Beatriz Falcão
Minha irmã mais velha, Gabriela Lima, que sempre odiou estudar, de repente decidiu prestar vestibular. Para isso, pediu aos meus pais para me casarem com o filho de um comandante, em troca de um dote que custearia seus estudos.
Naquele momento, eu soube que ela também tinha renascido.
Na vida passada, Gabriela acreditava que estudar era inútil. Assim que terminou o ensino médio, casou-se com Cláudio Loureiro, filho de um comandante, que veio com um dote generoso.
Mais tarde, Cláudio foi transferido para a fronteira, mas ela, detestando o ambiente hostil, não quis se mudar com ele.
Eu, ao contrário, trabalhei e estudei até me formar na faculdade, arranjei um emprego estável e me tornei, de fato, uma cidadã da cidade grande.
No entanto, no quartel, minha irmã usou o nome do sogro para aceitar subornos, o que fez com que ele fosse investigado e perdesse o cargo. No fim, a sogra a expulsou de casa.
Depois do divórcio, Gabriela foi enganada e se mudou para São Paulo para especular na bolsa de valores. A bolsa quebrou e ela perdeu todo o dinheiro da aposentadoria dos meus pais.
Sem saída, voltou-se contra mim. Armando-se com uma faca, obrigou-me a entregar todas as minhas economias e até a casa para que pudesse “recomeçar a vida”.
Na confusão, ela me esfaqueou doze vezes. Eu morri por perda de sangue.
Quando abri os olhos novamente, minha irmã estava pedindo aos meus pais para me casarem com o Cláudio.
Eu aceitei de bom grado e abandonei a escola sem hesitar.