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Capítulo 9

Auteur: Moky
Ao ouvir tal questionamento, as lágrimas nos olhos de Amanda finalmente transbordaram. Ela balançou a cabeça repetidamente, dizendo:

— Não é isso, eu nunca te prejudiquei. Naquele ano, fui eu quem quebrou o vaso de vidro, foi meu erro, mas quem te incriminou foi a Rita...

Ela se esforçava para fazer Mariana acreditar que nunca lhe havia feito mal. No entanto, Mariana, apoiada suavemente contra a porta, perguntou com voz calma:

— Então por que você não falou nada três anos atrás?

Amanda ficou atônita, sem reagir de imediato ao sentido das palavras.

Então, Mariana curvou os lábios num sorriso carregado de ironia, falando:

— Por que você não disse três anos atrás, diante da Imperatriz e da princesa, que foi você quem quebrou o vaso de vidro?

Amanda deu um passo atrás, como se não tivesse firmeza nas pernas.

— Eu... Eu não tive coragem... Aquela foi a minha primeira vez entrando no palácio, a primeira vez vendo tantas pessoas nobres... Eu... Eu estava com medo, eu...

— E agora você vem me dizer o quê? — Mariana interrompeu novamente.

O que Amanda poderia dizer que fizesse Mariana acreditar que nesses três anos nada havia acontecido? Nada seria o suficiente.

Amanda chorava convulsivamente de cabeça baixa, sem coragem de encarar a irmã mais velha.

— Contanto que você me perdoe, estou disposta a te devolver tudo. Vou dizer aos nossos pais e ao Teo que você nunca me maltratou. O Lar das Ameixeiras, eu também posso devolver para você, e... E até o Kato, eu... Eu também posso devolver para você.

Ao ouvir isso, Mariana finalmente entendeu o motivo da visita da irmã. Ela sacudiu levemente a cabeça, soltando um longo suspiro preso no peito.

— Amanda, eu já disse, eles são seus pais e seu irmão, nada têm a ver comigo. O Lar das Ameixeiras foi construído por gosto, mas é fruto do trabalho do Marquês, portanto deve ser seu. Até mesmo esse Lar de Lótus, se você quisesse, bastaria uma palavra.

— Eu não quero, não vim aqui para disputar moradia com você! — Amanda sacudiu a cabeça com força.

— Eu sei. — Mariana sorriu friamente, com certo sarcasmo. — Você veio por causa do Kato.

Todo aquele discurso sobre pedir perdão, dando tantas voltas, no fim era apenas por causa de um homem. Atingida em cheio, Amanda enrubesceu de vergonha. Mariana então acrescentou:

— Eu não sei do que você tem medo. Três anos atrás, antes mesmo de eu ser punida e enviada à Lavanderia Imperial, esse noivado já estava destinado a você. Hoje, embora eu ainda more na Casa do Marquês Lovante, é apenas porque a avó tem pena de mim. Eu já nem sequer levo o sobrenome Lovante. Dentro desta casa, sou apenas uma estranha, o casamento entre a família Mendes e a família Lovante nunca recairia sobre mim. Além disso, eu já deixei claro diante da avó que não gosto mais do Kato. Se você veio até aqui apenas para sondar a minha posição, foi desnecessário.

— Eu não vim te sondar. — Amanda se apressou a falar, nervosa, como se temesse estar sendo mal interpretada. — Vim de coração sincero pedir seu perdão, só que...

Na verdade, sondar a atitude de Mariana também fazia parte do propósito de hoje, mas ela precisava admitir que estava com um pouco de medo. A postura de Kato naquele dia tinha a deixado insegura, temendo que ele ainda quisesse casar com Mariana, e por isso se apressou em procurá-la.

— Seja como for, minha posição está bem clara. A saúde da avó está cada vez mais frágil, e eu só quero cuidar bem dela. Quanto ao resto, eu não quero nada. — Mariana deixou claro seu ponto de vista, desejando apenas que Amanda não voltasse a perturbá-la sem motivo.

Entre todos daquela casa, tirando a avó, não havia mais ninguém que ela desejasse ver.

Amanda permaneceu ali, mordendo o lábio, sem dizer nada. Seu rosto ainda estava marcado por lágrimas, com pequenas gotas presas nos cílios. Mariana pensou que, se Teodoro aparecesse naquele instante, talvez agisse como três anos atrás, quando a empurrou da escadaria sem lhe dar qualquer chance de defesa, lançando-a no lago de lótus. Com esse frio cortante, cair na água significaria adoecer por muitos dias.

Só de pensar nisso já sentia dor de cabeça. Ela passou a mão pelas têmporas, desejando apenas se livrar logo daquela presença incômoda.

— Hoje acordei muito cedo e estou cansada. Se você não tem mais nada a dizer, não vou te acompanhar até a saída.

Percebendo a indireta, Amanda não ousou insistir, apenas assentiu e se despediu:

— Então, irmã, descanse bem. Eu... Eu vou indo.

Ela fez uma reverência e saiu.

Pouco depois de Amanda sair, Giulia entrou no quarto. A jovem serva, curiosa, ainda olhava para a porta por onde Amanda havia partido. Ela perguntou:

— Senhorita, o que a Srta. Amanda veio te dizer? Os olhos dela estavam vermelhos, parece que chorou...

Mariana não tinha ânimo para responder, seguiu para o interior do quarto enquanto perguntava:

— Se você está tão curiosa, por que não pergunta diretamente a ela?

Giulia, atrevida, correu atrás e falou:

— Eu sou sua serva, como poderia ir falar diretamente com a Srta. Amanda?

Essas palavras fizeram Mariana parar de repente. Ela se voltou para olhar fixamente a jovem, com expressão séria.

Giulia se assustou, piscou duas vezes e perguntou:

— Senhorita, o que houve?

— Sei que seu dono mandou você para me servir com algum propósito. Não te culpo por isso, mas também não precisa me lembrar a todo instante que é a minha serva, porque eu sei que não é.

Mariana havia passado três anos na Lavanderia Imperial. Lá, todos ao seu redor eram inimigos. Por isso, se acostumou a falar de modo frio, até áspero. Ela não percebeu que suas palavras feriram o coração da serva.

Os grandes olhos de Giulia logo se encheram de lágrimas.

Diferente de Amanda, a expressão de Giulia realmente tocou Mariana por um instante. Mas sem saber como consolá-la, apenas franziu o cenho e disse:

— Vou descansar um pouco, vá cuidar das suas coisas.

Dito isso, ela entrou no quarto.

Giulia permaneceu parada, olhando a porta se fechar diante dela. As lágrimas rolaram, mas logo as enxugou. O rosto antes abatido ganhou uma máscara de indiferença.

"A senhorita sofreu três anos de tormentos na Lavanderia Imperial. Mesmo que agora seja fria e impiedosa, que mal tem nisso? Com tantas cicatrizes no corpo, se não tivesse sido dura, talvez nem tivesse sobrevivido. Embora fosse mal interpretada, acredito que, se eu tratar a senhorita com sinceridade, um dia ela vai enxergar meu coração!"

Encorajando-se em silêncio, ela chamou em voz firme para dentro:

— Então, senhorita, descanse bem. Vou estar aqui fora de guarda. Se precisar de algo, basta me chamar!

Mariana, ao ouvir, sentiu o corpo estremecer levemente. Uma tênue onda de calor percorreu seu coração. Não sabia bem que sentimento era aquele, mas... Ao menos, a angústia causada pela Amanda havia se dissipado um pouco.

Com um longo suspiro, ela se preparava para se deitar quando, de repente, ouviu um grito aterrador do lado de fora:

— Socorro! Venham depressa! A Srta. Amanda caiu na água!
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