ANMELDENValentina contou para Lívia tudo o que havia acontecido no Grupo Montenegro, incluindo o momento em que viu Lucas cuspir sangue. Lívia ouviu tudo em silêncio, ficando pensativa por um longo tempo. De repente, algo pareceu passar por sua mente, e ela exclamou, como se tivesse tido uma epifania: — Agora faz sentido! Eu estava achando estranho o Eduardo estar indo tanto para a emergência ultimamente. Então ele não estava indo para o hospital, e sim para tratar o Lucas, né? Valentina apertou os lábios, sem dizer nada. — E quando o Eduardo disse agora há pouco que estava indo para o hospital… É para ver o Lucas, né? — Lívia perguntou, já com a resposta na ponta da língua. — Provavelmente. Lívia voltou a ficar em silêncio. Se Lucas estava cuspindo sangue, então ele devia estar muito doente. Embora Lívia desgostasse profundamente de Lucas, ela sabia que, diante de alguém gravemente doente, o mínimo que podia fazer era evitar qualquer comentário maldoso. Lívia fixou os olhos
— Daniela, o que você viu hoje, não conte para ninguém. — Isabela disse, olhando diretamente para Daniela com uma expressão séria. — Principalmente para a Valentina e as crianças. Entendeu? Daniela assentiu com a cabeça, mas hesitou por um instante antes de perguntar: — Tem algo que eu possa fazer agora para ajudar? Isabela, que já havia pegado o celular para fazer uma ligação, parou por um momento ao ouvir a pergunta de Daniela. — Vá até a cozinha e aqueça um pouco de leite. — Certo! — Daniela respondeu prontamente, deu meia-volta e desceu apressada para a cozinha. … No Retiro das Nuvens, Valentina estacionou o carro na garagem. Assim que saiu do veículo, avistou Eduardo vindo apressado em sua direção. Ao vê-la, Eduardo parou abruptamente. Ele tentou suavizar sua expressão tensa e a cumprimentou com um tom casual: — Valentina, você chegou cedo hoje, hein? Valentina caminhou até ele, mantendo a voz tranquila: — Você sabe muito bem onde eu fui hoje de manhã. Edua
Bastian foi atrás de Valentina. — Valentina… A voz de Sandro soou atrás dele, interrompendo-o. Bastian parou imediatamente e se virou. Sandro caminhou até ele, com uma expressão severa no rosto. — Hoje é um dia importante, o dia em que você se torna o presidente do Grupo Montenegro. Aproveite que todos os grandes acionistas estão aqui e venha comigo. Vou apresentá-lo a eles. Bastian baixou os olhos, tentando conter suas emoções, e respondeu com um tom contido: — Certo. Sandro se virou para Lucas e lançou um sorriso frio. — O Grupo Montenegro não tem mais nada a ver com você. Saia daqui sozinho, ou vou mandar os seguranças te expulsarem! Bastian olhou para Lucas. Aqueles olhos serenos e sobrancelhas marcantes que Marina tanto admirava agora estavam carregados de emoções difíceis de decifrar. Lucas, no entanto, sequer olhou para Sandro ou Bastian. O Grupo Montenegro realmente não tinha mais relação com ele. Mas Sandro jamais saberia que a troca de poder não aconte
Valentina ficou parada ao lado, observando toda a cena com um olhar indiferente. Bastian encarou Lucas, os olhos avermelhados de raiva. — Se você ousar humilhar a Valentina de novo, eu juro que não vou te perdoar! Gustavo correu até eles e puxou Bastian para longe de Lucas com força. Bastian tropeçou e deu alguns passos para trás antes de se recompor. Ele ajeitou o paletó, desalinhado pelo puxão de Gustavo, e lançou um olhar furioso para Lucas. — Senhor, o senhor está bem? — Gustavo perguntou, a voz carregada de preocupação, enquanto seus olhos começavam a ficar levemente vermelhos. Lucas conseguiu se firmar e afastou gentilmente a mão de Gustavo. Ele levou a mão à boca, tentando conter dois leves acessos de tosse, enquanto engolia o gosto metálico do sangue que subia à garganta. Do outro lado, Valentina continuava parada, observando Lucas sem piscar. Seus olhos estavam fixos nele, mas não havia qualquer emoção visível em sua expressão. Lucas ergueu a mão e limpou o san
Sandro entrou na sala de reuniões com passos firmes. Ao perceber que Bastian não estava presente, seu rosto imediatamente escureceu. No entanto, ele manteve a compostura diante de todos e, sem demonstrar sua irritação, caminhou até o seu lugar e se sentou. Sandro chamou o assistente, que se aproximou e inclinou ligeiramente o corpo. — Sim, senhor. — Vá procurar o Bastian. Rápido. — Sim, senhor. O assistente acenou com a cabeça e saiu apressado da sala de reuniões. Enquanto isso, Lucas estava sentado na cadeira principal. Seus dedos batiam levemente na mesa de reuniões, em um ritmo descontraído e quase imperceptível. Era curioso: apesar de todos terem vindo ali para destituí-lo, Lucas mantinha uma postura completamente serena, como se ainda tivesse o controle absoluto da situação. Havia um silêncio quase opressor na sala. Mesmo sem dizer uma única palavra, Lucas conseguia intimidar a todos ali presentes. Ninguém ousava abrir a boca sem sua permissão. A porta da sala de r
Sandro olhou para Lucas e pensou que, na época, Lucas tinha apenas sete anos. Como uma criança de sete anos poderia entender alguma coisa? No entanto, Sandro estava completamente enganado. Lucas, além de entender, lembrava-se de tudo com uma clareza assustadora. Lucas encarou Sandro e, com uma voz fria, começou: — Uma semana antes da sua falsa morte, uma conta do Grupo Montenegro foi manipulada. Sandro, foi você quem desviou os fundos do Grupo Montenegro para um banco na Suíça. — Você está mentindo! — As pupilas de Sandro se dilataram enquanto ele gritava. — Lucas, para me impedir de voltar ao Grupo Montenegro, você é capaz de inventar qualquer coisa! Mas você acha que todo mundo é idiota? Acha que alguém vai acreditar em você? A crise no Grupo Montenegro foi claramente causada pela Joana e pelo irmão dela. Se quiser culpar alguém, culpe aquela mulher venenosa! — Se você não quisesse que as pessoas descobrissem suas sujeiras, deveria ter pensado nisso antes de cometê-las. — O