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Capítulo 5

작가: Rolinho Primavera de Morango
Gustavo fechou os punhos com força enquanto lançava um olhar carregado de fúria para Anabela, que conseguiu ler perfeitamente a raiva estampada em seu rosto.

Ela respirou fundo, sentindo o corpo inteiro desabar enquanto se deixava escorregar até o chão. Com os dedos trêmulos, massageou a orelha que ainda zumbia do tapa que havia levado, permanecendo ali ao lado das roupas espalhadas pelo chão para dobrá-las novamente com gestos automáticos.

— Você não vive sonhando em se divorciar de mim para casar com a Rafaela? — Perguntou ela, erguendo o rosto para encará-lo. — Após fazer isso, só faltam duas coisas. Vai mesmo jogar tudo fora agora? Para ser bem sincera, as duas primeiras que você fez me deixaram completamente insatisfeita. Não me diga que mudou de ideia sobre o divórcio.

Gustavo a observava com aquele olhar escuro tingido de camadas profundas de zombaria.

— Anabela, uma pessoa vale pela consciência que tem de si mesma. — Disse ele, com frieza. — Pena que você não tem nenhuma.

— Está bem, vou fazer essa terceira coisa. — Ele declarou, aproximando-se dela com ar ameaçador. — Mas escute bem, sua família já não pode mais te proteger. Se ousar encostar um dedo na Rafaela de novo, vou fazer você sumir da face da Terra sem deixar rastro.

Anabela baixou a cabeça, deixando escapar um sorriso amargo.

Ameaças? Por favor, quem ali não sabia fazer isso? Nos tempos em que brigavam feio, Gustavo jamais conseguia vencê-la naquele jogo. Ainda mais agora, quando ela logo realizaria o sonho dele sem que ele precisasse sujar as próprias mãos.

Gustavo pegou o celular e ligou para Rafaela, sussurrando palavras doces para acalmá-la e providenciando seu retorno antecipado ao país. Anabela observou cada gesto protetor dele, sentindo uma amargura que parecia corroer seu peito por dentro.

Então Gustavo realmente sabia amar alguém. O problema é que simplesmente não conseguia amar ela.

Quando ele voltou, Anabela ainda estava lutando com suas roupas sem conseguir organizá-las direito. Gustavo não aguentou mais aquela cena e a puxou bruscamente do chão, abaixando-se para guardar tudo ele mesmo.

— Que coisa mais inútil. — Resmungou ele, enquanto dobrava as peças. — São só essas poucas roupas e você fica aí horas sem conseguir arrumar nada. Qualquer um que visse pensaria que você está nas últimas, sem força nem para isso.

De repente, Anabela sentiu vontade de provocá-lo e sorriu com malícia.

— Isso mesmo! Realmente estou nas últimas. — Disse ela, observando a reação dele. — E aí? Se eu morrer mesmo, você vai se arrepender de ter me tratado assim?

Gustavo parou por um instante, mas quando ergueu a cabeça, trouxe consigo uma expressão debochada.

— Me arrepender? — Ele riu com desdém. — Que sonho lindo o seu. Se você morrer, vou soltar fogos por três dias seguidos e convidar toda Riviera para uma festa regada a bebida.

Anabela riu até as lágrimas escorrerem, pressionando a mão contra o baixo ventre onde sentia uma dor constante.

— Gustavo, que língua afiada! — Ela suspirou entre risos. — Depois de tudo que já rolou entre nós na cama...

Ela não quis ficar mais tempo naquele lugar. Seu corpo gritava que havia chegado ao limite absoluto de resistência.

Depois de voltar para Riviera, passou mais uma semana inteira de cama. A cada sessão de radioterapia, seus cabelos caíam em mechas visíveis, como se estivesse derretendo aos poucos. Quando Gustavo ligou cobrando as duas últimas coisas da lista, ela se trancou no banheiro e passou a tarde inteira chorando. Depois de secar as lágrimas, se preparou e correu até um shopping para comprar uma peruca decente.

— Cortou o cabelo? — Perguntou Gustavo, assim que a viu.

Anabela ignorou a pergunta e se dirigiu direto ao carro dele.

— Vamos logo.

Gustavo franziu a testa, esticando a mão instintivamente para tocar os fios dela, mas Anabela se esquivou rápido.

— Estamos atrasados, vai ficar aí parado? — Disse ela, impaciente.

— Só para você não esquecer. — Avisou ele, enquanto ligava o motor. — Faltam menos de sete dias para acabar o período de reflexão. É melhor você pensar logo nas duas últimas coisas.

Anabela ficou em silêncio, mantendo o olhar grudado na janela. Antes ela vivia ocupada demais brigando com Gustavo, tentando aparecer no radar dele, que acabou perdendo toda a beleza de Riviera pelo caminho.

Ela acreditava que bastava chegar no mesmo nível que Gustavo para conseguirem admirar as paisagens lado a lado. Mas descobriu que, quando não havia amor, mesmo estando pertinho, a pessoa continuava invisível. Enquanto por quem ele amava de verdade, Gustavo era capaz de engolir o orgulho.

A quarta coisa que Anabela exigiu foi que Gustavo a acompanhasse a um parque de diversões.

— Mas que infantilidade! — Murmurou ele, sem olhar para ela.
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