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Capítulo 2

Author: Tomate Verde
Na verdade, Letícia só queria manter Rafael na coleira. Afinal, naquela época, Rafael não passava de um capitão, e ela queria esperar por algo melhor.

Fui à universidade, esclareci todas as questões sobre como se preparar para o ensino superior, e os custos de vida, para então voltar para casa mais tranquila.

Ao chegar na casa da família de Rafael, mal entrei e já ouvi Letícia, em tom manhoso:

— Rafa, você correu para ficar comigo em vez de ficar com a Gabriela. Será que ela vai ficar brava?

— Posso ficar com ela a qualquer hora. — Respondeu Rafael. — Mas você sempre sente cólicas quando está menstruada, não confio em te deixar sozinha em casa.

Letícia sorriu feliz, e então fingiu melancolia:

— Rafa ainda vai gostar de mim depois de casar com a Gabriela?

— Claro. — A voz de Rafael era firme. — Se não gostar de você, de quem mais gostaria? Se sua irmã não te tratar bem, eu me divorcio dela!

Eu cerrei os punhos com força, mal conseguindo conter a angústia em meu coração.

Então, mesmo renascendo, ainda me partia o coração ouvir meu próprio marido ser tão frio.

Ajustei minhas emoções e entrei na casa como se nada tivesse acontecido.

Rafael saiu do quarto de Letícia com um toque de constrangimento no rosto.

— Eu… eu só fui ver como a Letícia estava, ela não se sentia bem.

Eu apenas murmurei um 'hum' levemente e me virei para voltar ao meu quarto.

Na vida passada, briguei inúmeras vezes com ele por causa do flerte excessivo entre eles.

Nesta vida, não queria mais perder tempo e energia.

Ele me chamou:

— Gabriela.

— Que tal comprarmos uns doces de casamento para distribuir para as esposas dos militares aqui do alojamento?

Eu o olhei surpresa. Em seguida, pensei que isso era provavelmente uma compensação por eu não estar mais brigando.

— Não precisa, não há necessidade de toda essa formalidade.

Ele ficou atônito, provavelmente achando difícil imaginar que eu recusaria aquela sugestão.

— Será que você está brava porque o Rafa cuidou de mim? — Letícia saiu do quarto, com uma expressão de mágoa e inocência.

E o que ela vestia era exatamente o uniforme Lênin que eu havia comprado especialmente para as fotos do casamento.

Eu o havia economizado por meio ano na vida passada para comprá-lo, e nunca tive coragem de usá-lo.

Ao perceber meu olhar, Letícia se apressou em explicar:

— Hoje eu vi essa roupa na sua cama e achei bonita, quis experimentar. Esqueci de tirar.

Ela abaixou a cabeça, torcendo os dedos, parecendo uma criança que havia feito algo errado.

Rafael abriu a boca instintivamente: — Gabriela, não...

Eu o interrompi, com a voz calma: — Ficou muito bom em você. Pode ficar com ele, afinal, eu nunca usei mesmo.

Senti o cheiro fraco de sangue e suor naquele uniforme Lênin, e lembrei como eu havia chorado a noite toda correndo para casa.

Só de pensar nisso agora, sinto nojo.

Sob o olhar surpreso dos dois, voltei para o quarto e tranquei a porta.

Tirei minha pasta de documentos, que continha minha carta de aceitação — da Universidade Federal do Rio Grande do Sul.

Na vida passada, eu sempre gostei do sul, e especialmente do curso de Finanças, que eu adorava.

Na vida anterior, por causa de Rafael, desisti dos meus estudos e me contentei em servir aos meus sogros em casa.

Nesta vida, ainda dá tempo. Só quero viver para mim agora.

Peguei o calendário. Faltavam apenas dez dias para eu poder sair daquele lugar.

O tempo era apertado, mas eu tinha que aproveitar cada segundo para me preparar.

Uma batida repentina na porta me fez abri-la impacientemente.

Rafael segurava uma tigela de macarrão, sua voz suave:

— Com fome, né? Preparei uma tigela de macarrão para você.

Por um instante, fiquei atordoada.

Na vida passada, ele era ou frio como gelo comigo, ou me tratava com palavras cruéis.
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