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CAPÍTULO 2

作者: Geada
Ao ver o esforço dele para se mostrar, meu sorriso saiu torcido, quase triste.

Na vida passada, ele ficou cinco anos ao meu lado sem dizer uma palavra… e agora, só para ficar perto da Sabrina, abriu a boca tão cedo assim.

Foi então que o até então calado César também tentou se mostrar:

— Eu tenho boa mão para luta, deixe que eu acompanhe a senhorita!

Meu pai começou a hesitar.

— Que tal isto, vocês dois lutam. Quem vencer, fica ao lado da Sabrina.

Assim que ouviram, os dois se jogaram um contra o outro.

Igor atacava com brutalidade, golpe após golpe direto nos pontos vitais do irmão, como se César não fosse seu gêmeo, mas um inimigo de vida ou morte.

César, no começo, ainda segurava a força, mas, acuado pelos ataques de Igor, acabou entrando de verdade na luta.

Por fim, Igor venceu por uma vantagem mínima.

Meu pai anunciou ali mesmo que Igor seria o guarda-costas da minha mana.

E só depois disso pareceu lembrar de mim, dizendo com falsa consideração:

— César, cuide bem da senhorita Juliana.

O rosto de Sabrina já não tinha mais a mesma expressão sentida de antes.

Afinal, entre os dois irmãos, Igor era claramente o mais bonito.

Foi então que César caiu de joelhos com um estrondo:

— Peço que o senhor me mande de volta para o mercado negro!

O rosto do meu pai escureceu na hora, e ele bateu o cajado no chão com força:

— Atrevido! A família Queiroz não é lugar para suas exigências!

César me lançou um olhar, cheio de desprezo difícil de esconder, e sua voz veio carregada de decisão:

— Eu jamais ousaria desobedecer o senhor, mas sou um sujeito rude demais. Temo não conseguir servir a senhorita Juliana.

Respirei fundo.

Eu realmente não era tão bonita quanto Sabrina.

E, anos atrás, ao tentar salvar a Sabrina, fui eu quem caiu do cavalo, quebrei a perna e, mesmo depois de recuperada, sempre fiquei com um leve mancar.

O meu jeito quieto e reservado nunca poderia competir com o brilho e a esperteza da Sabrina.

Talvez, na outra vida, tenha sido por isso que o Igor me desprezou tanto.

Ao lado, a Sabrina agarrou o braço do César às pressas, tentando puxá-lo de volta.

— César, você não pode abandonar a minha mana!

— E, se voltar, vai sofrer ainda mais. Eu não posso deixar que você volte!

Observei aquela cena com frieza, vendo a Sabrina fingir que fazia tudo por meu bem.

Na vida passada, essa atuação me comovia, agora, só me nauseava.

Interrompi, com a voz calma como água parada:

— Mana, não precisa dizer mais nada. Já que o César não quer ficar, forçar não adianta. Deixe como ele quer.

Meu pai ficou surpreso, claramente não esperava que eu dissesse isso.

Ele ainda queria aproveitar a bronca no César para mostrar autoridade e, de quebra, me fazer dever-lhe um favor, como se eu tivesse de ser grata a ele.

A Sabrina também travou.

Toda aquela encenação era para o meu pai ver, mostrar sua bondade e reforçar o fato de que ninguém queria ficar ao meu lado.

Ela não pensou que eu desmontaria tudo ali.

Quando viu que eu não recuava, correu para insistir:

— Mana, o César só falou irritado. Você não pode mandar ele embora.

— Se ele voltar, vai sofrer muito.

Olhei para ela e respondi devagar:

— Se a mana está tão preocupada assim, por que não fica com os dois irmãos?

O rosto da Sabrina ficou vermelho na hora.

— O q-que você está dizendo?

Mas eu sabia a verdade, por dentro, ela já estava em festa.

Os irmãos eram extremamente bonitos.

E a Sabrina adorava quando elogiavam seu bom gosto.

Se pudesse manter os dois gêmeos ao lado dela, cada saída de casa a cercaria de olhares de inveja.
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