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Esposa no Vapor: A Verdade que Ele Quis Esconder

Esposa no Vapor: A Verdade que Ele Quis Esconder

By:  Lívia MoraesCompleted
Language: Portuguese
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10
1 rating. 1 review
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A queridinha de infância do meu marido, a doce e intocável Carla, sofreu queimaduras com água fervente. E, como castigo pelo que ele acreditava que eu tinha feito... Ele me trancou viva dentro de uma câmara de vapor, pequena demais pra eu sequer me mexer. Aumentou o fogo ao máximo. — A dor que a Carla sentiu, você vai sentir mil vezes pior! — Ele gritou, com os olhos cheios de ódio. Presa naquele espaço sufocante, o ar ficou pesado, quase impossível de respirar. O calor queimava por dentro, como se estivesse me cozinhando viva. Eu chorava, implorava por piedade: — Eu vou morrer! Por favor, me tira daqui! Mas ele... Ele apenas segurou Carla nos braços e saiu sem olhar pra trás. — Fica tranquila. Você não vai morrer... Mas só assim vai entender o que ela passou. Meus gritos de desespero ecoavam abafados dentro da câmara. A água borbulhava sob meus pés, lançando respingos ferventes contra minha pele. A dor era insuportável. Minha voz foi sumindo... Engolida pelo calor. Enquanto isso, ele curtia uma viagem internacional com Carla, sorrindo como se nada tivesse acontecido. Uma semana depois, ao voltar, lembrou de mim como quem se lembra de uma encomenda esquecida: — Aquela vagabunda já deve ter aprendido a lição. Podem soltá-la. O que ele não sabia... É que dentro daquela câmara abafada, onde a água já tinha secado e o vapor cessado, o que restava de mim... Já estava sendo devorado por vermes.

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Chapter 1

Capítulo 0001

— Mamãe! Eu quero a mamãe! — O pequeno Dudu, nosso filho, correu em prantos e se agarrou às pernas de Leonardo assim que ele entrou em casa. Ao lado, Carla deu um passo para trás, fingindo estar assustada.

Leonardo lançou um olhar sombrio e chamou o mordomo com impaciência:

— Cadê a desgraçada da Vitória? Nem pra cuidar do próprio filho ela presta? Acabou assustando a minha Carla! Se não serve pra nada, que vá embora de uma vez!

O rosto do mordomo empalideceu.

— Sr. Leonardo... A dona Vitória ainda está na câmara de vapor!

Leonardo finalmente se lembrou de mim, trancada ali. Seus olhos tremeram por um instante, mas logo se recuperou, indiferente:

— Depois do que ela fez com a Carla, merecia cada segundo daquele castigo!

Olhou para o pequeno Dudu, ainda chorando sem parar, e sua expressão se fechou ainda mais.

— Pelo visto, nem ela aprendeu a lição, nem o pirralho dela. Um moleque malcriado! Mordomo, tranque esse garoto no depósito. Três dias sem comida nem água!

O mordomo arregalou os olhos. Apavorado, colocou o menino atrás de si e suplicou:

— Sr. Leonardo, o Dudu ainda é só uma criança! Três dias sem comer nem beber... Ele pode morrer!

Leonardo bufou, cheio de desprezo.

— A mãe dele aguentou sete dias e não morreu. Como é que ele vai morrer com três? Tranca agora! E se eu souber que você tentou ajudar, os dois vão embora desta casa!

Dudu estava em choque. De boca aberta, não conseguia emitir um som. O rostinho já estava molhado de tantas lágrimas.

O mordomo hesitava, e Leonardo já estava prestes a explodir, quando a voz dele tremeu:

— Sr. Leonardo... O quarto onde a dona Vitória está trancada... Nos últimos dias tem saído um cheiro estranho. Às vezes mais forte, às vezes menos. E... Tem aparecido larvas saindo por debaixo da porta. O senhor... não quer dar uma olhada?

— Larvas? — Leonardo franziu o rosto com repulsa e soltou uma risada sarcástica. — Isso é coisa dela! Deve estar toda imunda. Se quiser sobreviver, capaz até de ter comido o próprio cocô e xixi. E você ainda acha estranho ter larva? — Seu olhar se tornou gélido. — Você tá mesmo querendo ser mandado embora, né? Tranca logo o Dudu! Não quero esse moleque sujo na frente da Carla!

Com o coração despedaçado, vi meu filho ser empurrado para dentro daquele quartinho apertado e escuro. Diante da fúria de Leonardo, ele nem ousava mais chorar.

Dudu tapava a boca com as duas mãos, os ombros pequenos tremendo de tanto chorar em silêncio. Estendi os braços, querendo abraçá-lo, protegê-lo...

Mas não toquei em nada. Porque eu... Já estava morta.

Dentro da câmara de vapor, a água que antes fervia há muito tinha secado. O fundo estava marcado pelas queimaduras do metal, e meu corpo no cesto, com os membros contorcidos, o rosto ainda preso numa expressão de dor, estava coberto por uma pele esbranquiçada, cozida até os ossos.

No último momento antes da morte, no instante final da asfixia, toda a dor pareceu desaparecer. E então, meu espírito flutuou para fora daquela prisão sufocante e escaldante.

Dias já tinham passado. Sobre meu corpo apodrecido, ainda se podiam ver, se olhassem de perto, larvas repugnantes se movendo entre a carne em decomposição.

Mesmo transformada em alma, aquele calor sufocante... Aquela dor de ver a vida se esvaindo pouco a pouco... Ainda me causavam arrepios e terror.

Flutuei até onde Leonardo estava. Ele, é claro, não podia me ver. Com ternura, passou a mão na cabeça da Carla:

— Carla, você não se assustou, né?

Ela balançou a cabeça docemente e segurou o braço dele com delicadeza. Mostrou o pulso, onde a queimadura deixara uma cicatriz.

— Léo, eu estou bem. — Encostou a cabeça no ombro dele, com um tom de tristeza tão doce que era quase impossível não se comover: — A culpa foi minha... Se eu tivesse conseguido te dar um filho, o nosso filho com certeza seria o mais educado e carinhoso do mundo...

Leonardo olhou para a cicatriz no pulso dela, e seus olhos se encheram de fúria. Passou os dedos suavemente sobre a marca, como se tocasse algo frágil e precioso.

— Tudo culpa daquela vadia da Vitória! Foi ela quem te causou essa dor! — Com carinho, envolveu Carla nos braços. Sua voz saiu carregada de decisão. — Fica tranquila. Assim que o filho daquela mulher terminar de pagar pelo que fez, vou mandá-lo embora desta casa. Uma criança malcriada assim... Não é digna de ser meu filho!
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Comments

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Sol Matos
Livro interessante. Ele devia ter sofrido mais.
2025-05-02 20:19:32
0
8 Chapters
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