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Capítulo 7

ผู้เขียน: Helena Amorim
Ela puxou a filha pela mão e foi embora. A menina ainda virou a cabeça e acenou para Aureliano.

Um colega de trabalho se aproximou, sorrindo:

— Parentes suas? Aquela garota parece muito com você. A sua família toda tem uma aparência incrível, hein.

— Parece mesmo? — Aureliano arqueou uma sobrancelha.

Quando levantou o olhar, Maristela e a garota já estavam longe. Se ele realmente tivesse uma filha daquela idade, a Sra. Rafaela ia ficar louca de alegria.

Mas isso era impossível. De todo modo, ele achou que a menina era bem fofa.

Aureliano se lembrou de Eulália, e uma leve sensação estranha tomou conta de seu peito.

...

No caminho de volta:

— Mamãe, o Max ainda está no carro daquele médico.

— Max? — Maristela entendeu de quem a filha falava, o filhote cor de creme que ela havia resgatado no meio do trânsito.

Ao lembrar da situação perigosa, ela ficou imediatamente séria:

— Eulália, você não pode mais fazer esse tipo de coisa tão perigosa.

— Eu sei, mas o carro dele não estava rápido. Não foi ele que me atropelou. Eu só me assustei e caí sozinha.

— Mesmo assim, você não pode. — Maristela afagou os cabelos da filha.

Eulália era tudo para ela.

— Mas, mamãe, o Max ainda está com aquele médico que parece com o papai.

— Eulália, a gente não pode deixar que os outros saibam que aquele senhor parece com o papai. Porque... Porque isso pode deixá-lo chateado também. A gente precisa respeitar os outros, entendeu?

Maristela estava aflita, suas palavras saíam desconexas; até para ela mesma era difícil explicar. Por sorte, Eulália apenas assentiu, obediente.

Maristela não teve escolha a não ser abraçar a filha. Mentir era como puxar um novelo de lã com um nó cego: quanto mais se puxava, mais embolado ficava.

Maristela jamais voltaria até Aureliano para pedir o cachorro de volta. Além disso, morava na casa da Sra. Juliana, num bairro antigo. Um cachorro fazendo barulho poderia incomodar os vizinhos.

Aureliano provavelmente não odiava cães, mas também não era o tipo de pessoa que passava a impressão de ter compaixão.

Ela já tinha levado para ele um cãozinho de rua, magro e desamparado, pedindo que ficasse com ele pelo menos durante o inverno. Ele recusou friamente.

Aureliano era assim: a não ser na cama, se mostrava sempre indiferente com todos. Às vezes, até falava com certa acidez.

— Eulália, quando você terminar a cirurgia e estiver bem de saúde, a mamãe vai trabalhar duro e comprar uma casa só nossa. Aí a gente pode ter um cachorro, tá bom?

— Mas aí já não vai ser o Max.

A voz da filha era baixa, mas penetrava o coração de Maristela como uma agulha fina.

Até as nove horas da noite, Maristela ficou um tempo com a filha, ajudando a fazer um cartaz para a escola. A menina desenhou um cachorrinho lindo no papel, parecia macio e tão fofo.

Maristela não resistiu. Pegou o celular, procurou o cartão de visitas e discou o número de Aureliano. Ela ia pedir o cachorro de volta.

Era provavelmente o número do consultório dele. Em sete anos, era a segunda vez que ligava para ele.

A primeira foi... Seis anos atrás, quando estava internada, muito fraca, depois de uma hemorragia. Ligou de madrugada. Quando ouviu a voz grave dele:

— Alô? Quem fala?

Só de escutar aquela voz, Maristela desligou na hora.

Agora, ela estava na varanda. No sofá da sala, a filha de seis anos assistia à TV.

Maristela fechou a porta da varanda, recostou as costas finas contra ela.

Ela olhou para o número na tela. Depois de hesitar várias vezes, apertou para ligar.

O telefone chamou três vezes e foi atendido. Era uma mulher quem falava. A voz era bonita.

— Alô, está procurando o Aureliano?

Maristela sentiu o sangue estancar no corpo. Segurou o telefone, a garganta travada, sem conseguir responder.

A mulher do outro lado chamou mais algumas vezes:

— Alô?

Maristela recuperou a voz.

— Desculpe, número errado.

— Não errou, não. Você quer falar com o Aureliano, né? Ele está tomando banho. Depois ele te liga de volta.

Quem desligou primeiro foi Maristela.

Ela deslizou lentamente até se agachar, com as costas finas apoiadas contra a porta. Agora eram nove da noite.

"Aquela mulher no telefone era a namorada dele?"

Com aquele rosto e aquela família, é claro que ele não teria falta de namoradas. Maristela respirou fundo. O rosto claro parecia ainda mais pálido, com um leve traço de cansaço.

Sentada perto da porta, ela levantou os olhos e olhou para a lua silenciosa do lado de fora da janela. Ela sabia que não devia se importar tanto com o mundo de Aureliano.

Afinal, já tinham se passado sete anos. As vidas deles pertenciam a dois mundos completamente diferentes. Talvez ele já tivesse esquecido a tal Silvana.

Ou talvez, no passado, tenha tido um relacionamento com uma mulher gordinha, e aquilo, para alguém como ele, era uma mancha, uma vergonha.

Se ela não tivesse usado a história da Rosália para ameaçá-lo, ele jamais teria namorado com ela.

Maristela começou a sentir os sintomas da hipoglicemia. Quando se levantou, os dedos apertaram com força a maçaneta da porta. De olhos fechados, ela tentou regular a respiração. A cabeça girava e as pernas tremiam.

Depois que deu à luz, emagreceu bastante. E foi assim que ela desenvolveu o problema de hipoglicemia. Sempre que ficava muito cansada, ansiosa ou nervosa, os sintomas apareciam.

De repente, o celular vibrou na palma da mão como se tivesse explodido.

Maristela baixou os olhos. Na tela, o número que havia ligado antes reaparecia.

Aureliano estava retornando a ligação. O aparelho vibrava com força, fazendo a mão dela formigar.

Maristela ficou alguns segundos paralisada, olhando para o número piscando na tela. Respirou fundo e atendeu.

Mansão da família Martins. Terceiro andar.

O homem acabava de sair do banho. Vestia um pijama preto de seda. Os cabelos curtos, ainda molhados, pingavam. O rosto mantinha a expressão fria.

Ao levantar os olhos, viu o filhote bebendo leite no chão, gemendo baixinho.

Falando ao telefone, caminhou até lá e, vendo que o cachorro quase se jogava dentro do potinho, o ergueu direto do chão. A chamada foi atendida.

Aureliano falou:

— Alô. Quem é? O que deseja?

Vanessa não conseguiu se conter:

— Pega mais leve, você está sendo muito bruto.

Ela se aproximou, tirou o cachorro das mãos de Aureliano e o acolheu no colo.

Maristela ouviu a voz feminina do outro lado. As palavras que ela queria dizer engasgaram na garganta.

Ele estava flertando com outra mulher, talvez transando com a namorada, e mesmo assim atendia o telefone ao mesmo tempo.

O rosto de Maristela ficou pálido e azulado. Mordeu os lábios com força.

— Alô? Se tem algo para falar, fale logo.

Aureliano não desligou. Sua voz era neutra.

Achava que era algum paciente ligando. Aquele número era de plantão, ficava sempre disponível.

— Sou eu, Sr. Aureliano. O cachorro da minha filha ficou no seu carro, não é?

Ao ouvir aquela voz suave do outro lado, Aureliano ficou um instante em silêncio.

Talvez fosse por causa de ter pensado tanto na Silvana nos últimos dias, que sua mente estivesse pregando peças. Por um momento, achou a voz estranhamente familiar.

— Está aqui comigo.

— O senhor teria disponibilidade amanhã? Podemos combinar um lugar... Minha filha gosta muito dele...

— Só na semana que vem. Amanhã preciso ir para Serenália. Depois entro em contato.

— Tudo bem. — Maristela mordeu de leve o canto dos lábios. — Desculpe incomodar.

Ela já ia desligar o telefone.

Quando os dedos já caíam com o celular na mão, ouviu a voz grave de Aureliano do outro lado:

— Qual é seu nome? Vou anotar aqui.

— Maristela.

— Como é que é? — Ele não ouviu direito.

Vanessa, ao lado, revirou os olhos para o irmão.

— É Maristela, você está surdo?

Do outro lado da linha, Maristela escutou a voz feminina, com aquele tom manhoso e íntimo.

Imaginou logo uma moça de família rica, mimada, com todos os privilégios.

E desligou o telefone na hora. Fugir não era vergonhoso. Pelo menos, naquele momento, isso funcionava muito bem.
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