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Capítulo 10

Author: Lorena Neves
O Príncipe Roy parecia ter acabado de sair do Palácio da Longevidade. Ele foi em direção a Íris, fez uma reverência e disse:

— Saudações, cunhada.

Ele a chamou de "cunhada" em vez de "Imperatriz", o que demonstrava a proximidade entre ele e o Imperador.

Flora olhava para o Príncipe Roy, em êxtase.

"O Príncipe Roy é realmente lindo! Com pele clara e aparência refinada, ele é muito mais cortês e educado do que o Imperador, que vive pronto para matar alguém. Se a senhorita tivesse casado com..."

Pensando nisso, Flora imediatamente parou de alimentar tais ideias absurdas.

As regras do palácio eram rigorosas, bem diferentes dos campos de batalha, onde se podia conversar com os homens com mais liberdade.

Íris estava prestes a sair quando o Príncipe Roy de repente a questionou, preocupado:

— Cunhada, ontem durante a execução da sentença, você se assustou?

Íris se concentrou, respondendo com poucas palavras:

— Não.

— Ontem, quando você domou aquele cavalo, eu estava lá. Vi que você tem ótimas habilidades. Na verdade, o Imperador gosta de mulheres que sabem montar. Cunhada, talvez você devesse se concentrar nisso, assim talvez possa conquistar ele.

A voz do Príncipe Roy era suave, como se fosse seu amigo íntimo.

Íris não tinha uma impressão ruim dele. Olhando para ele, com suas roupas brancas, lembranças antigas começaram a aflorar em sua mente, um turbilhão de amor e dor.

— Obrigada.

Mas ela não precisava disso.

Não foi para agradar aos homens que ela aprendeu a cavalgar.

...

Dentro do Palácio da Longevidade, a Imperatriz-Mãe estava ensinando Íris:

— Como Imperatriz, você precisa gerenciar todas as pessoas do harém imperial, desde as consortes até as damas do palácio e eunucos. Além disso, você tem o papel de aconselhar. Por exemplo, o Imperador tem uma consorte favorita, e você, como Imperatriz, deve sempre lembrá-lo de tratar todas com igualdade, para manter o equilíbrio das forças. Não subestime o poder do harém imperial, porque por trás das concubinas do Imperador, estão praticamente todas as figuras importantes da Corte...

Íris parecia ouvir atentamente, mas sua mente estava distante.

Já havia se passado dois dias desde sua entrada no palácio, mas ela não esquecia da vingança que carregava em seu coração.

Naquela noite, ela planejava explorar o Palácio Calistela.

...

No Palácio Calistela, a oficina de bordado enviou novas roupas, e a seda brilhava sob a luz.

Uma serva lisonjeou:

— Consorte Imperial, o Imperador tem sido tão generoso com a senhora, até mesmo lhe concedeu a seda proveniente da Baixada. Se usá-la esta noite, o Imperador com certeza não vai conseguir tirar os olhos da senhora!

O sorriso de Felícia tinha uma beleza hipnotizante.

No entanto, de repente, o sorriso desapareceu, e ela olhou fixamente para o bordado de lírios na roupa, com raiva estampada no rosto.

— O que é isso que foi bordado aqui?

— Consorte Imperial, por favor, acalme-se...

— Oitenta chicotadas, expulsem ela do palácio. — Felícia disse suavemente, sem olhar para a roupa e a largando de lado com desdém.

Até as servas acharam isso cruel, oitenta chicotadas, isso era praticamente fatal.

Naquele dia, treze bordadeiras morreram na oficina, e todos no palácio estavam apavorados, temendo desagradar a Consorte Imperial.

À noite, o Imperador chegou ao Palácio Calistela. Felícia fez manha:

— Imperador, aquela peça bordada estava horrível. Como eu poderia usar aquilo para sair? A Majestade também acha que cometi um erro?

O Imperador permanecendo com uma expressão neutra, apenas respondeu:

— Se já matou, então que seja.

De repente, ele olhou para o teto, ergueu as mangas de sua túnica, e uma arma secreta foi lançada do seu manto, atravessando as telhas do teto.

Uma sombra se moveu rapidamente no telhado.

Os guardas, surpresos, perceberam que um assassino havia se infiltrado no palácio, e todos pegaram suas espadas, prontos para atacar.

Eles subiram para o telhado, tentando cercar o assassino, mas, para surpresa de todos, o invasor mascarado se moveu rapidamente e desapareceu em um instante, como uma nuvem de fumaça.

Os guardas estavam atônitos, nunca tinham visto uma cena tão estranha.

Na verdade, tudo isso foi um truque de velocidade.

A habilidade de Íris em movimento leve era tal que até seu mestre a elogiava como uma raridade.

Ela havia se infiltrado com sucesso o Palácio Calistela naquela noite, evitando os guardas e armadilhas, mas não conseguiu evitar o Imperador.

Aparentemente, o Imperador possuía uma energia interna tão profunda que podia sentir sua presença.

Foi um erro dela subestimar seu inimigo.

Quando ela estava prestes a deixar o Palácio Calistela, de repente uma figura apareceu à sua frente, bloqueando sua saída.

Era um homem com cabelo preto solto, vestindo um manto negro com o peito ligeiramente aberto, seu pescoço e músculos expostos, irradiavam uma aura sombria e ameaçadora.

Ele não carregava armas, mas suas mãos se concentraram em energia interna, atacando em sua direção.

Íris percebeu que esse homem era muito forte.

Ela também não estava em desvantagem. Vestindo suas roupas de noite, agilmente Íris se esquivou de seus ataques e, fazendo um salto acrobático, aterrissou atrás dele, como um peixe saltando para fora da água.

Ao mesmo tempo, uma flecha foi disparada de sua manga...

Mateus franziu a testa.

"Esse assassino é bem forte. Em termos de velocidade, está até acima de mim, mas... Não chega a ser perfeito."

Ele se esquivou com um movimento lateral e, ao mesmo tempo, deu um golpe na região lombar de Íris.

Íris tropeçou para frente, seu pé escorregou rapidamente. Ela girou o corpo e seus cabelos desprenderam, desenhando uma linha elegante no ar.

Mateus apertou os olhos, pensando: "Uma mulher?"

Íris franziu a testa. Ela tinha uma lesão antiga nas costas, não imaginava que ele perceberia isso e atacaria exatamente naquele ponto.

"Quem é esse homem? Um guarda secreto do Imperador?"

Os guardas começaram a se reunir de todos os lados. Íris sabia que não poderia continuar lutando. Ela jogou uma bomba de fumaça e escapou a uma velocidade sobre-humana.

Mas os olhos de Mateus eram extremamente aguçados, e ele conseguiu identificar a figura em movimento rápido.

...

Quando Íris retornou ao Palácio da Harmonia, Flora imediatamente a ajudou a trocar de roupa, escondendo sua roupa de noite.

— A senhora está bem?

— Estou bem. — Íris franzia a testa ao responder. O golpe de antes havia causado o agravamento de sua velha lesão nas costas.

Íris foi tomar um banho quente, e quando Flora saiu da sala interna, encontrou alguém.

Ele apareceu das sombras, com um rosto bonito e imponente, usando um manto dourado bordado com dragões que indicava sua alta posição. Ele tinha uma coroa de jade roxa, e cada passo que dava era firme e autoritário.

Aparentemente, ele era o Imperador.

Flora ficou atônita ao ver o Imperador pela primeira vez.

"Não imaginava que o Imperador fosse tão bonito, como um ser de outro mundo, fascinante e sedutor, mas... Que assustador! É como a própria Morte em forma humana!"

— Saudações, Imperador!

Mateus a ignorou e avançou diretamente para a sala interna.

Dentro do salão interno, havia uma grande tela divisória. Ele deu a volta e entrou. Para a sua surpresa, em meio a uma nuvem de vapor quente, uma mulher estava sentada na banheira.

Mateus deu um passo para trás instintivamente. Nessa hora, Flora entrou e explicou com um tom cauteloso:

— Imperador, a Imperatriz... Está tomando banho.

Íris estava dentro da água quando o homem entrou de repente. De costas para ele, ela falou:

— Imperador, peço desculpas, não posso me levantar para cumprimentá-lo.

Os olhos de Mateus eram penetrantes. Ele olhou ao redor, verificando se havia alguém escondido naquele aposento. Ao ter certeza de que não havia espaço para esconder ninguém, ele se virou para sair.

Justamente quando Íris estava prestes a soltar um suspiro de alívio, os passos do Imperador pararam.

Sua expressão parecia carregada de nuvens tempestuosas. Ele virou a cabeça subitamente, olhando de novo para a sala de banho.

"Tomando banho tão tarde assim?"

Ele retornou para dentro a passos largos. Ao ver isso. Flora sentiu o coração quase saltar pela boca.

"O que o Imperador está querendo fazer?"

Dentro da banheira, Íris ouviu os passos pesados do homem se aproximando outra vez e começou a suar frio, suas pupilas se contraíram de nervosismo.

De repente, em um lugar bem próximo atrás dela, ressoou a voz autoritária do homem:

— Levante-se.

Dentro da água, Íris apertou as mãos em punho.

"Está suspeitando de mim?"

— Imperatriz, não me ouviu? — A aura de autoridade do homem se aproximava.

Naquele momento, Íris estava completamente sem roupas. Se ela se levantasse, além de ser vista nua por ele, a marca roxa do golpe nas costas provavelmente seria exposta...

Vendo que ela não se mexia, o olhar de Mateus foi ficando cada vez mais frio.

"Com certeza, tem algo de errado!"

Ele segurou os ombros de Íris, a levantando da água com força.
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