Morte Desprezada, Arrependimento Tardio
No terceiro dia após a minha morte, meu noivo recebeu uma ligação do necrotério.
Com impaciência, ele disse: — Morreu, morreu. Me avisem só na hora do enterro.
O policial, sem alternativa, ligou para a segunda pessoa na lista de emergência — meu amigo de infância.
Ele riu friamente, sem se importar: — Morreu mesmo? Mas nem seria meu papel cuidar disso, pode cremar logo, as cinzas tanto faz.
Até que meu corpo foi exposto na internet.
De uma noite para outra, meu noivo e meu amigo de infância ficaram de cabelos brancos.