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Capítulo 0002

ผู้เขียน: Contracorrente
Mas meu pai e minha mãe sempre ignoraram.

Logo, minha mãe usou seus contatos para me arranjar um trabalho em uma fábrica.

— Trabalhe direitinho e mande o dinheiro para casa no prazo. A Lívia está no ensino médio, os gastos são enormes.

Cada palavra da minha mãe girava em torno da Lívia. Nem ligava para o meu rosto pálido, para o sangue fresco manchando minha calça — era minha primeira menstruação.

A fábrica era cansativa, mas havia uma pequena biblioteca com apostilas rasgadas e livros didáticos danificados.

Nos intervalos, eu sempre corria até lá para estudar sozinha.

Alguns funcionários tinham cursado o ensino médio. Ao verem que eu era jovem, esforçada e interessada, começaram a me ajudar, explicando conteúdos e até tentando me colocar em contato com escolas da região.

Eu mandava a maior parte do meu salário para casa e economizava o resto com esperança de poder estudar novamente.

Mas naquele dia, estava com febre alta e me atrasei para fazer o depósito.

Meu pai e minha mãe apareceram na fábrica, me agredindo e me xingando na frente de todos.

Colegas tentaram apartar a briga, e no tumulto, meus livros e o dinheiro escondido entre as páginas caíram no chão.

Meu pai me deu um chute violento no estômago.

— Esconde dinheiro, sua ingrata! Vou te matar a porrada, sua peste!

Minha mãe rasgou meus livros em pedaços com ódio.

— Tá achando que é gente? Que lixo você é pra querer estudar?

Me ajoelhei, implorando:

— Mãe, por favor, não rasga... esses livros não são meus... eu me esforcei muito pra conseguir emprestado...

O tapa do meu pai estalou no meu rosto.

— Tá respondendo por quê? Sua mãe faz o que quiser! Você só sabe gastar dinheiro com besteira!

Eles jogaram os livros na água e os pisaram com força.

Revistaram meu dormitório inteiro e levaram todo o dinheiro — não sobrou nem uma moeda.

Na saída, minha mãe rosnou:

— Tá com tempo livre? Arruma mais um emprego! A Lívia tem aula particular, e custa caro.

Eu fiquei sem um centavo.

E enquanto meus pais se desdobravam pela Lívia, nem cogitavam como eu, sem dinheiro, comeria ou se vestiria.

---

Como não consegui devolver os livros emprestados, precisei aceitar outro trabalho para compensar o prejuízo.

Era num canteiro de obras, fazendo bicos como auxiliar.

Mais pesado que a fábrica.

Um dia, tentando carregar um balde cheio de cimento, meu corpo, frágil por causa da menstruação, não aguentou.

O balde caiu, sujando minha perna de lama.

O encarregado balançou a cabeça com pena:

— Melhor você não continuar aqui.

Caí de joelhos, chorando:

— Por favor, me dá mais uma chance. Eu juro que consigo.

Ele suspirou e tentou me levantar, mas a lama endureceu rápido demais, e meus pés ficaram presos.

Tiveram que usar um martelo para soltar o concreto, o que acabou ferindo meu pé.

O chefe me dispensou, mas me deu R$300 a mais — para tratar o machucado e comprar algo que fortalecesse meu corpo debilitado.

Saí mancando. Aquele dinheiro foi difícil de conseguir.

Mas hoje era meu aniversário, e eu queria me dar um presente.

Entrei numa lanchonete e pedi um prato de macarrão.

Foi então que meus pais entraram com a Lívia.

Tinham saído para almoçar casualmente — e me encontraram por acaso.

Meu pai explodiu:

— Escondendo dinheiro de novo?! Sua ingrata maldita!

Minha mãe veio pra cima puxando meu cabelo, chorando:

— Agora cresceu, né? Tem dinheiro pra comer fora, mas ignora os pais!

Eles estavam limpos, arrumados.

Lívia usava um vestido rodado com um laço. Parecia uma princesa.

Eu, caída no chão, cabelo desgrenhado, vestia roupa visivelmente pequena e surrada, o sapato rasgado, o pé sangrando.

Abracei o prato de macarrão e comi desesperadamente.

Era tão gostoso… nunca tinha comido algo tão bom. Por um instante, me fez esquecer toda a dor.

Vi Lívia tapar o nariz, virando o rosto com nojo.

Vendo isso, eles ficaram ainda mais irritados.

Minha mãe arrancou o prato das minhas mãos.

Meu pai o pegou e despejou o conteúdo na minha cabeça.

— Come! Come até se fartar!

Saíram levando Lívia.

Antes de irem embora, minha mãe vasculhou meu bolso e levou o pouco dinheiro que eu tinha.

Fiquei ali, com macarrão na cabeça, olhando em silêncio para as costas deles.

Tão parecidos com uma família feliz…

O dono da lanchonete não me cobrou e ainda me ofereceu outro prato.

Balancei a cabeça, recusando.

Saí mancando da loja.

Lá fora, uma garoa fina começou a cair.

Na tela do julgamento, meu corpo foi sumindo sob a chuva.

O júri de cem pessoas permanecia em silêncio.

Meus pais desviaram o rosto, tentando evitar o olhar do juiz.

Lívia abaixou a cabeça. Não olhou para ninguém.
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