All Chapters of Cinco Anos em Vão, Isabel Chutou o Balde e Seguiu Sem Arrependimentos: Chapter 1 - Chapter 10

Isabel abriu os olhos lentamente. Seus cílios ainda molhados da água fria batiam levemente, como uma borboleta lutando na chuva, batendo as asas desesperadas. O olhar dela estava claro e firme.Envolta em uma toalha, Isabel caminhou até o armário em busca de roupas. Havia vestidos, bolsas, joias, uma infinidade de opções. Tudo da coleção mais recente, enviado por Rafael. Mas agora, olhando para tudo aquilo, Isabel não sentiu a mesma doçura. Pelo contrário, sentiu apenas uma humilhação sem fim.Cinco anos. Foi cinco anos presa nas mentiras meticulosamente tecidas por Rafael.Ela se pegou pensando no quão tola e desesperada havia sido.Isabel escolheu um pijama que havia comprado, vestiu-o e deitou-se novamente, deixando a memória levá-la de volta ao passado. As suspeitas começaram a surgir, e ela percebeu os inúmeros pontos duvidosos em relação a Rafael.Ele sempre viajava a negócios em datas específicas, coincidindo com o aniversário de Antonela. Sempre que voltava à antiga casa para j

Antônio rapidamente se acalmou. Ele manteve uma expressão presunçosa, e sentou-se com a esposa e os dois filhos. Ele e a esposa recém-casada se sentaram ao lado de Rafael. Os filhos, relutantes, se sentaram ao lado de Isabel.Antônio chamou o garçom e pediu cuidadosamente os pratos para a esposa e os filhos, depois, de forma ostensiva, acrescentou dois pratos extras.— Lembro que Isabel gosta de camarão. — Disse Antônio, sorrindo para Rafael, como se estivesse recordando momentos antigos. — Quando era pequena, ela só comia se eu descascasse.— Lembro que você é alérgica a camarão. — Rafael olhou de relance para Isabel.— Tem gente que acha que eu gosto. — Isabel manteve a expressão neutra.Antônio franziu a sobrancelha, confuso. Ele se lembrava de ter descascado camarão para Isabel e ela comer. Será que ele estava enganado?— Quem gosta de camarão é a Juliana. — A mulher ao seu lado baixou a voz para lembrá-lo.— Ah, minha filha! — O rosto de Antônio ficou tenso, mas logo riu. — Você é

— Isabel, não olhe mais! — Sofia abraçou Isabel, preocupada. — Deixe o passado para trás, vamos seguir em frente.— Não quero mais fugir. — Isabel balançou a cabeça.Cinco anos atrás, na véspera do seu noivado com Artur, ela foi sequestrada. No dia seguinte, a imprensa divulgou mais de vinte fotos dela em situação constrangedora, despida. Cada imagem era como uma lâmina afiada, cravando-se sem piedade nela. Ela, vítima, acabou sendo alvo de insultos e humilhações. Quanto mais Isabel tentava defender seu valor e integridade, mais intensa era a reação e os xingamentos. Até sua mãe, já falecida há anos, foi injustamente atacada. Antônio, irritado com suas respostas que ele considerava humilhantes, descontou sua raiva batendo nela e a prendendo. Nem mesmo os mais próximos a ela acreditaram, foi então que o desespero de sentir que ninguém confiava nela a inundou como uma maré. Foi Rafael quem estendeu a mão para ela nos momentos de maior desamparo. Ela fugiu dessa situação por cinco anos,

Isabel parecia não ouvir nada. Apenas quando os seus dedos já doíam de tanto apertar, ela soltou Rafael e se afastou de seus braços.— Se acalmou? — Apoiando-se na cintura, Rafael perguntou, meio rindo, meio chorando.— Se você mexer com a Sofia, eu não vou mais falar com você. — Isabel bufou.— Eu já expliquei. — Rafael tocou de leve a pontinha do nariz dela, mimando. — Foi só para dar uma lição nela, e também prometi que não vou fazer nada contra ela.Isabel franziu a testa, olhando desconfiada para Rafael. Vendo a seriedade no rosto dele, virou-se e olhou para Sofia.— O Sr. Rafael realmente disse isso agora pouco. — Sofia confirmou com um aceno.— Eu não ouvi nada, então você disse para quem ouvir? — Isabel resmungou insatisfeita.Rafael baixou o olhar para ela.A expressão de Isabel estava vívida, como um gato arrepiado, irritado, quase querendo esticar as garras e arranhá-lo.Aquela dúvida que ainda restava em seu coração, enfim se dissipou. Assim que soube que Isabel estava em

No caminho para a casa da família Duarte, Isabel viu a mensagem de Antônio convidando-a para jantar e ficou um pouco surpresa. Desde que se casou com Rafael, nunca mais havia voltado àquela casa. Antônio provavelmente sabia que ela guardava ressentimento e, embora quisesse se aproximar do Rafael através dela, nunca tinha tomado a iniciativa de convidá-la de volta.Será que ia chover canivete?Isabel respondeu apenas com um "certo".Ela precisava aproveitar a oportunidade, antes que Rafael começasse a desconfiar, para recuperar logo as ações da empresa.Na zona leste da cidade, a Mansão Rio Horizonte, cercada por montanhas e água.Quando Isabel chegou, o pôr do sol tingia o céu, e a luz dourada se espalhava sobre a mansão de paredes brancas e telhados cinzentos. Escondido entre árvores altas e frondosas, o lugar parecia ao mesmo tempo familiar e estranho.Isabel foi barrada pelo sistema de reconhecimento facial no portão de ferro rendado. Sem expressão, Isabel tocou a campainha. Quem ve