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CAPÍTULO 4

作者: Geada
O rosto do Igor virou para o lado, e uma marca vermelha apareceu rápido na pele clara.

Ele virou a cabeça devagar, os olhos cheios de incredulidade:

— Você…

Interrompi com frieza:

— Um guarda-costas acha que pode dar ordens para mim?

Depois disso, virei as costas e fui embora, deixando os três parados no lugar.

Eu achava que, tendo outra chance, bastaria ter cuidado para evitar todos os perigos.

Mas, mesmo assim, acabei sendo sequestrada pelos inimigos do meu pai.

Quando senti o toque gelado na nuca, não lutei, apenas apertei discretamente o botão de emergência do celular.

Fechei os olhos, e o medo da vida passada voltou, mas desta vez meu coração estava estranhamente calmo.

O chefe dos sequestradores girava a faca entre os dedos, a voz cheia de sarcasmo:

— Srta. Juliana, diz aí… seu pai vai salvar você primeiro ou a filha que ele teve fora do casamento?

Não respondi, só prestei atenção aos sons do lado de fora do galpão.

Logo, a porta de ferro foi arrombada, e duas figuras entraram correndo.

Eram o César e o Igor.

O olhar deles foi direto para a Sabrina encolhida no canto.

A urgência na voz do Igor era algo que eu nunca tinha ouvido, ele deu alguns passos rápidos até a Sabrina:

— Não tenha medo, nós chegamos.

O César veio logo atrás, e os dois formaram uma barreira ao redor da Sabrina, costas coladas, sem brechas.

Durante todo o processo, nenhum deles olhou para mim.

O chefe dos sequestradores riu:

— Pelo visto a família Queiroz realmente não liga para a Srta. Juliana.

Ele de repente pressionou a faca contra minha garganta:

— Se derem mais um passo, ela morre!

Vi o Igor parar por um instante, mas ele apenas se inclinou para a Sabrina e murmurou:

— Não abra os olhos.

No segundo seguinte, ele arrancou o bastão da mão do sequestrador ao lado e abriu caminho à força, sempre mirando a saída do lado da Sabrina.

O César nem olhou para trás, deu um chute na porta metálica e disse com firmeza:

— Anda!

Sabrina ficou protegida entre eles e, quando passou ao meu lado, levantou as pálpebras só o suficiente para me olhar.

No olhar dela não havia culpa, só um traço escondido de satisfação.

A lâmina ficou ainda mais fria. Fechei os olhos, sentindo o coração calmo como nunca.

Então era essa a escolha deles, em qualquer vida, nada mudaria.

Nesse momento, sirenes ecoaram do lado de fora.

Os sequestradores se assustaram, me empurraram e fugiram pela passagem secreta.

O Igor e o César escoltaram a Sabrina para fora.

Quando chegaram à entrada da passagem, o Igor pareceu hesitar e olhou para dentro do galpão.

Os passos deles foram ficando distantes. O galpão ficou só comigo.

As sirenes se aproximavam cada vez mais. Respirei fundo.

A família Queiroz, o Igor, a Sabrina… tudo que me prendeu por duas vidas precisava terminar ali.

Aproveitei a confusão da perícia policial, segui pela passagem secreta e cheguei ao beco atrás do galpão.

Vesti a camiseta comum e o jeans que estavam na bolsa e coloquei um boné, cobrindo quase todo o rosto.

No fundo do beco havia um carro velho e discreto. A janela desceu, revelando o rosto marcado do Seu Lopes.

Ele fora o motorista em quem minha mãe mais confiava. Depois que ela morreu, voltou para o campo. Ele foi o primeiro que procurei ao renascer.

A voz dele saiu embargada:

— Srta. Juliana, está tudo pronto.

Quando o carro deixou a cidade, olhei para trás, para a mansão da família Queiroz coberta pelo céu do entardecer.

A partir de hoje, não existirá mais a Juliana.

Só existe alguém que vai recuperar tudo que pertenceu à minha mãe.
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