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capítulo 3

Author: Dulcezinha
— Esses brincos já foram comprados por mim. São um presente para a Lorena. — Disse minha mãe de imediato.

Bianca, com os olhos marejados, olhou para Francisco:

— Se minha mãe ainda estivesse viva, ela com certeza prepararia joias lindas pro meu casamento.

Na hora, o rosto de Francisco se fechou. Olhou para mim e para minha mãe com frieza:

— No fim das contas, ela não é a mãe de sangue. Bian cresceu ao lado de vocês... quem sabe quantos sofrimentos passou nas suas mãos.

Sem dizer mais nada, tirou um cartão preto do bolso e o jogou sobre o balcão:

— Vou levar todas as joias desta loja. Tudo pra Bian.

Minha mãe tremia de raiva, incapaz de disfarçar a indignação.

Segurei o braço dela com delicadeza:

— Mãe, deixa pra lá. No fim das contas, eu nem gosto dessas coisas mesmo.

Puxei minha mãe para fora da joalheria. Bianca e Francisco saíram logo em seguida.

De repente, um carro desgovernado surgiu na rua, vindo em alta velocidade em direção a Bianca.

Francisco, rápido como um raio, me empurrou com força para longe e ficou na frente dela.

Minha cabeça bateu com força na lateral metálica do carro. Antes de perder a consciência, ainda vi Francisco se aproximando com o rosto preocupado.

Mas Bianca o segurou pelo braço e se aninhou contra o peito dele:

— Francisco, que susto. Fiquei tão assustada.

E ele, sem hesitar, virou de costas e saiu carregando Bianca nos braços.

Quando abri os olhos, já estava deitada em uma cama de hospital. Minha mãe, sentada ao lado, tinha os olhos inchados de tanto chorar.

— Aquele desgraçado do Francisco, teve a coragem de te empurrar pra proteger a Bianca!

Pálida, levantei a mão e enxuguei as lágrimas dela:

— Mãe, não chora mais. Eu já nem penso mais em me casar com ele. Quando virmos esses dois de novo, é só manter distância e pronto.

Minha mãe chorou ainda mais:

— E seu pai, até agora continua defendendo aquela víbora. Você está nesse estado e ele nem apareceu pra ver como você está!

As preferências do meu pai nunca foram segredo. Diante disso, eu já tinha deixado de sentir qualquer coisa há muito tempo.

No dia seguinte, Francisco apareceu no hospital. Empurrou para perto de mim um par de brincos com strass.

— Lorena, o que aconteceu ontem não foi de propósito. Eu só fiquei muito nervoso...

Dei uma risada amarga:

— Você viu o carro vindo em direção à Bianca, ficou nervoso e por isso me empurrou?

Ele tentou se justificar, visivelmente sem jeito:

— Tá bom, admito que não agi bem. Mas se você prometer que nunca mais vai maltratar a Bian, quando estiver comigo, posso te dar um filho. Assim, você vai ter uma vida tranquila.

Franzi o cenho e encarei ele:

— Estar com você? Me dar um filho?

Francisco assentiu, com naturalidade:

— Agora que a Bian recuperou a lucidez, nosso noivado vai continuar, claro. Mas como você sempre foi apaixonada por mim e acabou prejudicada por tudo isso, meu pai já concordou que você também pode ficar comigo, só que sem título oficial.

— Heh. — Ri baixinho.

Sem título? Então eu era apenas a amante.

Respirei fundo, pronta pra responder, mas Bianca entrou no quarto nesse momento, coberta de grifes da cabeça aos pés. Usava os brincos de diamante rosa que tinha tomado da joalheria dias antes.

— Lorena, os brincos que o Francisco te deu são feitos com os melhores diamantes artificiais, escolhidos pessoalmente pelo assistente dele. Gostou?

As pedras artificiais e sem brilho nas minhas mãos contrastavam com os diamantes cintilantes nos ouvidos dela, exatamente como nós duas no coração de Francisco.

Forcei um sorriso e apenas assenti com a cabeça.

Bianca, satisfeita, puxou Francisco pelo braço e os dois foram embora.

Nos dias seguintes, para evitar qualquer atrito, fiquei reclusa em casa, sem sair nem para o jardim.

Até que chegou o dia do casamento. Vesti meu vestido de noiva e revelei o segredo de Bianca para minha mãe, pedindo que ela tomasse conta do restante.

Com os olhos vermelhos, ela assentiu e me acompanhou até o carro.

Enquanto isso, Francisco andava por aí com Bianca, curtindo a vida. Só voltou com ela à mansão no exato momento em que o carro da noiva deixava a garagem.

Franziu a testa, confuso:

— Quem estava naquele carro? A família Navarro só tem duas filhas: Bian e Lorena, não é?

Minha mãe enxugou as lágrimas com os dedos e respondeu com frieza:

— Aquela noiva era a Lorena. Hoje é o dia do casamento dela com Leonardo Zuanetti.

Francisco ficou paralisado. A voz dele saiu trêmula, completamente incrédula:

— O quê?
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