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Capítulo 5

Autor: Belarmino Verde
Como Lívia não quis aceitar a casa, Ian ficou realmente irritado. No caminho de volta, ele não falou uma única palavra com ela.

Ao chegar em casa, vendo o filho de mau humor, Teresa imediatamente lançou um olhar furioso para Lívia. Lívia, no entanto, nem se importou, subiu direto para trocar de roupa.

Na hora do jantar, quando desceu, nem Valter, nem Ian estavam à mesa. Teresa estava sozinha, mas sem arrumar um lugar para ela.

— Vejo que você está com raiva. Deve estar sem fome, então não mandei a Margarida preparar nada para você. — Disse Teresa.

— É mesmo? — Respondeu Lívia.

Lívia viu Margarida trazendo um prato da cozinha e imediatamente foi pegar. Antes, Lívia sempre ajudava Margarida a preparar o jantar, então Margarida pensou que ela ia ajudar e lhe entregou o prato. Lívia fingiu que não conseguiu segurar, recuou a mão e o prato caiu no chão com um estalo.

— Qual é o seu problema? — Ao ver a cena, Teresa gritou. — Nem segurar um prato você consegue! Casar com você foi realmente um grande erro para a nossa família!

— Não foi de propósito! — Disse Lívia, fingindo estar muito ofendida.

Ela correu para a cozinha, pegou outro prato, colocou a comida que havia caído de volta e atirou na frente de Teresa.

— O que você está fazendo? — Teresa perguntou, incrédula.

— Coma, não desperdice.

— Você quer que eu coma lixo?!

— E lixo não é perfeito para você?

— Você...

Porque, para começo de conversa, ela sempre foi um lixo!

Vendo Teresa furiosa, Lívia lavou as mãos e subiu as escadas rindo.

No dia seguinte, ao chegar na empresa, Rafaela a esperava na porta do elevador.

— Chefe, o que aconteceu? Estou quase morrendo de ansiedade! Aquela Viviane não era sua amiga? Como ela conseguiu roubar seu projeto, ainda mais agora, quando o contrato está prestes a ser assinado? Isso não é injusto?

Rafaela tinha sido promovida por Lívia e sempre esteve ao seu lado.

— Fica tranquila, eu já tenho tudo preparado. — Lívia bateu no ombro dela e disse.

— Preparado? Para quê? — Perguntou Rafaela.

Lívia lançou um sorriso travesso, sem dar explicações.

— De qualquer forma, você não pode me deixar sozinha! — Rafaela abraçou o braço de Lívia.

Ela era três anos mais nova, como uma irmã mais nova para Lívia, sempre se agarrando a ela e fazendo charme.

— Está bom, eu sei. — Lívia bateu de leve na testa dela.

Ao entrar no departamento de projetos, todos os colegas olharam para Lívia, ansiosos para saber o que havia acontecido. Ela sorriu para eles, acalmando-os.

— Lili, finalmente você chegou! Vamos ao escritório do presidente. — Disse Viviane, vestindo um conjunto formal, mas com sapatos baixos, ficando bem mais baixa do que Lívia.

Ela segurou Lívia pelo braço, tentando ir em direção ao escritório do presidente.

— O presidente me pediu para assumir o projeto. Eu não poderia tomar o seu mérito, tentei recusar, mas ele foi firme. Não tive escolha, só concordei por enquanto. E assim, quando você chegasse, iríamos esclarecer tudo juntos.

Viviane obviamente disse isso de propósito para que todos os colegas ouvissem.

Ela não era do tipo que trairia seus amigos. Ela os apoiaria mesmo que isso significasse abrir mão dos seus próprios interesses.

Ao ouvir as palavras de Viviane, os colegas mostraram expressões de admiração.

Lívia olhou para ela. Quando sua melhor amiga se tornou tão hipócrita? Ou talvez ela nunca tenha realmente conhecido ela...

Seguindo a versão de Viviane, elas iriam juntas falar com Valter, e o resultado só poderia ser que ele expulsaria Lívia e forçaria Viviane a assumir o projeto. Assim, todos os colegas pensariam que Viviane não roubou o projeto da amiga, mas sim que Lívia havia falhado sozinha, e o presidente apenas reagiu com firmeza. Uma família em perfeita sintonia.

— Bem, a empresa quer se livrar do burro depois de ele ter carregado toda a carga. Eu não concordo que alguém tire vantagem assim, mas, se você assumir, pelo menos fico mais tranquila. — Disse Lívia, segurando a mão de Viviane. — Afinal, somos amigas. Você colherá o fruto do meu trabalho, então naturalmente se lembrará da minha gentileza.

A expressão "tirar vantagem" definia claramente a situação. E "o fruto do meu trabalho" deixava claro que Lívia fez todo o trabalho duro, e Viviane só apareceu para colher o resultado.

Como os colegas poderiam respeitar alguém que só tira vantagem do trabalho dos outros?

— Eu... não posso assumir o projeto. — Viviane tentou sorrir, mas não conseguiu.

— Então você vai se demitir?

— Eu...

— Claro, eu sei que você não quer. — Lívia sorriu, parecendo generosa e tolerante, e deixou Viviane parecendo ainda mais mesquinha.

Ela não deixou Viviane acompanhá-la e foi sozinha ao escritório do Valter. Ele já esperava por ela e tinha preparado sua estratégia.

— Lili, você sabe que sempre te valorizei. No futuro, quando eu me afastar e o Ian assumir a empresa, você será essencial como braço direito dele. Enquanto ainda estou no comando, quero que você explore novos territórios para a família Santiago. Jovens precisam de experiência para aguentar grandes responsabilidades.

Isso seria perfeito para uma novata na empresa recém-formada, mas Lívia já era veterana.

— Sr. Valter, eu não entendi. — Disse ela.

— Quero que você assuma um projeto na Cidade H. É importante e só confio em você.

Ah, mandar ela para fora da cidade e deixar Viviane em casa para "guardar a gravidez". Eles todos viveriam felizes e em harmonia, enquanto ela não só estava escondida, como ainda ia trabalhar como um burro de carga para a família Santiago. Ela tinha que admitir, a estratégia era digna de aplausos.

— Eu não vou para Cidade H. E digo mais: aceito abrir mão do projeto com o Grupo Ouro & Valor, mas quero um casamento grandioso.

— Estou tentando negociar isso com você de forma amigável, por ser seu sogro, senão... — Valter franziu a testa.

— Senão o quê? — Lívia ergueu a sobrancelha.

— Eu poderia simplesmente te demitir!

Demitir?

— Ah, entendi. Me demite então! Posso pedir o casamento para o Ian, e quanto ao projeto, o bônus é meu. Caso contrário, eu não o entrego!

Valter suspirou profundamente.

— Lili, quando você se tornou tão egoísta? Estou tão desapontado.

— Acredito que o trabalho duro merece recompensa. Isso não é egoísmo, é meu direito. — Lívia levantou-se.

Para agilizar a transição do projeto, Valter fez com que o departamento financeiro transferisse imediatamente o bônus para Lívia. Não era uma quantia pequena. Valter ficou visivelmente descontente, mas a expressão de Lívia irradiava satisfação.

Ao sair do escritório, ela subiu ao terraço e ligou para o gerente do Grupo Ouro & Valor responsável pelo projeto.

— O presidente Nelson já falou com você, certo?

— Sim, a partir de agora você é a responsável pelo projeto. Todos no departamento vão seguir suas ordens.

— Amanhã a equipe do Grupo Céu Azul vai assinar o contrato.

— O contrato já está pronto.

— Rasgue-o.

— Hã?

— Acho que o projeto ainda tem alguns problemas. Aponte alguns detalhes e peça que eles ajustem.

— Entendi, farei como disse.

Após desligar o telefone, Lívia riu com ironia. Como esperado, brincar com as pessoas é muito divertido.
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