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Capítulo 5

Autor: Linda primavera
Benícia entrou na loja de vestidos de noiva enquanto Inês estava sentada no sofá, folheando um catálogo, com o perfil sereno e elegante.

Depois de olhar em volta e não ver Ibsen, ela franziu a testa e se aproximou:

— Onde está o Ibsen?

— Ele já foi embora.

Ao ouvir isso, um traço de desagrado passou pelos olhos de Benícia:

— Ele simplesmente te deixou aqui sozinha?

Inês abaixou o olhar, os dedos inconscientemente acariciando o vestido na página do catálogo, sem dizer nada.

Vendo-a daquele jeito, Benícia sentiu-se ao mesmo tempo irritada e comovida, então decidiu mudar de assunto:

— E aí, como foi experimentar o vestido de noiva?

— Gostei muito, até tirei algumas fotos.

— Deixe-me ver.

No instante em que viu as fotos, os olhos de Benícia brilharam de admiração:

— Está lindo demais! E combina muito com você. Quando eu casar, você também tem que desenhar um vestido para mim!

O canto dos lábios de Inês se curvou levemente:

— Está bem.

Enquanto ampliava a foto para admirar melhor, Benícia comentou:

— O Ibsen é mesmo um babaca, não sabe a sorte que tem. Não sei o que ele fez de bom na vida passada para conseguir se casar com uma mulher tão linda quanto você.

O sorriso nos lábios de Inês tornou-se amargo. Na verdade, ele nem queria se casar, foi ela quem insistiu.

Percebendo que Inês estava ainda mais calada do que de costume, Benícia franziu a testa e largou o celular, olhando para ela:

— Você e o Ibsen brigaram de novo?

Inês não queria preocupar Benícia, então balançou a cabeça:

— Não, só fiquei um pouco cansada de experimentar vestidos.

— Isso não é nada! No dia do casamento vai ter que trocar de roupa várias vezes, ainda tem o brinde… Aliás, você vai convidar o pessoal da Família Alves?

Ao ouvir "Família Alves", Inês apertou a mão sem perceber:

— Ainda não decidi.

— Deixa pra lá, ainda não enviaram os convites, você pode pensar com calma.

Inês já não tinha certeza se o casamento seria realizado como planejado.

Depois dos acontecimentos daquele dia, ela parecia… já não querer tanto se casar com Ibsen.

Quando Benícia terminou de experimentar o vestido de dama de honra e estava prestes a sair, percebeu que o pé de Inês estava inchado.

— O que aconteceu?

— Torci o pé sem querer ao usar salto alto.

Benícia franziu ainda mais a testa:

— Está bem inchado, melhor eu te levar ao hospital.

Inês balançou a cabeça:

— Não precisa, não sou tão frágil assim. Vou passar um remédio em casa e descansar alguns dias, vai ficar tudo bem.

— Agora você está sendo muito descuidada consigo mesma! Na época da faculdade, até para tomar uma injeção precisava do Ibsen ao seu lado te mimando. Aquilo sim era ser frágil!

Inês ficou surpresa por um instante, depois sorriu com amargura.

Na faculdade, ela realmente era mimada, mas só porque Ibsen gostava dela e estava disposto a cuidar dela.

Agora, todo o carinho e amor dele já pertenciam a outra mulher. Se ela continuasse agindo como antes, para ele pareceria apenas birra e drama.

No caminho de volta, Benícia passou na farmácia e comprou um remédio para o inchaço, deixou Inês em casa e recomendou que aplicasse o remédio direitinho antes de ir embora.

Depois que ficou sozinha na sala de estar, as lembranças do que havia acontecido na loja de vestidos naquela manhã voltaram à mente de Inês, e seus olhos se apagaram lentamente.

Desde a discussão na loja de vestidos, Ibsen não voltou mais para casa.

Inês também não agiu como antes, ligando freneticamente para ele ou mandando mensagens no WhatsApp sem parar. Os dois aguardavam que o outro cedesse primeiro.

No décimo dia da briga silenciosa, Inês perdeu mais uma joia.

Dessa vez, pareceu não doer tanto.

Se conseguissem manter esse impasse até que ela se decepcionasse completamente e tomasse a decisão de ir embora, talvez não fosse tão ruim.

Porque ela realmente não queria mais passar por aquela sensação de criar expectativas e se decepcionar repetidas vezes.

À tarde, Benícia, após uma reunião de negócios, passou para visitá-la.

— Como estão os preparativos do casamento? Precisa de ajuda? Falta só um mês para o casamento, e até agora nenhum convite foi enviado. O lado do Ibsen também está muito quieto…

Embora Benícia não aprovasse o relacionamento deles, Inês era sua melhor amiga. Já que ela insistia em se casar com Ibsen, só restava apoiá-la.

Inês mordeu levemente os lábios, abaixou o olhar e falou:

— Talvez o casamento precise ser adiado.

— Adiado?! — A voz de Benícia se elevou, e seu rosto ficou sério: — O Ibsen está querendo desistir?

— Não é isso, só tivemos uma briga recentemente.

— Foi uma briga feia?

Considerando o quanto Inês tolerava Ibsen, se fosse só uma briga comum, não deveria ser grave a ponto de adiar o casamento.

— Pode-se dizer que sim.

Benícia suspirou, estava prestes a falar quando, de relance, notou uma pulseira de jade no lixo e arregalou os olhos, incrédula.

— Afinal, sobre o que vocês brigaram? Você chegou ao ponto de jogar fora essa pulseira! Lembro que o Ibsen teve um trabalhão para conseguir ela para você.

Inês passou uma época com a saúde fragilizada, tinha dificuldades para dormir e os exames não mostravam nada de anormal.

Ibsen, preocupado, ouviu dizer que pedir uma pulseira de jade em uma igreja famosa poderia melhorar o sono. Ele largou o trabalho para ir pessoalmente até a igreja e conseguiu a pulseira com muita devoção.

Depois, Inês a usou por mais de um ano, cuidando dela como se fosse um tesouro. Benícia queria tocá-la, mas ela não deixava.

Nunca pensou que Inês jogaria a pulseira fora.

Inês lançou um olhar para a pulseira, sem expressão.

— Não é nada. Sobre o casamento, quando eu definir a data, te aviso.

Vendo que ela estava abatida, Benícia não insistiu. Suspirou e se levantou:

— Tudo bem. Não tenho mais nada para fazer aqui. Se precisar de qualquer coisa, me liga.

— Está bem.

……

Três dias depois, no final da tarde, Inês estava preparando o jantar quando recebeu uma ligação de uma colega de trabalho.

— Inês, sua amiga e a secretária do seu noivo estão brigando no restaurante!

De repente, uma dor aguda atingiu seu dedo. Ao olhar para baixo, percebeu que havia se cortado e o sangue começou a brotar do dedo indicador.

Inês rapidamente perguntou o endereço, fez um curativo apressado e saiu correndo.

Quando chegou ao local, encontrou Ibsen na porta.

Ele estava com uma expressão fria, caminhando em direção ao restaurante sem sequer olhar para ela, como se ela fosse uma estranha.

Inês respirou fundo e o seguiu para dentro.

Benícia estava sentada perto da janela, de braços cruzados, com um sorriso irônico nos lábios. Do outro lado, Mayra, com os olhos vermelhos e o rosto descomposto.

Ao lado de Mayra havia uma garota de idade parecida, que falava baixo com ela e de vez em quando lançava um olhar fulminante para Benícia.

Ibsen foi o primeiro a se aproximar da mesa. Assim que viu ele, Mayra correu para seus braços, soluçando baixinho.

— …Sr. Serpa, eu e Lorena estávamos jantando, e de repente a Srta. Benícia veio até mim e me deu dois tapas no rosto…

O olhar furioso de Ibsen pousou sobre Benícia, e ele falou, palavra por palavra:

— Quero uma explicação.

Benícia deu de ombros, olhando para ele com sarcasmo:

— Eu também quero que você me explique por que levou sua amante para provar vestidos de noiva junto com sua noiva.
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