar a casa?— Consegui sim. — Isabela abriu um sorriso otimista, quase infantil. — Pedi ajuda a alguns amigos e eles encontraram uma opção ótima.

Daniel lançou um olhar de soslaio para Leandro, aquele tipo de olhar que carregava segredos, e deixou escapar um riso curto, quase provocador:— Conheço, sim.Ao ouvir aquilo, Isabela se iluminou com um sorriso rápido, como se tivesse encontrado uma oportunidade de ouro, e sugeriu de forma aparentemente casual:— Já que são amigas do Daniel, por que não jantamos todos juntos? Leandro, você não iria se incomodar, certo?Até então apenas observadora, Catarina entendeu finalmente o motivo pelo qual Eliana havia recusado o convite antes.Então era isso. O homem mal havia fechado uma história e já parecia abrir outra.— Ele vai se importar com o quê? — Daniel continuou, com um ar malicioso que não se preocupava em disfarçar. — Vamos lá, Eliana, quanto mais gente, mais animado fica.Eliana conhecia bem aquele tom e aquele sorriso dele. Não era sobre mais animado nenhum. Ele queria era ver o caos. E caos, com certeza, surgiria. A nova conquista de Leandro provavelmente ainda não fazia ideia d